quarta-feira, 23 de agosto de 2023

Conjuntura - SUS, DOENTE CRÔNICO



O novo governo, este que aí está, terá muitos desafios pela frente, inflação resiliente, juros altos, questão fiscal, reformas estruturais, segurança pública, educação e pesquisa e não menos importante questão ambiental, entre outros. Outra questão preocupante que precisa ser solucionada, discutida com a sociedade é a questão da saúde pública. A população vem envelhecendo e empobrecendo de forma acelerada, daí a necessidade de reformulação do sistema de saúde. O Sistema Único de Saúde (SUS) tem um papel fundamental nesta reorganização, e investir no SUS é uma das maiores oportunidades do país para viabilizar um outro modelo de saúde pública.

OSUS nasceu na constituição de 1988, onde foi assegurado o direito à saúde a todos, acontece que os recursos necessários para acompanhar tal demanda não foram suficientes. De lá para cá o mundo passou por transformações inéditas, tanto nas condições de vida como na de trabalho. O perfil estário da população é outro, os tempos são outros, basta ver as constâncias das epidemias e pandemias. Logo ali, em 2030 teremos, no Brasil, um número de idosos superior à população entre zero e 14 anos.

Aos vários problemas a serem resolvidos, soma-se mais este desafio. Dadas essas condições e todasd as incertezas do futuro, temos que fortalecer o SUS, sabendo que o subfinanciamento do sistema é um grande obstáculo. O SUS é o maior sistema universal de saúde do mundo em termos de população e o mais subfinaciado. O estado aloca apenas 4% do Produto Interno Bruto (PIB), quando o ideal deveria ser de pelo menos 7%. Com o aumento dos recursos e a melhoria da gestão poderemos melhorar o sistema.

O envelhecimento da população trará problemas crônicos de saúde assim como a fome que vem aumentando perigosamente. Hoje, já são 33 milhões de pessoas que passam fome alimentar, a insegurança ainda mais pode se agravar. O desemprego e a perda do poder aquisitivo não acompanham a alta nos preços dos planos de saúde, que sabemos que tem uma inflação acima da média, mas que não justifica os aumentos abusivos. É lógico que a medicina há muito se industrializou, elitizou, e vem se transformando num mal disfarçado monopólio. Segundo os especialistas, outro grande problema é a dificuldade para promover a integralidade, articulando todos os níveis de atenção, e isso passa pela universalização da atenção primária.

A pandemia mostrou a importância do SUS, apesar de todas as dificuldades, sem ele, teríamos vivido uma tragédia humanitária, já  que a saúde privada atende menos de 1/4 da população. É um mantra na área médica que a atenção primária permite ao Estado chegar antes de doença para a garantia da prevençaõ e da promoção da saúde. Não menos importante é valorizar os trabalhadores do setor.

É preciso cuidar de quem cuida, caso contrário não teremos um atendimento humanizado e com soluções adequadas, e isso passa pela valorização dos salários e profissionalização permantente. O desenvolvimento sustentável passa pela ciência, tecnologia e invoação, mas antes pela saúde. Investir ao SUS não é só uma oportunidade, mas uma necessidade para rever o precário sistema de saúde pública no Brasil. Que este novo governo esteja atento a essas necessidades.

Fonte: Hipólito Martins Filho / Jornal Diário da Região

COMENTÁRIO DO BLOG: Esse novo governo não vai fazer nada de bom para o País, só esse comentário basta.



Nenhum comentário:

Postar um comentário