terça-feira, 4 de maio de 2021

Robson Oliveira - RESENHA POLÍTICA

 CPI 

Começaram as oitivas da Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado Federal que investiga as supostas omissões ou crimes das autoridades federais, estaduais e municipais que concorreram para que a pandemia tomasse as dimensões catastróficas no país com mais de 400 mil mortes. Os ex-ministros da Saúde, Mandetta e Teich, fizeram revelações que podem iluminar todo o processo obscuro adotado pelo governo federal para o enfrentamento da Covid-19. O general Pazzuelo, também ex-ministro, não compareceu alegando contato com pessoas infectadas com o vírus.  

 

DESDOBRAMENTOS 

Há uma máxima entre os congressistas sobre CPIs segundo a qual “sabe-se como e quando começa uma CPI, mas nunca como termina”. Os desdobramentos da CPI da Covid ainda são uma incógnita por estar no início dos trabalhos, apesar da mobilização do governo federal nos bastidores para que as atenções sejam desviadas aos governadores e prefeitos, já que o general Pazuello antecipadamente aceitou a pecha de “boi de piranha”. 

 

NEGACIONISMO 

Está claro para o mundo político e científico, nacional e internacional, que as ações, declarações e a negação do presidente Jair Bolsonaro desde o início da pandemia concorreram para a situação caótica de mortandade em que chegamos. Foram várias manifestações minimizando os efeitos deletérios do vírus e algumas contra a vacinação. A postura negacionista da Presidência da República contribuiu para que o país passasse a ser o epicentro mundial da pandemia, antes da Índia.  

 

DROGAS 

O uso da cloroquina, entre outras drogas, para o tratamento da Covid – mesmo inútil e até perigoso -, segundo Mandetta, não partiu do Ministério da Saúde no momento em que era ministro. O ex-ministro voltou a condenar a utilização destas drogas denominada “kit covid” porque não têm serventia para combater o coronavírus, além de causar efeitos nocivos à saúde, se ministradas de forma contínua.  

 

PRESCRIÇÃO 

Depois do depoimento de Mandetta é possível deduzir a razão pela qual o número de óbitos em Rondônia tenha sido proporcionalmente um dos maiores do país, uma vez que o kit covid, contendo hidroxicloroquina, ivermectina e azimecritina, é prescrito na rede pública estadual como tratamento para o coronavirus. Pior que é prescrito sem que o paciente seja consultado. Quem quiser comprovar passe numa unidade de saúde qualquer e faça uma consulta.  

 

LOROTA 

Já virou rotina, desde que ficou inabilitado pela Lei da Ficha Limpa para concorrer a um mandato político, o ex-senador Ivo Cassol reverberar uma suposta candidatura a governador. Um ano antes das eleições de 2018 o senador garantia que seria candidato a governador. Esta coluna, na época, registrou que a reverberação era lorota. Mais uma vez Cassol alega que estará livre das amarras judiciais para disputar em 2022, o que a coluna duvida. É lorota. Quem viver verá! 

 

APELO 

Mesmo a coluna apostando que Cassol não estará apto judicialmente para disputar um mandato no próximo ano, é um nome ainda bem lembrado pelo eleitor e com apelo forte junto ao eleitor do interior. Aliás, poucos políticos estaduais têm uma cara de parte do eleitor médio em razão da própria colonização. Fora das eleições, será um bom influenciador eleitoral. Outro dia causou perplexidade e furou com um gravação queimando o bucho de um cidadão com uma solda elétrica garantindo que o efeito da fumaça curava Covid.  

 

PROJETO 

Na hipótese de ser confirmado que Ivo esteja fora das eleições, a irmã, deputada federal Jaqueline Cassol, deverá ser escalada pelo clã para disputar a vaga senatorial que restará vaga com a conclusão do mandato de Acir Gurgacz. A exemplo de Cassol, Gurgacz também está inabilitado judicialmente para disputar as eleições 2022. O projeto Ivo naufragando, Jaqueline tentará surfar na onda eleitoral do irmão com destino ao Senado. Este é o projeto de fundo.  

 

ALTERNATIVA 

O ex-prefeito de Ji-Paraná, Jesualdo Pires (PSB), deverá ser um dos pré-candidatos a ser mais assediado pelos mais diversos partidos. Trata-se de um político com capacidade técnica comprovada e com uma visão de estado bem diversa da média das nossas autoridades que apenas enxergam o próprio umbigo. Já andam escalando o ex-prefeito para vice-governador, mesmo tendo habilidades políticas e técnicas melhores do que aqueles escalados por aí para serem seu chefe. O projeto inicial de Jesualdo é colocar o nome no âmbito partidário para uma vaga na Câmara Federal, mas o processo pode afunilar e ao invés de vice seja convencido a disputar o Governo. Uma alternativa aos nomes carimbados que pululam nas manchetes. O que daria mais qualidade ao debate.  

 

ISOLADO 

Já o governador Marcos Rocha continua isolado sem sinalizar o partido ao qual deverá abrigar a sua candidatura à reeleição. Há quem diga que o Patriotas teria aberto suas portas para que Rocha seja candidato à reeleição.  

 

TÁTICA 

O isolamento político tem sido uma opção do governador mesmo sendo uma atitude que contraria todas as avaliações eleitorais. Como nas eleições passadas surpreendeu e contrariou as avaliações, há quem acredite no staff do governador que a história vai se repetir e defenda que ele permaneça longe de tudo e todos. Uma tática arriscada já que não é um líder de massas, um administrador arrojado nem um fenômeno orgânico partidário. Diz a lenda que o raio não cai duas vezes no mesmo local, mas vai lá que o coronel seja predestinado e consiga inverter esta lógica: pelo menos ele acredita na tática, embora este cabeça chata seja incrédulo e desconfie que a tática possa ser fatal ao coronel podendo deixá-lo fora de um eventual segundo turno.  

 

DIFERENÇAS 

Quem anda se mexendo nos bastidores visando o Executivo Estadual é o prefeito da capital Hildon Chaves. No grupo em que o prefeito participa, o senador Marcos Rogério também almeja ser ungido como candidato a governador. Um primeiro confronto intestinal que começa a provocar ebulição com possibilidade de espalhar excrementos por todos os lados. O prefeito da capital hoje tem mais capilaridade política de aglutinação já que o senador até o momento não justificou as funções senatoriais que o povo de Rondônia lhe conferiu. Além de ser uma pessoa pernóstica no trato pessoal. São diferenças fundamentais quando o grupo for instado a decidir.  

 

AMPLIAÇÃO 

O deputado federal Léo Moraes também é outro que aspira à vaga de governador e tem percorrido o interior tentando ampliar o grupo para que sirva de sustentação à candidatura majoritária. Léo não descarta também mudar o projeto e disputar o Senado. Independentemente de qual dos dois cargos venha a disputar sabe que vai ser uma eleição dura e precisa ampliar os apoios para não morrer na praia, visto que os possíveis adversários já estão agrupados.  

ÍNDIOS 

A Funai tem requerido abertura de inquéritos policiais contra representantes indígenas que criticam o governo. Uma inversão de papéis nunca vista, nem durante o governo de exceção. Os órgãos públicos são de Estado e não de governo. Uma contradição escandalosa que exige da sociedade e da justiça ações firmes para conter a distorção autoritária. A piada não tem graça e requer respeito às nossas etnias.  

 

ALVORECER 

Quem ajuda nas ações sociais que atende pessoas e famílias em situação vulnerável deveria procurar a Luz do Alvorecer que tem dado uma contribuição excelente em minimizar as dificuldades de famílias necessitadas. Uma causa nobre que merece engajamento dos mais variado segmentos, a exemplo da torcida organizada do flamengo que, em Porto Velho, está engajada em colaborar com a entidade.  



Fonte: Jornalista Robson Oliveira / Porto Velho-RO.





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