quinta-feira, 25 de março de 2021

Dia Nacional da Comunidade Árabe / 25 de março

 A comunidade árabe é estimada em mais de 15 milhões de pessoas


Brasil celebra, em 25 de março, o Dia Nacional da Comunidade Árabe. A data é uma homenagem mais do que justa a este povo que tanto colaborou e contribui ainda com o crescimento e desenvolvimento do país. Atualmente, a comunidade árabe é estimada em mais de 15 milhões de pessoas, entre imigrantes e descendentes. Os árabes foram um dos grupos de imigrantes que menos sofreram para se adaptar ao Brasil. Em sua maioria árabes-cristãos, os imigrantes não encontraram uma realidade religiosa divergente. Além disso, encontraram no Brasil uma sociedade extremamente miscigenada, e acostumada com a diversidade étnica. Os árabes, agarrados ao costume da preservação familiar, formaram grandes famílias por todo o Brasil, incluindo-se casamentos dentro da colônia árabe e, também, diversos com não-árabes. Embora nunca tenham chegado em enormes contingentes ao Brasil, atualmente milhões de brasileiros são descendentes de árabes, devido a esse forte costume de possuir famílias numerosas.

Vontade de trabalhar e talento para negociar trouxeram os imigrantes árabes ao Brasil. Hoje em dia, imigrantes e descendentes estão plenamente integrados à vida nacional, espalhados por todo o país, das grandes às pequenas cidades. Em Curitiba, estão localizados principalmente na região central da cidade, assim como em outras capitais, como São Paulo, onde abriram seus pequenos negócios em bairros como Bom Retiro, Brás e na rua 25 de Março. No início da imigração, vinham contingentes especialmente da região conhecida como Crescente Fértil, principalmente de Biladi Cham – ou “Terra de Cham” – correspondente aos atuais territórios da Palestina, Líbano, Jordânia e Síria. Contudo, há hoje no Brasil descendentes de quase todos os países árabes. Eles estão à frente de algumas das mais importantes fábricas e entidades empresariais brasileiras, destacando-se também na política.

Os valores, tradições e costumes que os imigrantes árabes trouxeram para nosso país, em poucas gerações tornaram-se parte integrante de nossa cultura.

A epopeia da imigração árabe no Brasil é uma história de sucesso. Homens e mulheres, imbuídos de valores éticos profundos, coesão familiar e imensa capacidade de trabalho aqui chegaram, lutaram e triunfaram. O Brasil já de muito acostumado às influências mouriscas - tão evidentes nas sociedades ibéricas, nas culturas africanas e na própria língua portuguesa - soube receber esses novos brasileiros com afeto e generosidade. Essa experiência positiva, calcada na interpenetração de culturas,  parece hoje um dos grandes trunfos do Brasil no cenário internacional. Enquanto outros insistem no conflito de civilizações, na intolerância religiosa e na retórica neocolonial, nós estamos abertos à diversidade e ao diálogo. Nossa atuação externa reflete esses valores. A cultura árabe não nos assusta. Pelo contrário, ela nos atrai e nos fascina. Ela nos enriquece e nos humaniza. Ela nos torna ainda mais brasileiros.

O Dia Nacional da Comunidade Árabe foi instituído pelo projeto 11.764/08, proposto pelo senador Romeu Tuma (PTB-SP). O projeto foi sancionado no dia 5 de agosto de 2008 pelo vice-presidente da República, José de Alencar, e virou lei federal. Trata-se de uma justa homenagem aos homens e mulheres de origem árabe, muçulmanos e cristãos, que começaram a desembarcar no país no final do século 19 em busca de trabalho e do sonho de riqueza.

Histórico 

O imperador d. Pedro II, após efetuar uma viagem diplomática ao Oriente Médio, mostrou-se fascinado pela cultura local e pela cordialidade do povo árabe. Consta que, por meio do Imperador, as primeiras levas de imigrantes árabes foram atraídas para o Brasil.  Há séculos dominados pelo Império Turco-Otomano, os árabes viram na emigração uma forma de fuga da violenta dominação turca. Os turcos, de fé islâmica, perseguiam as comunidades cristãs árabes. Em fins do século 19 os árabes cristãos, em sua maioria partindo da Síria e do Líbano, passaram a se espalhar pelo mundo: os destinos principais foram a América do Norte, América do Sul – em especial, o Brasil.

O Brasil era um país quase desconhecido no mundo árabe. Os imigrantes apenas sabiam que estavam indo para a América e, por muitas vezes, imaginavam estarem indo para os Estados Unidos. Ao chegar ao Brasil, muitos árabes se chocaram ao descobrir que estavam, de fato, aportando na América do Sul. As primeiras levas significativas de imigrantes árabes começou oficialmente no Brasil por volta de 1880, com uma leva de libaneses. Calcula-se que, até o ano de 1900, chegaram ao Brasil 5.400 árabes. Os problemas socioeconômicos agravados no Oriente Médio no início do século 20 fizeram crescer a emigração em direção ao Brasil: no ano de 1920 viviam no País pouco mais de 50 mil árabes. Diferentemente de outras correntes migratórias,os sírios-libaneses, não vieram para trabalhar em lavouras, começaram a vida, em sua maioria, como mascates e com o tempo se tornavam grandes varejistas e industriais. Espalhados por todo país,se concentram em maior parte na região Sudeste, onde estão ligados ao desenvolvimento econômico de todo o país.

Contribuição

Nas últimas décadas, a contribuição cultural dos árabes tem sido mais lembrada pela culinária, embora haja outros campos em que sua presença é marcante. O aumento das cadeias de fast-food nos grandes centros urbanos aproximou a população do quibe, da esfiha, do tabule e da coalhada seca, antes circunscritos aos restaurantes típicos. A popularização, sobretudo do quibe e da esfiha, fez com que fossem incorporados a outros locais de alimentação, como as tradicionais pastelarias chinesas, e mesmo bares e padarias de portugueses e brasileiros.

Na literatura, fazendo parte do panorama cultural do país, pode-se citar, dentre outros, Jamil Almansur Haddad (São Paulo, 1914), Mário Chamie (Cajobi, 1933), Raduan Nassar (Pindorama, 1935) e Milton Hatoum (Manaus, 1952).

No cinema brasileiro, ficou famosa a filmagem do libanês Abrão Benjamin. Após dificultosas e delicadas gestões, conseguiu filmar o bando do cangaceiro Virgulino Ferreira, o Lampião. Encaminhado para censura no Departamento de Propaganda, no Rio de Janeiro, a iniciativa pioneira foi vista com desagrado, proibindo-se o filme, cujos fragmentos foram resgatados somente na década de 60. O fotógrafo Benjamin virou tema central de uma película recente sobre o cangaço, Baile perfumado. Outros nomes de destaque nas décadas de 1950 e 1960 são o de Walter Hugo Khouri e Arnaldo Jabor.

A Universidade é o local onde os nomes de origem sírio e libanesa têm se mostrado mais evidentes em consequência do incentivo à educação, como já foi citado anteriormente. Profissionais nas áreas da Medicina, como Adib Jatene (Xapuri, Acre); no Direito, Alfredo Buzaid (Jaboticabal, 1914); na Filosofia, Marilena Chaui (São Paulo, 1941); na Sociologia, Aziz Simão (São Paulo); na Filologia, Antonio Houaiss (Rio de Janeiro, 1915-1999), entre tantos outros, indicam a notável contribuição das gerações crescidas com o país que os recebeu.

Na política, a inserção dos imigrantes árabes guarda algumas características particulares: é relativamente recente. Em São Paulo, começou depois do Estado Novo (1937-45) e se resumiu aos membros da colônia pertencentes às camadas médias ou à elite econômica, com expressiva participação de candidatos com carreiras iniciadas em cidades do interior; em uma representação parlamentar ou em cargos dirigentes numericamente significativa, levando a uma sobre representação da colônia sírio-libanesa; os participantes estão vinculados, especialmente, a partidos de caráter conservador ou populista.

Fonte: www.semanriodazonanorte.com.br

(Postagem sugerida pelo meu Irmão e Amigo Wilson Dias)




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