Jesus não contou a história do administrador desonesto para simplesmente elogiar a desonestidade. A chave para compreender a parábola de Jesus está no versículo 13: não é possível servir igualmente a dois senhores, servir a Deus e ao dinheiro. E então entendemos o elogio de Jesus àquele homem que deseja fazr amigos e, por meios até discutíveis, toma o partido dos queestão individados.
Bem sabemos que a riqueza está na raiz de tantas divisões e guerras. Acumulada nas mãos de poucos, representa a miséria de multidões. Jesus, porém, elogia a sabedoria de fazer amigos com a riqueza, de criar relações de fraternidade onde a lógica egoísta do acúmulo gera divisão. A atitude daquele administrador é louvável, por representa a atitude de quem reconhece que toda e qualquer riqueza pertence a Deus e que só a Deus se deve servir.
Hoje falamos de uma economia solidária, em que a ganância não relegue aos lixões tantas vidas humanas. Um mundo de amigos que se querem bem, que se respeitem, que vivem com sobriedade e sem a ganância desemfreada de, todo custo, ter sempre mais.
Afinal, somos apenas administradores dos bens do Criador e, deste mundo, nada de material levaremos. A questão então é sempre a mesma para cada um de nós: sendo administradores, estamos servindo a quem? À riqueza, aos interesses de quem faz dinheiro desonesto, ou a Deus, solidários com seus filhos necessitados e endividados?
São certeiras, a essa respeito, as palavras de São Gregório Magno, em sua Regra Pastoral: "Aqueles que não compartilham o que receberam causam cruelmente a morte de seus próximos, porque todos os dias matam todos os que morrem de probreza, negando-lhes socorro e apenas acumulando riquezas para si próprios. Quando damos aos pobres algo de que necessitam, nãoestamos dando o que é nosso, mas estamos devolvendo oque lhes pertence. Estamos pagando uma dívida de justiça, e não realizando uma obra de missericórdia.
Fonte: Pe. Paulo Bazaglia, ssp - O DOMINGO / semanário litúrgio-catequético
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