sábado, 19 de setembro de 2020

INFÂNCIA - Muito cuidado com as telinhas

Brincadeiras físicas ao ar livre são fundamentais para as crianças e o seu desenvolvimento


A escassez de brincadeiras na natureza da infância e adolescência podem acarretar em problemas de obesidade, sedentarismo, hiperatividade, falta de  equilíbrio e a agilidade física e até miopia, segundo estudos do Grupo de Trabalho em Saúde e Natureza da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

Com a pandemia do novo coronavírus, as atividades em contato com a natureza têm sido substituídas, em considerável período, pelo uso de smartphones, videogames e outras tecnologias do tipo. Mas os especialistas alertam: afastar as crianças da natureza e das brincadeiras ao livre como forma de preservá-las do risco de contaminação pode trazer graves problemas colaterais.

No entanto, de acordo com o Grupo de Trabalho Saúde na Era Digital, outro braço de pesquisa da SBC, o uso excessivo dos aparelhos tecnológicos por crianças pode estar diretamente relacionado ao desenvolvimento intelectual e motor dos pequenos.

Com o risco de ser contaminado e o isolamento social forçado - devido ao fechamento presencial de praticamente todos os setores do DF-famílias precisariam se manter dentro de casa e aqueles com filhos pequenos se viram diante da difícil situação de controlar e manter as crianças entretidas fora das ruas.

Uma das respostas mais imediatas para a problemática foi o recurso do uso de smartphones, assinaturas em canais infantis e outras tecnologias para manter a atenção dos pequenos em uma única atividade durante um período prolongado de tempo.


Mil primeiros dias

Mas os mil primeiros dias de vida-cerca de 2 anos e nove meses de idade - são essenciais para o desenvolvimento intelectual dos indivíduos.

De acordo com Alexandre Garcia Barbosa, pediatra, major médico do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) e diretor do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), a desconexão é necessária, ainda que difícil em decorrência do isolamento social. Deve-se buscar, principalmente, a interação ao ar livre e fora do ambiente virtual.

"Os mil primeiros dias são primordiais para o desenvolvimento cognitivo e neurológico. A criança conhece os eletrônicos desde que nasce - não tem volta," observa ele. 

"A questão é quando terá o acesso a eles. Cabe a nós, pais e responsáveis determinarmos quando ele terá o contato com os eletrônicos, como em muitos outros aspectos da infância", afirmou o especialista.


Diversão passiva

"A tela faz com que a criança tenha algo chamado de educação ou diversão passiva. O cérebro da criança recebe as informações de forma passiva, porque ela não precisa agir para receber aquela informação. Isso é o contrário do que é preconizado hoje na pediatria: a educação e a diversão precisam ser ativas", complementou. De acordo com Garcia, as consequências do uso desregulado dos eletrônicos afetam, posteriormente, o aprendizado das crianças na escola, a qualidade do sono e o humor.


O cérebro cansa mais facialmente

Uma vez que as informações chegam ao entendimento dos pequenos de forma passiva, o cérebro cansa mais facilmente, levando-0s aos diagnósticos desvantajosos.

De acordo com a pesquisa do Grupo de Trabalho em Saúde e Natureza, "o convívio com a natureza na infância e na adolescência melhora o controle de doenças crônicas como diabetes, asma, obesidade, entre outras, diminui o risco de dependência ao álcool e outras coisas nocivas.

Além disso, também ajuda no desenvolvimento da criatividade, ajuda com a autoconfiança, e auxilia na capacidade de escolha, em tomar decisões e resolver problemas.

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBO) dá algumas dicas para a aprendizagem e desenvolvimento infantil se darem de forma uma saudável.

A instituição recomenda que sejam evitadas as "experiências da tecnologia muito cedo", sem necessidade", limitação de tempo entre "ao máximo de uma hora por dia" para aqueles entre 2 e 5 anos, "sempre com supervisão de pais, cuidadores e responsáveis". O contato com outras pessoas  e atividades ao ar livre são as opções oferecidas pelos especialistas.

Mesmo para as crianças mais velhas ou até para os adolescentes, é importante limitar u uso de computadores, videogames, smartphones e outros aparelhos eletrônicos.


SAIBA MAIS

  • Para crianças entre 6 e 10 anos, deve-se estabelecer um limite de duas horas por dia de uso de aparelhos eletrônicos, ainda com supervisão de adultos.
  • Aos mais velhos, adolescentes e jovens entre 11 e 18 anos, é importante ainda condicionar o uso dos equipamentos eletrônicos e telas de videogames.
  • Nesses casos, o ideal é limitar o uso em até três horas por dia.
  • E é muito importante ressaltar que em hipótese nenhuma se pode permitir que alguém "vire a noite jogando".
  • Isso pode gerar casos graves de estresse e até casos de convulsão.
  • Jogos eletrônicos possuem muitos estímulos luminosos. E a exposição excessiva a eles pode ser danosa.
  • Além disso, a alta concentração em excesso é nocivo a saúde.
Fonte: A Gazeta de Rondônia






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