quarta-feira, 5 de maio de 2021

FLAT TRACK: CONHEÇA AS MOTOS E COMO FUNCIONA A MODALIDADE

 

Corrida em oval de terra é tradição americana que ganhou popularidade mundial



O flat track ou dirt track é uma modalidade americana iniciada nos primeiros anos do século passado. Apesar de ser uma peculiaridade do esporte a motor nos Estados Unidos, repentinamente despertou interesse em customizadores e promotores de eventos mund afora nos últimos anos.

Difícil determinar o motivo dessa popularidade repentina, que atraiu a curiosidade das pessoas pelo estilo esportivo clássico das motos e pela coreografia das manobras contornando curvas destracionando em contra-estreço. A modalidade é realizada em pistas ovais de terra batida com extensões de uma milha (1.609 metros), meia milha (804 metros) e as chamadas “short tracks” com menos de 530 metros, sempre em sentido anti-horário. Também existem provas em circuitos "mistos", com curvas para os dois lados e um salto batizado de Tourist Trophy. 

As categorias “Twin” e “Single” determinam a concepção das motos. Os modelos de 2 cilindros têm de 550cc a 1.250cc e são equiparados por restrições na alimentação. Só podem correr nas pistas maiores, de milha e meia milha, e são baseadas em modelos de rua modificados, como Harley-Davidson Sportster, Kawasaki Z650, Ducati Scrambler, Triumph Bonneville, Yamaha MT-07.

Já as de 1 cilindro e até 450cc são as cross de fábrica quase inalteradas e que correm nas pistas curta e mista com salto, recebendo apenas aros de 19 polegadas com pneus específicos fornecidos pela Dunlop, nas medidas 27 x 7 e 27.5 x 7.5, mesmos usados pelas Twin. 

As mudanças mais profundas, que criaram a estética própria das motos de flat track e inspiram customizadores, vêm das bicilíndricas da categoria Twin. Os chassis tubulares mais leves do que nas motos de série são construídos para a modalidade e devem cumprir a regra de peso mínimo de 140 kg para o conjunto inteiro, que não usa freio dianteiro ou luzes de sinalização. 

Essas motos muito específicas também têm um tanque para pouco mais de 5 litros e autonomia de até 25 voltas, usam guidão largo de cross, banco plano e comprido para permitir movimentação do piloto. Com peso reduzido, preparação e combustível de 112 octanas as Twin atingem 210 km/h e completam uma volta em 35 segundos (velocidade média de 165 km/h), enquanto as Single alcançam 185 km/h e precisam de 21 segundos para completar meia milha (média de 137 km/h).     

As provas começam com treinos livres para ajustes das motos à pista e um treino cronometrado que separa os 48 pilotos mais rápidos para baterias eliminatórias. Os seis primeiros de cada bateria se classificam para a final, e é atribuído um ponto extra para o vencedor de cada eliminatória. A bateria final define a pontuação da prova para o campeonato: o 1º colocado recebe 23 pontos, 2º sai com 19 pontos, 3º com 16 pontos e a partir daí um ponto a menos por posição até chegar ao 18º.

Com uma pista curta e poucos pontos separando os concorrentes a competitividade deste esporte cria uma plasticidade única, com as motos fazendo as curvas de lado em fila indiana e se espalhando nas retas para viabilizar as ultrapassagens.

Décadas antes de Marquez se envolver na organização do Superprestígio ou o campeão das superbikes Troy Bayliss migrar para a categoria, nos anos 1970 e 1980 o mundial de motovelocidade foi dominado por pilotos oriundos das pistas ovais de terra. Kenny Roberts, Freddie Spencer, Eddie Lawson, Waine Rainey e Kevin Schwantz conquistaram o mundo auxiliados pela habilidade adquirida no controle das motos em pistas de baixa aderência.

Eles modificaram o estilo de pilotagem no asfalto com suas derrapagens controladas e juntos somaram 13 títulos na categoria principal, dando o exemplo a pilotos de velocidade da atualidade que, embora desenvolvidos no asfalto, se dedicam a treinos em modalidades off-road para aprimorar o controle de aderência. 






Fonte: Revista Duas Rodas.


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