quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

O Mundo de olho nas águas da Amazônia

A recente celebração do Dia Mundial da água trouxe novamente à tona o fantasma da escassez de água potável que paira sobre a humanidade. Mais de 30 países já enfrentaram o problema, uma das consequências diretas do crescimento populacional, poluição e aquecimento global. A falta ou ingestão de água poluída tem matado mais gente do que todas as formas de violência no mundo, inclusive as guerras.

A ONU prevê que em 20 anos a média de água disponível para cada pessoa esteja reduzida a um terço. Mais de 20% da população mundial já não tem acesse á água e cerca de 40% dela não dispõe para o básico. O problema afeta também a produção de alimentos. A agricultura utiliza 70% da água no mundo, ou seja, enquanto o crescimento populacional requer mais comida, a falta de d"água reduz a oferta.

Nesse ritmo, a escassez atingirá de 2 a 7 bilhões de pessoas, principalmente no Oriente Médio banhado pelos rios Tigre e Eufrates, ascendo o estopim de um conflito mundial pela água, tal como as disputas de hoje pelo petróleo. O alvo seriam os 80% das reservas brasileiras e 16% de toda a água doce do mundo existentes na Amazônia, fazendo do Brasil o bebedouro internacional de 6 bilhões do planeta.

Essa abundância já custou aos brasileiros a acusação de perdulários e consumistas irresponsáveis de água, pela revista "Science", alimentando as pregações de internacionalização da região. Os números confirmam as várias formas de desperdício. A Organização Mundial da Saúde considera que cada habitante deveria consumir 40 litros diários de água, mas os brasileiros consomem 200 litros por dia, sem contar a lavagem de um carro, que vale por 10 banhos, e os muitos vazamentos.

O olho internacional sempre esteve arregalado para os mananciais amazônicos. A partir do início destes anos 2000, aumentaram o s rumores de hidro-pirataria por navios por navios estrangeiros, que levariam água doce para comercialização onde abunda petróleo, mas escasseia o precioso líquido.  Chamam a atenção cargueiros fundeados ao largo, suscitando questionamentos sobre o que fazem parados ali.

Essa ocorrência é contestada pela Capitania dos Portos, que fiscaliza rigorosamente a troca de lastro dos navios regulada por normas internacionais. Pelo sim, pelo não, o Ministério da Justiça mandou a Polícia Federal ficar de olho. Afinal, não seria a primeva vez que biomas amazônicos seriam contra-bandeado para o exterior, desde que a borracha foi levada pelos ingleses para a Malásia no início doas anos 1900, tirando o Brasil do mercado mundial do látex.

É uma carga que pode valer ouro, estimulando cálculos hipotéticos. Algo como 100 desses navios navegam na região todos os meses, cada um com capacidade para 250 milhões de litros d"água. Contados no outro lado do mundo entre 50 e 80 centavos de dólar o litros, significaria cerca de 150 milhões de dólares multiplicados por cem, bem mais barato do que o dólar e meio que países gastam para dessalinizar cada litro de água do mar para consumo humano.

Frequentemente se falam no interesse de empresas estrangeiras no controle de companhias de água da região, certamente não pelo faturamento das torneiras das cidades. Existem pelo menos duas multinacionais de água ancoradas em 130 países de todos os continentes. O futuro dirá para onde e como ás águas amazônicas vão correr, se por força de armas ou na versão "aqualeira" dos "petroleiros" que navegam pelas hidrovias petrolíferas.
Fonte: Linomar Bahia - Jornalista - Jornal Alto Madeira

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