CAMPANHA - Os candidatos das eleições municipais estrearam nas plataformas digitais as primeiras peças da campanha digitais, local onde boa parte dos candidatos vai dispor de um melhor tempo para expor as propostas. É também nessa seara que as críticas mais acerbas e ácidas vão fluir com mais intensidade. Embora a justiça eleitoral prometa combater com veemência conteúdos vedados por lei.
REFORÇO - Como é uma campanha atípica em razão da pandemia, os comitês eleitorais terão que reforçar a vigilância dos excessos dos adversários nas plataformas, o que significa reforçar também o corpo jurídico antes que a eleição vire um território sem lei. Nessas plataformas alguns dos candidatos e seus seguidores fazem da ferramenta digital uma ferramenta do vale tudo. E não é assim. Quem abusou na eleição passada de robôs e do anonimato para atacar candidatos pode, nesta campanha, quebrar a cara e responder criminalmente pelos atos ilegítimos praticados. E na jurisdição eleitoral os processos são mais céleres e com penalidades rígidas.
EFEITO - Já começa a aparecer todo tipo de pesquisa com os resultados mais díspares na campanha da capital. No entanto, quem tem experiência com eleição em Porto Velho aprende que é um período eleitoral muito seletivo e um percentual mais denso decide por um dos candidatos dias antes da votação. E quando um dos candidatos tem empatia com este eleitor, o efeito eleitoral é de manada. Pesquisa registra tão somente o momento em que é apurada, o que explica reiterados erros nos resultados da capital em eleições pretéritas, embora nas ruas, os comitês mais atentos e estruturados conseguem perceber esse efeito. As pesquisas iniciais servem apenas como guia para evitar erros e corrigir estratégias.
RECICLAGEM - Caiu como uma bomba a operação denominada “Reciclagem” que levou à enxovia quatro prefeitos de Rondônia, na semana passada, entre eles a prefeita de Cacoal, Glaucione Rodrigues, e Marcito Pinto, de Ji-Paraná. Esses dois prefeitos são candidatos à reeleição e pelo site do Tribunal Regional Eleitoral continuavam até o fechamento desta coluna com suas candidaturas aguardando registro definitivo.
RENÚNCIA - Dificilmente os dois prefeitos presos manterão as candidaturas por razões óbvias, mas a coluna apurou que o prefeito de Ji está sendo pressionado e sem sucesso pelo partido (PDT) para que antecipe imediatamente a renúncia. Não há como reciclar uma candidatura depois de uma operação policial daquela magnitude e com cenas da gravação do suposto malfeito expostas no Jornal Nacional. Qualquer aprendiz de política percebe que a situação é grave e que exige dos acusados submergir antes que a situação piore ainda mais, caso já não tenha ocorrido. Em relação à prefeita de Cacoal, além dela, o marido também seguiu o mesmo destino, com o agravante de ser reincidente.
MUDANÇA - Em Cacoal as articulações dos partidos buscam lançar o coronel Vasques (DEM) em substituição a Glaucione. O coronel havia assumido a secretaria de saúde do município de Ji-Paraná, mas voltou às pressas a Cacoal para assumir a candidatura. Em Jipa, apesar das resistências do prefeito, é colocar em seu lugar o jovem Afonso Madel, do Democratas.
VERSÃO - Há uma versão, supostamente de pessoas próximas à prefeita de Cacoal, de que o empresário que teria gravado os prefeitos pedindo propinas, em relação a Glaucione Rodrigues, com as imagens recebendo dinheiro, seria uma tentativa de flagrante forjado. Pela versão, o empresário que procurou espontaneamente a prefeita para fazer doações à campanha de reeleição sob o argumento de que a “boa” administração deveria continuar, estava com o intuito de armar uma cena de arrecadação de propina para que se safasse de outros processos a que responde em Vilhena. Mesmo que esta versão tenha alguma verossimilhança com os fatos, o que é difícil aceitar, a prefeita estaria cometendo crime eleitoral. Não é um crime qualquer receber de um fornecedor recursos destinados a um caixa dois. A emenda é pior que o soneto.
PAIXÃO - Com a prisão do prefeito Marcito Pinto, o deputado estadual Jhony Paixão, candidato a prefeito de Jipa que já possuía capilaridade política para bater nas urnas o atual prefeito, tem uma campanha daqui pra frente mais tranquila. Nas primeiras pesquisas divulgadas no período pré-eleitoral, antes dos registros das candidaturas e anterior à operação policial “Reciclagem”, as duas candidaturas apareciam com mais força para se rivalizarem. Com Marcito encalacrado na justiça, Paixão terá apenas que administrar a campanha sem cometer erros: os acontecimentos no município obrigam os candidatos a redobrarem a vigilância no que falam, no que fazem e no que prometem fazer. Para que não sejam colocados na mesma vale comum do atual prefeito.
GRILO - Uma curiosidade tem deixado parte da imprensa intrigada, é o desaparecimento do Secretário de Saúde do Estado, Fernando Máximo. No início da pandemia, quando o governo reunia a imprensa para divulgar os boletins do covid-19, Máximo era o mais falante, parecia um grilo de tanto falar. Após ser contaminado pelo vírus, além dos problemas que passam na pasta sob seu comando, o falante sumiu. Como diz a propaganda: tomou doril...
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