quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

COMPARATIVO HONDA CB 500F X KAWASAKI Z 400

 

As nakeds competiram na pista, na cidade e na estrada


Girar a chave, escutar o som da bomba pressurizando o combustível, observar a leitura do painel digital (repleto de informações) ir para a estrada e acelerar... Sentir a potência do motor, que ganha giros, enquanto a velocidade aumenta rápido ultrapassando a maioria das motos e carros... 

 

Essa é a realidade de quem compra a Honda CB 500F ou a Kawasaki Z 400. As nakeds usam motor de dois cilindros em linha com refrigeração líquida e brigam pelo consumidor disposto a pagar por isso. A Honda CB 500 tem preço sugerido de R$ 39.100 enquanto a Kawasaki anuncia a Z 400 por R$ 33.310. Nos dois casos, o valor do frete não está incluído.  
 
A Honda CB 500F usa motor de 471 cc com a potência máxima de 50,2 cv disponível nas 8.500 rotações. Na Kawa, a potência máxima é de 48 cv quando o motor, de 399 cc, atinge 10.000 giros. Outro número a considerar é o torque. Ele representa a “força” do motor que o piloto sente nas arrancadas, subidas ou nas retomadas de velocidade. No caso da Honda CB, o torque máximo é de 4,54 kgf.m a 7.000 rpm enquanto o propulsor de Z 400 oferece 3,9 kgfm a 8.000 rpm.
 
Pesos & Medidas
A relação peso/potência dá vantagem para Kawa, que pesa 167 kg em ordem de marcha. Enquanto a Honda CB 500F, totalmente abastecida e com todos os líquidos como fluídos de freio, suspensão e óleo lubrificante, tem peso aproximado de 190 kg. Na Honda CB 500F, o tanque tem capacidade para 17,1 litros, enquanto o reservatório da Kawa recebe 14 litros. Parte dessa diferença de peso fica por conta do maior tanque da CB, que também representa maior autonomia. 
Ambas utilizam câmbio de seis velocidades e sistema de embreagem assistida. Além de evitar o travamento em reduções bruscas de marchas, o sistema alivia o acionamento da manete de embreagem. 
 
Ao sentar na Kawa, o piloto consegue por os pés no chão com maior facilidade. O banco está a apenas 785 mm do solo, enquanto a distância mínima é de 145 mm. Portanto, tome cuidado ao escalar calçadas e outros obstáculos urbanos. Na Honda, o banco está a 789 mm do chão enquanto a distância mínima do solo é de 157 mm. Ela tem um porte mais musculoso. A Z é mais fácil de manobrar – inclusive quando desligada. 
Ciclística
Aproveitando que falamos de medidas, vamos ao capítulo ciclística. Ela revela muito sobre o comportamento dinâmico das motos. Na Honda CB 500, o sistema de suspensão – ancorado ao novo quadro tipo diamante – usa sistema Pro Link (um amortecedor) na traseira com o curso de 119 mm. Na dianteira, o garfo (invertido) oferece curso de 108 mm. A suspensão ganhou mudanças importantes na versão 2023, melhorando a performance nas curvas e frenagens.
 
A Z 400 usa quadro em treliça que abriga a suspensão dianteira (garfo convencional) com curso de 120 mm. Na traseira, o amortecedor (regulável) tem curso de 130 mm.
À medida que aumenta o peso e o desempenho das motos, os sistemas de freios devem ser mais eficientes. No caso da CB, a dianteira traz um par de discos no formato wave, de 296 mm de diâmetro com pinças de quatro pistões e montagem radial. Na traseira, essa Honda usa disco simples de 240 mm e caliper de um pistão. Além do sistema ABS – também presente na Kawasaki – a Honda oferece o Emergency Stop Signal (ESS) que aciona o pisca alerta em caso de frenagens de emergência. A Kawasaki optou por um disco simples, porém de maior diâmetro (310 mm) e pistão duplo na dianteira e um disco de 220 mm, com pistão duplo, na traseira.
Nos dois modelos, as rodas são de liga leve, de 17 polegadas, calçadas com pneus sem câmera. A Kawasaki usa medidas 110/70 na dianteira e 150/60 na traseira. Na Honda, os pneus são mais largos: 120/70 na frente e 160/60 atrás.
 
Durante o dia, é difícil chegar com um dos modelos e não ser notado, graças a iluminação full LED. No caso da Honda CB, os faróis, no modelo 2023, projetam duas luzes enquanto a Kawa tem uma cara mais conservadora, porém mais invocada, também tudo em LED. A festa do LED se completa nos painéis totalmente digitais e repletos de informações. 
 
Na pista, a CB mostrou grande evolução em relação ao comportamento nas curvas. Embora as condições não estivessem as melhores no dia do teste – por conta da chuva – ela foi melhor na volta rápida e também na frenagem. 
No quesito aceleração de 0 a 100 km/h e retomada de velocidade (em segunda e terceira marchas) a Kawa se saiu melhor. Veja tabela abaixo. 
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Medições na pista Kawasaki Z 400 Honda CB 500F 
Aceleração de 0 a 100 km/k    6,22s 6,5s
Retomada de velocidade
2ª marcha: 40 km/h a 80 km/h           3,13s 3,24s
3ª marcha: 60 km/h a 100 km/h   4,15s 4,67 s
Volta rápida     1m15,03s            1m13,45s 
Frenagem
100 km/k a 0 km/h        47,51m 43,47m   
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Na estrada
Como disse no começo da matéria, nas duas motos a sensação de potência é impressionante se comparadas aos modelos de 250 cc. Um exemplo está nas retomadas de velocidade. Em terceira marcha, elas precisam de pouco mais de 4 segundos para ir de 60 km/h a 100 km/h. Isso facilita muito as ultrapassagens e garante maior segurança, principalmente em pistas duplas.
 
No quesito velocidade máxima, elas superam os 170 km/h, dependendo das condições da rodovia e do temor (ou não) que o piloto tenha de tomar uma multa. Em todo caso, na pista de testes – com uma reta limitada – a CB superou a os 135 km/h enquanto a Kawa chegou aos 137 km/h.
 
A escolha dependerá de uma série de fatores racionais como valor do investimento, prazo de garantia ou rede de concessionárias. Na Honda, por exemplo, a garantia é de três anos enquanto a Kawasaki oferece dois. Porém, a decisão desse tipo de compra tem forte apelo emocional, nesse caso o que vale mesmo é a paixão pela marca ou modelo. Elas oferecem muita emoção, principalmente para quem saiu da categoria 250 cc. Boa escolha!

Fonte: Revista Duas Rodas



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