Confira o teste completo e impressões da Royal Enfield Continental 650 com o piloto Gustavo Narciso.
A Continental GT 650, assim como sua irmã, Interceptor 650, estão indo para o segundo ano de Brasil e conquistam cada vez mais fãs. Essas bicilíndricas de 648 cc compartilham do mesmo motor, porém variam quanto a proposta e estilo.
Saí para um teste com a Continental GT e posso dizer que foi difícil concentrar nos aspectos técnicos da moto. Entre uma tomada e outra, foi possível perceber o quanto essa máquina de 202 kg é fácil de manobrar e fazer pequenos contornos. Ótimo para os usuários mais urbanos, porém prazerosa em caminhos mais sinuosos.
ESPORTIVA CLÁSSICA
A Continental GT se apresenta com as características de uma Café Racer. A posição de pilotagem, com guidão baixo e pedaleira mais recuada, confirma essa proposta. Particularmente gostei muito. Encaixei na moto. Assim como as curtas corridas dos anos 60 na Inglaterra, entre um café e outro, que deram origem ao nome Café Racer, essa esportiva da Royal Enfield garante uma excelente sensação ao pilotar.
Apesar do estilo clássico, o motor é completamente novo. Tanto a Continental GT 650cc quanto a Interceptor 650cc, foram idealizadas e produzidas em conjunto pelas equipes de Desenvolvimento de Produto da Royal Enfield na Índia e do Centro Tecnológico do Reino Unido (United Kingdom Technology Center - UKTC), este último, localizado em uma região industrial da Inglaterra onde foram desenhadas muitas motos icônicas no século 20.
O ronco típico dos dois cilindros é gerado por um par de escapamentos que percorrem a lateral, um de cada lado da moto. O motor gera 47cv de potência e entrega 80% do torque máximo de 52 Nm (5,30 Kgfm) a partir dos 2500 giros, proporcionando uma aceleração progressiva, sem a necessidade de muitas trocas de marcha. A vibração é quase imperceptível em altas rotações e em médias e baixas, imperceptível.
A Harris Performance, tradicional fabricante de chassis de aço esportivos, foi quem projetou esse quadro de berço duplo com linhas bem limpas. O conjunto mostra-se suficientemente firme para não transmitir ondulações, garantindo uma pilotagem segura e harmônica, dando segurança nas mudanças de direção.
O TESTE
Aproveitei as curvas e o lindo visual da região de Joaquim Egídio, subdistrito de Campinas SP, para realizar a avaliação da Continental GT. Fácil de pilotar, ágil nas curvas e com potência na medida, garante uma pilotagem segura e sem sustos. Um convite aos que desejam entrar no mundo das motocicletas de média cilindrada.
Por falar em segurança, a Continental GT utiliza freios ByBree, marca da italiana Brembo. Em determinados momentos forcei na frenagem e gostei. O conjunto é eficiente e não assusta quando damos a famosa "alicatada". Claro que em velocidades maiores o ABS entra em ação, mas até em baixas velocidades o freio apresenta um comportamento que não desequilibra.
O ronco gerado pelos dois escapamentos laterais marca presença, mas não incomoda. O som lembra as antigas CBs, grave e encorpado.
O banco fino, característica das Café Racer, à primeira vista parecia desconfortável, porém não incomodou, mesmo depois de horas acelerando. Certamente essa esportiva da Royal Enfield é capaz de encarar pequenas viagens. Não posso afirmar o mesmo para trajetos mais longos. Afinal, o nosso objetivo não foi esse e quem sabe em uma próxima possamos responder.
CONCLUSÃO
Aos que não entendem o conceito da Royal Enfield, essa Café Racer pode passar despercebida. Não é o caso dos apaixonados pelo estilo clássico da marca. Sobretudo, pela faixa de preço. A partir de R$25.990,00, a Continental GT atrai não apenas os fãs da marca, mas também aqueles que desejam uma motocicleta de média cilindrada.
Certamente uma excelente moto para curtir a estrada. Diria inclusive, que uma bela estrada sinuosa. Seu design e potência pede uma tocada mais esportiva e empolgante, mesmo não sendo um "ÁS" da velocidade. O motor tem baixíssima vibração e o ronco é agradável.
Vídeo:
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