Conheça a nova Honda XR 300L Tornado que tem como principal diferença da Sahara, a proposta de utilização misturando on e off-road
A Honda tem adotado uma linha de lançamentos baseada no sucesso de motos consagradas. Foi assim (com nostalgia) que vieram a Africa Twin e, mais recentemente a Twister. Agora a receita volta a ser utilizada com um modelo da Honda que desfruta do maior respeito entre os amantes das aventuras e a prática do fora de estrada: a Tornado.
A Honda XR 250 Tornado foi produzida entre 2001 e 2011 com mais de 200 mil unidades comercializadas. À época trazia rodas de alumínio, painel digital, e uma ciclística de respeito que convidada o piloto aos “maus caminhos”. Era comum ver Tornado nas trilhas e até em provas como o Enduro da Independência, por exemplo.
Acabou!
Ela foi substituída pela XRE 300 que também fez sucesso, mas não tinha o mesmo carisma. Aproveitando disso a Marca da Asa resolveu dar vida nova ao modelo e lançou a XR 300L Tornado com a mecânica da Sahara e diversas mudanças para justificar o nome e aptidão para o on off.
A suspensão dianteira, por exemplo, já vem equipada com as sanfonas para proteção das bengalas. O que diminui a entrada de pó e ainda evita que o tubo seja marcado por conta de impacto com pedras. Seu curso continua o mesmo da Sahara – 245 mm. Já na suspensão traseira, a Tornado oferece 2 mm a mais de curso, é pouco, mas o conjunto ganhou um novo link para garantir melhor funcionamento e manter a roda traseira grudada ao solo, permitindo mais conforto e segurança nos trechos de terra ou estradas mal pavimentadas.
Os ângulos de cáster (25º59’) e trail (123 mm), assim como o entre eixos (1.429 mm) também são diferentes e, segundo o fabricante, permitem melhor mudança de trajetória e uma postura mais agressiva durante a pilotagem.
Embora o motor seja o mesmo (um cilindro de 293,5 cm³) a caixa de ar é menor – para garantir um banco mais estreito – resultando numa diminuição de potência. Por conta de mudanças no mapeamento o torque (que não mudou) chega em rotações mais baixas. Essa característica é muito bem vinda quando rodamos em estradas de terra, trilha ou em aclives acentuados.
Mais alto
O banco mais alto e estreito, assim como as pedaleiras com ranhuras são características que garantem melhor eficiência no off-road. Em caso de queda a ponta do pedal de câmbio é retrátil. A roda dianteira de 21 polegadas é a preferida por quem roda na terra, além da diferença de cor (o aro conta com pintura anodizada) traz furação especial para usar a trava de pneu. Essa trava é recomendada no fora de estrada, principalmente na areia, quando a pressão do pneu é reduzida. O modelo vem equipado com o pneu Metzeler Karoo Street na medida 90/90 na dianteira e 120/80 - 18 na traseira. Para o consumidor é uma medida interessante pois existem várias opções de modelos e preços de pneus.
Freios
Os freios não tiveram mudanças em suas dimensões – com disco de 256 mm na dianteira e 220 mm na traseira com ABS. Porém aquela incomoda mangueira, que leva o fluido do reservatório para a pinça, está lá próxima ao painel. Segundo o time da Honda, a posição permite que o fluido siga pela mangueira sem interrupções. “Caso tivéssemos curvas acentuadas na mangueira, o freio perderia parte de sua eficiência, principalmente no fora de estrada” afirmou Luiz Gustavo Guereschi, durante a apresentação técnica da moto.
Se a mangueira incomoda, o painel totalmente digital é um show de informações. Traz velocímetro, marcador de combustível, marcador de marcha engatada e um monte de informações – pelo computador de bordo – algo que era impensável na primeira Tornado, que sequer tinha marcador de combustível. Outra importante inovação é a embreagem assistida e deslizante.
O modelo tem uma “assinatura” de design bem interessante, a começar pelo farol e piscas em LED que parecem uma miragem quando lembramos da antiga, Tornado e seu farol anêmico... Outro fator curioso é a Honda oferecer apenas a cor vermelha – tradicional de suas motos de competição. O modelo tem garantia de três anos (sem limite de quilometragem) e a revisão deve ser feita em períodos de 6.000 km (exceto a primeira que acontece aos 1.000 km rodados).
A nova Tornado estará praticamente sozinha no seguimento, sua concorrente mais direta é a Lander 250, porém o modelo já sofre com o peso do tempo. Na Yamaha o sistema de freio traz ABS apenas na roda dianteira, a transmissão é de 5 marchas e o preço (praticado de R$ 27 mil) será bem próximo da nova Tornado - que é mais potente e tem um visual mais moderno.
Por falar em preço, quando a Tornado foi lançada, em agosto de 2001, tinha o valor sugerido de R$ 7.190. Passados quase 25 anos XR 300L Tornado 300 chega com preço público sugerido de R$ 27.690, sem frete e seguro.
Bem vamos esperar para rodar com o modelo e ver (na prática) como ela se comporta.
Ficha Técnica
Motor: 293,5 cm³, arrefecido a ar, comando simples
Diâmetro x curso: 77,00 mm x 63,03
Taxa de compressão: 9,3:1
Potência: 24,3 cv a 7.500 rpm (gasolina)
24,8 cv a 7.500 rpm (etanol)
Torque: 2,70 kgf.m a 5.750 rpm (gasolina)
2,74 kgf.m a 5.750 rpm (etanol)
Transmissão final: Corrente - 6 velocidades
Chassi: Semi berço duplo
Suspensão dianteira: Garfo telescópico com 245 mm de curso
Suspensão traseira: Monochoque com um amortecedor, 7 regulagens na mola e 227 mm de curso
Pneu dianteiro: 90/90 – 21
Pneu traseiro: 120/80 – 18
Entre eixos: 1.429 mm
Freio dianteiro: Disco de 256 mm
Freio traseiro: Disco de 220 mm
Altura do banco: 890mm
Altura livre do solo: 268 mm
Peso 143 kg (seco)
Tanque: 13,8 litros (3,7 reserva)
(SJRP)
Nenhum comentário:
Postar um comentário