terça-feira, 3 de novembro de 2020

Robson Oliveira - RESENHA POLÍTICA

 PESQUISA  - Anunciar percentual de pesquisa em Rondônia virou piada sem graça, visto que, exceto os contratantes, ninguém mais acredita – embora haja algumas sérias. Uma pesquisa divulgada na semana passada, por exemplo, apontando uma aprovação acima de setenta por cento de satisfação dos consumidores de energia fornecida pela Energisa – empresa privada mais criticada -, é uma piada sem graça. Não há no estado outra empresa que concorra com esta no quesito reclamação. 

PIADA- É uma insatisfação generalizada com a Energisa. Aliás, é competente apenas em cobrar, ainda assim com tarifas aviltantes. Pesquisa igual e duvidosa a esta somente aquela exibida no programa eleitoral do candidato a prefeito da capital Lindomar Garçon, com percentuais que o colocam no segundo turno em empate técnico com o primeiro colocado, Hildon Chaves. Ainda assim na margem de erro. Uma piada que desmoraliza as pesquisas divulgadas. 

INGENUIDADE  - Em comitês eleitorais obsoletos ainda persiste uma ideia equivocada de que o eleitor se ilude com resultado das pesquisas e se deixa influenciar com a divulgação. Lorota pura. No passado, quando as mídias sociais sequer existiam, ainda havia algum tipo de influência, mas na medida que o eleitor começa a receber informações por variadas fontes é ingenuidade achar que uma pesquisa influencie na hora do voto. Quando o eleitor decide votar não há nada que o faça mudar, as exceções são tão minúsculas que não mudam o resultado final. Ademais, pesquisa capta a realidade momentânea e política, é como nuvem que muda conforme o tempo.  

REFORÇO  - O coronel Ronaldo Flores, candidato a prefeito de Porto Velho pelo Solidariedade, colocou no ar uma peça publicitária na companhia do deputado federal Mauro Nazif. Embora seja um deputado federal operante, Nazif obteve pouco mais de 22 mil votos na capital em 2018, menos da metade que obteve quando disputou e perdeu a eleição de reeleição de prefeito. Ainda é cedo para aferir se o apoio é um reforço ou um fardo na campanha do coronel. Mas pelos percentuais que o parlamentar tem obtido na capital, o futuro político do coronel não será florido. Além de lhe faltar carisma nas peças políticas veiculadas. 

SOVA  - Quem decidiu sair do isolamento em que se encontra desde que assumiu para prestar apoio a Breno Mendes (AVANTE), também candidato a prefeito da capital, foi o governador Marcos Rocha. A exemplo de Ronaldo Flores, o apoio do coronel a Mendes pode não render os votos esperados, bastando que o eleitor visite o site do Tribunal Regional Eleitoral para verificar que Marcos Rocha levou uma sova de Vinicius Miguel nas eleições em 2018, no primeiro turno. Uma diferença de mais de vinte e dois mil votos em relação aos votos obtidos na capital por Rocha. 

FACTOIDE  - Ainda que seja apenas uma liminar com força de atos preparatórios para um procedimento processual, onde todos exercem o contraditório e a ampla defesa, houve muita especulação apressada de que o candidato à reeleição Hildon Chaves terá sua candidatura cassada. É possível? A resposta é sim. No entanto, é possível que não? A resposta também é verdadeira. Sempre que um candidato desponta entre os concorrentes, os retardatários, por não empolgarem o eleitor, tentam impedir por vias judiciais. Vinicius Miguel, primeiro a sofrer este tipo de questionamento, e agora, Hildon Chaves. Não por coincidência ambos despontam como favoritos nos percentuais por aí divulgados. Tudo factoide que não influi na vontade livre do eleitor em escolher entre eles os melhores. 

EQUÍVOCONesses processos em que a justiça eleitoral concede liminar é dever da imprensa divulgar o conteúdo das decisões. Não há nada de incomum neste aspecto. O jornalista ao divulgar cumpre o seu papel social, principalmente porque os fatos divulgados são verdadeiros. É um equívoco culpar o repórter pelo eventuais erros de terceiros. É verdade que os adversários usam das matérias para manipular os fatos e com isto cabular votos. Verificando antecedentes similares, a maioria quebra a cara porque o eleitor percebe a manobra e sabe distinguir o que mente daquele que fala a verdade. Razão pela qual as promessas exageradas feitas caem no vazio.   

APOSTA Quem apostar que não haverá segundo turno na capital vai perder as fichas. Todos os percentuais apurados, inclusive para consumo dos comitês, revelam que a definição da eleição ocorrerá no segundo turno. Somente quem não tem experiência em campanha põe suas fichas numa definição de primeiro turno. Os próximos sete dias vão ser decisivos para a definição dos dois mais bem colocados. Embora hoje haja favoritos, amanhã é possível que mude o cenário. Apostar neste momento no vencedor é um risco de pura adivinhação.  

EQUILÍBRIO  - Uma campanha que está bem equilibrada é a de Ji-Paraná. Os candidatos com mais chances no momento são Jhony Paixão (Republicanos) e Isaú Fonseca (MDB). O primeiro vinha em céu de brigadeiro, mas o segundo, nesta reta final, equilibrou a disputa e vai ser voto a voto até a apuração. Já o candidato do PDT, Julian Caudal, convocado para substituir o atual prefeito, após prisão, é uma incógnita, embora carregue o fardo de substituir o correligionário confinado. Lideranças municipais, a exemplo de Jesualdo Pires, podem ser o fiel da balança.  

REVIRAVOLTA  - Outra disputa que começa a mudar de formato é a de Ariquemes, com a entrada na campanha do atual prefeito que declinou apoio a Carla Redano. A jovem vereadora enfrenta um outro jovem bom de urna, Lucas Follador. O terceiro candidato, Tiziu Jedalias, despencou do favoritismo depois que rejeitou na chapa a vereadora Redano. A reviravolta no município não será surpresa pra ninguém.  

VITÓRIA   - Quem já garantiu antecipadamente a vitória nas urnas no dia 15 é o candidato à reeleição, delegado Araújo, de Pimenta Bueno. A vitória é certa em razão de que nenhum outro partido apresentou candidato na disputa e o delegado concorre só. Prefeito reeleito por antecipação. Um sonho eleitoral que poucos conseguem. 


Fonte: Jornalista Robson Oliveira / Porto Velho-RO. 



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