domingo, 8 de setembro de 2024

O CORAÇÃO DA GENTE

 



Certa vez, em uma missa, no momento da homilia, perguntei se havia ali algéum com mais de 80 anos de idade. Uma senhora deu sinal com a mão e falou: "Tenho 85, três meses e sete dias". Todos sorriram. Agradeci à dona Lúcia e comecei a discorrer sobre o que faz a vida pulsar, tomando como exemplo o coração, esse importantíssimo órgão recebedor e bombeador do sangue de nosso corpo através das veias e artérias.

Esse aparelho pulsante no peito bate ininterruptamente, desde quando ainda estávamos no ventre dae nossa mãe. É impressionante! A raiz etimológica do "coração" é a mesma da palavra "coragem". Dele emanamos coragem, da qual nasce o amor, porque o amor de verdade é filho da coragem. A vida depende do pulsar do coração.

"E a vida, o que é? Diga lá, meu irmão!" Quem não cantarou, com Gonzaguinha, essa bela canção? A vida é a batida de um coração. Nessa batida reside o sentido. Nosso coraçãoi é como um tambor, que vibra alegria e emana amor. O coração é um templo, limiar sentre o sagrado e o profano.

"E a vida, o que é? Diga lá, meu irmãoi!" É filigrama, é miudeza, é um fio, é um sopro. Correnteza. É hálito divino em nossa fraca condição. A vida é inocência no sorriso da criança. É a inteireza do cachorrinho feliz. É o rodar macio do gatinho pedindo carinho.

"É a grandeza?"Ah, a grandeza é engodo. Essa coisa de mania de grandeza é assalto, roubo do tecido da vida. A vida é feita de miudezas.

"Viver é um rasgar-se e remendar-se", ensina Guimarães Rosa. "E o sentido?" Aí reside o sentido: seja ao nascer do sol, seja quando o dia anoitece. Desde um gesto de gratidão a um verso feito prece. A revolução está na boca, no paladar que apetece. Na importância dos afetos. Aí tudo se afirma e cresce. Tudo toma novo rumo. Só o amor enobrece. Só.

A vida é bonitas. É isso o que Jesusquer nos ensinar quando se confronta com o legalismo e a hipocrisia dos fariseus e doutores da lei.

Desejo-lhe um coração todo amoroso, repleto de saúde e da alegria do céu! A alegria que provém do segumento do Divino Mestre.

Fonte: Pe. Antonio Iraldo Alves de Brito, ssp / O DOMINGO - semanário litúrgico-catequético.





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