Augusto dos Anjos |
Tu que, na estrada da existência em fora,
Cantaste e riste, e na existência agora
Triste soluças a ilusão perdida:
Oh! tu, que na grinalda emurchecida
De teu passado de felicidade
Fôste juntar os goivos da Saudade
Às flôres da Esperança enlanguescida;
Se nada te aniquila o desalento
Que te invade, e pesar negro e profundo,
Esconde à Natureza o sofrimento,
E fica no teu êrmo entristecida,
Alma arrancada do prazer do mundo,
Alma viúva das paixões da vida.
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