terça-feira, 7 de novembro de 2023

ROBSON OLIVEIRA - Resenha Política

 RECONHECIMENTO 

Embora seja reconhecida internacionalmente como uma das vozes fortes em defesa da causa indígena e ambiental, a indígena rondoniense Txai Surui, é desconhecida pela maioria dos seus conterrâneos. É um ser humano notável, deveria ser homenageada pelas nossas autoridades, as mesmas que, recentemente, concederam um título de cidadão de Rondônia ao primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Mas optam por homenagens que terminam sendo vergonhosas para os conterrâneos.  

REFERÊNCIA  

O consistente e importante discurso da jovem rondoniense líder indigenista proferido na última Cúpula do Clima (COP-20), em Glasgow, na Escócia, foi tema da questão número 74 do Enem. Txai é atualmente uma referência mundial sobre as questões climáticas e indígenas, mas não é ouvida em Rondônia por nossas autoridades. 

EXTREMADOS 

Enquanto Rondônia tem uma ilustre liderança sendo referência no exame nacional do Enem, parte da base parlamentar estadual no Congresso Nacional foi às redes sociais reverberar um discurso extremado destacando repulsa às três questões sobre os reflexos predatórios do Agro no Meio Ambiente. No entanto, sobre Txai, igualmente destacada no exame, nem um mínimo sussurro. É mais uma bancada a ser esquecida pela história, a exemplo de Raquel Cândido (cassada), Jabes Rabelo (cassado) e Nobel Moura (cassado). Todos limados da política por condutas inadequadas ao decoro.  

AÇÃO 

Já são quinze operações da Polícia Federal em Rondônia, nos últimos três meses, envolvendo crimes ambientais. São ações de combate à exploração e tráfico de diamantes, garimpo ilegal, desmatamento, invasão de terras indígenas, entre outras. É preciso também que as autoridades estaduais façam sua parte e combatam firme tais crimes, visto que nas últimas quarenta e oito horas, Rondônia registrou 121 focos de incêndio criminosos, segundo o Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (Inpe). A população manauara sofre com a fumaça que cobre os céus da cidade. Sem a continuidade de ações que coíbam as queimadas e invasões, os céus rondonienses tendem a perder o azul e virar cinza, em razão da cumplicidade de quem deveria combater o fogaréu.  

DESFILIAÇÃO 

Mesmo publicamente negando a desfiliação do PL, o senador Jaime Bagatolli está de malas prontas para deixar a legenda depois que Marcos Rogério recuperou a direção estadual do partido. O senador vilhenense conversa com o Partido Novo e PP.  

PAU OCO 

Está em fase de alegações finais na Justiça Estadual o processo criminal originalmente iniciado por uma operação policial denominada “Pau Oco”, de responsabilidade da Delegacia de Polícia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO). Foi uma ação policial que atingiu na época o governador Daniel Pereira, além de outros servidores estaduais lotados na Secretaria de Desenvolvimento Ambiental.  

MANIPULAÇÃO 

A coluna teve acesso às alegações finais, contendo referências às escutas originais feita pelo “Guardião”, e ficou surpresa ao perceber que degravações foram supostamente manipuladas por policiais, com a troca de nomes de empresário investigado com o de um servidor público, visando alcançar o ex-governador Daniel Pereira em condutas criminosas que aparentemente não deu causa. Nos diálogos entre policiais é possível verificar que um deles roga a Deus para que a manipulação, esta sim, criminosa, fosse descoberta pelos advogados dos acusados. Prece, graças ao poderoso, não atendida e tramóia desvendada. 

ENVENENADA 

A ‘Pau Oco’ tem em tese todos os elementos coligidos nos autos com veneno suficiente para anular o troco das investigações e se tornar uma árvore investigativa de fato oca sem provas lícitas para dar algum fruto sancionatório justo e digno da persecução penal. Como previu o próprio delegado, é um caso de ação de regresso para alcançar aqueles que exacerbaram das funções públicas para alcançar interesses ilegalmente inconfessáveis. De tão oca que é a investigação, que a árvore restou envenenada.  

GRAMPO 

O país está envolto em instituições afetadas pela contaminação política na sua mais abominável concepção filosófica e prática. São grampos feitos ao arrepio da legislação e voltados a alcançar desafetos independentemente de que sejam bandidos ou não. Pior ainda quando um grampo legal é degravado de forma manipulada para alterar os fatos e alcançar os desafetos ilegalmente, ao que parece em tese ser o caso da investigação denominada “Pau Oco”.  

DESGASTE 

Embora esta coluna tenha sido ácida nas críticas com a administração de Daniel Pereira ao apontar inconsistências governamentais entre o que pregava e o que executava, o envolvimento do seu nome na “Operação Pau Oco”, antes de virem à tona as supostas manipulações, foi aqui pautado com cobrança de uma investigação dura, rápida e justa. Além de críticas acerbas ao investigado. Daniel sofreu o desgaste político enorme com aquela ação policial que levou ao cárcere pessoas da sua confiança, pondo em dúvida em extensão a sua honorabilidade.   

ESCUSAS 

Caso a sentença confirme a suposta manipulação nas investigações, merece, por coerência jornalística, o pedido de escusas de todos os detratores. Inclusive nosso. O que fazemos antecipadamente. Quem tem acesso aos fatos intactos conclui de forma singular a inocência do ex-governador num enredo policialesco que exige da justiça a repulsa. A "Pau Oco" revela uma gente desmiolada que acha que tudo pode, mas que exige limite. 

SINJUR 

Foi um tiro no pé da atual direção do Sindicato dos Trabalhadores no Poder Judiciário (SINJUR) a convocação de uma Assembleia Extraordinária cujo objetivo era destituir a Comissão Eleitoral, por ela nomeada, em razão do deferimento da inscrição da Chapa 2, de oposição. Dos 1.121 sindicalizado presentes a convocação, 1.041 votaram contra a destituição da comissão, referendando seus atos. O resultado sugere humor da categoria com a letargia e inércia sindical que assola a entidade classista. Um tiro em alvo certeiro.  

PERPETUAÇÃO  

É impressionante como as castas sindicais país afora utilizam dos expedientes mais ignominiosos para se perpetuarem nas entranhas dos Sindicatos, especialmente agora que a Suprema Corte reavivou o malfadado imposto sindical estimulando a pelegagem a manobrar para a perpetuação nas direções. 

PAPAGAIO 

O gaúcho de Bagé que virou delegado de polícia e deputado estadual em Rondônia, Rodrigo Camargo, não é afeito a críticas e anda tentando amedrontar profissionais da imprensa com processos. Um método que não assusta nem um foca (jornalista iniciante), nem tão pouco impede que seu mandato seja esquadrinhado pela mídia. A coluna tem evitado avaliar a produção legislativa do parlamentar até porque por enquanto está muito medíocre em relação às necessidades da população. É um parlamentar com um discurso monocórdio que atua exclusivamente e circunstancialmente em temas de costumes. Repete feito papagaio a mesma bobagem extremista dos perdedores das eleições nacionais, ostentando no peito, como forma de aparecer, uma frase de negação ao candidato vencedor. Ainda não sabe diferenciar as funções parlamentares das policiais, razão pela qual utiliza uma insígnia de Xerife nas propagandas pessoais eleitorais, embora a insígnia seja de uso exclusivo do servidor policial em trabalho. A papagaiada contra a imprensa não passa de intimidação. O que não cola em períodos de democracia plena.  

ELOGIOS 

Já as reações do delegado deputado contra o aumento do ICMS são justas porque soube defender os interesses dos contribuintes e não os do governo, como fizeram os colegas de parlamento. Neste caso, quando Rodrigo Camargo se afastou do extremismo e defendeu uma boa causa, as críticas feitas contra sua oposição ao aumento de tributos, na imprensa, foram no mínimo equivocadas. Neste especial caso, a coluna enaltece a posição altiva do deputado uma vez que aumento de impostos empobrecem a população. Sua reação contrária à majoração merece todos os elogios. Embora este cabeça chata abomine o reacionarismo nos temas sobre costumes.  

MÉRITO 

Imortal da nossa Academia Rondoniense de Letras, detentor de título cidadão rondoniense e, recentemente, laureado com o título de cidadão de Santarém (PA), Dimis da Costa Braga é um magistrado com todas as homenagens meritórias por sua capacidade humana de comunicação, perspicácia intelectual, formação filosófica sólida, literário de primeira linhagem e juiz que honra a toga ostentada. No último evento a ARL, em Porto Velho, o discurso do confrade enaltecendo o ingresso dos novos imortais é uma obra literária a ser destacada em qualquer exame histórico a ser objeto de estudo no futuro. A coluna se junta aos que o homenageiam. 

 


 Fonte: Jornalista Robson Oliveira / Porto Velho-RO. 






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