segunda-feira, 8 de setembro de 2014

OS MOTIVOS DE JOAQUIM BARBOSA...


Ministro Joaquim Barbosa
Magistrados, policiais, jornalistas e fiscais são profissionais que recebem, costumeiramente, ofensas e ameaças, via telefone, carta, internet e até pessoalmente. Os descontentes, com sentenças, ações, criticas ou multas, os inescrupulosos diga-se, recorrem ao anonimato para desabafar já que existem os caminhos normais para se restaurar a verdade, a prova forjada, a calúnia e o abuso do poder. Fica desta forma um tanto quanto prejudicada alegação de que ameaças é sua integridade física, de agressão e até de morte, teriam determinado a imprevista deserção do ministro Joaquim Barbosa das altas funções de ministro-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), muitos antes da aposentadoria compulsória que se verifica aos 70 anos de idade. Dono de uma personalidade polêmica, autoritária, que não aceita contestações, o magistrado colecionou inimigos entre seus pares, jornalistas, políticos, inclusive entre entidades de classe às quais se referia como núcleos de parasitas  apenas interessados em benefícios, viagens de lazer e aumentos de salários. A própria OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) mais de uma vez admoestou, via ofícios, atitudes condenáveis do presidente do STF que atingiam defensores de réus ainda que respaldadas na letra fia da Lei.  Inutilmente foi no julgamento da AP 470, conhecida como “mensalão” que o nome de Joaquim Barbosa chegou ao noticiário e conseqüentemente ao grande público que inconformado com os sucessivos escândalos  procurava um nome, um justiceiro, que devolvesse à sociedade um mínimo de confiança.   E o seu nome foi lembrado para a Presidência da República que ele não pleiteou e se descartou de imediato. Realmente o jurista não teria a mobilidade no terreno político exigida para fechar acordos, conchavos, alianças e coalizões com o objetivo do Poder “custe o que custar”. Pesaram, na relação de motivos, persistente problema na coluna que provoca dores intensas e que já determinaram a visita a especialistas de vários países, sem solução.  Por fim a presença de seu colega Levandowsky na presidência, por certo ensejaria desavenças, discussões e atritos que o bom sendo manda evitar.

Sobram motivos, portanto para explicar a inesperada renúncia a um dos mais cobiçados cargos de nossa Democracia, o ministro do STF, colimação da carreira de quantos militam na jurisprudência. Se causou decepção em muitos, também provocou inusitada alegria em setores políticos, administrativos e advocatícios que vislumbram oportunidade para solução de problemas de ex-membros do Poder hoje recolhidos em presídios do país, e até do Exterior.

Fonte: Notas do Repórter - Reis de Souza / Jornal Alto Madeira


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