O eleitor tratou de resolver a confusão criada pela legislação eleitoral em Vilhena. Simplesmente escolheu um ficha limpa, um candidato que não tinha nenhum problema com a lei. Um cara nova. E não foi só em Vilhena. Em mais de duas dezenas de cidades brasileiras onde houve eleições suplementares, em muitos casos a opção foi por aqueles candidatos que, mesmo menos conhecidos, apresentavam uma vida sem manchas e sem rolos judiciais. Vilhena elegeu Eduardo Japonês, que conseguiu, pela primeira vez em muitos anos, tirar alguém de sobrenome Donadon do poder, mesmo com quase 50 por cento e votos brancos, nulos e abstenções. Embora se ressalve que a saída de Rosani Donadon da Prefeitura nada tenha a ver com malfeitos, mas apenas com firulas jurídicas, mesmo assim a derrota foi marcante. Lá, nos últimos dias de campanha, as pesquisas já indicavam a vitória de Japonês. Foi uma das raras cidades onde os institutos de pesquisa acertaram, ao menos parcialmente. Além da vitória de Japonês e da derrota dos Donadon, até há pouco imbatíveis nas urnas, em Vilhena, o que mais a eleição de domingo trouxe de surpresa? Além da enorme ausência do eleitor e do grande número de votos nulos e brancos, outra delas é que há novos rumos na cidade, que vive há anos enrolada em denúncias de corrupção e criminalização da política. O apoio do ex governador Ivo Cassol, de Expedito Júnior e de todo o grupo deles, foi muito importante. Assim como o do companheiro de partido de Japonês, o deputado Luizinho Goebel, que há anos milita no PV, está no seu terceiro mandato e que é um nome que só cresce na região de Vilhena. Rosani foi derrotada e levou consigo um novo problema: o MDB, que na principal cidade do extremo sul do Estado, sofreu uma derrota importante. Mesmo com as características diferentes da eleição, já que Rosani concorreu sub judicie, mesmo assim foi uma perda importante para os emedebistas. Cada eleição é diferente da outra, mas é bom o MDB se preocupar em reagrupar sua turma vilhenense, para não ser surpreendido de novo, em outubro.
Outro detalhe importante das eleições no país, neste domingo, ocorreu em Tocantins. Pelas pesquisas, a senadora Kátia Abreu, que era da direita e passou para a esquerda (foi ministra de Dilma Rousseff), estava à frente, mas acabou ficando em quarto lugar. Ela ia até com chances, pelas primeiras pesquisas. Bastou começar a defender o “Lula Livre” e outras baboseiras superadas, vindas das palavras de ordem do PT, que entrou para o túnel irreversível dos derrotados. Kátia ficou em quarto lugar, com pouco mais de 15 por cento dos votos. Os dois primeiros, que disputarão um segundo turno, foram o atual presidente da Assembleia e governador interino Mauro Carlesse e o senador Vicentinho. Kátia recebeu e divulgou uma carta de apoio do ex Presidente Lula, que está cumprindo pena no Paraná. Foi a pá de cal na sua candidatura...
MENOS 32 MILHÕES PARA A 364
Dos 60 milhões de reais do orçamento a melhorias na BR 364, para obras de recuperação entre Vilhena e Porto Velho, foram cortados nada menos do que 32 milhões. Essa grana toda que não será mais gasta na principal rodovia de Rondônia, faz parte dos duros cortes que estão sendo feitos para cobrir o rombo de mais de 9 bilhões de reais com a diferença do preço no óleo diesel, durante os próximos 60 dias. Ou seja, a milionária Petrobras não pode perder nada, por causa do mercado internacional e os grandes investidores internacionais, mas o povo brasileiro terá que bancar novamente toda essa conta. Várias outras rodovias federais serão prejudicadas, em diferentes Estados brasileiros, por causa dos cortes. A 364 será uma das que mais vai perder recursos. Não se sabe exatamente quais os trechos que serão mais prejudicados, mas espera-se que não seja os piores deles, entre Vilhena e Pimenta Bueno e alguns quilômetros no acesso a Itapuã do Oeste, que estão em estado de destruição. A verdade é que, mais uma vez, Rondônia é punida pelo governo central, que nos trata muito mal, desde que os governos do PT, que mais jogaram dinheiro no Estado, durante mais de uma década, chegaram ao fim.
A CIRANDA AINDA NÃO TERMINOU
Dos sete presos na Operação Ciranda, que denunciou desvios de recursos do transporte escolar fluvial na Prefeitura de Porto Velho, três continuam em presídios da Capital. A Justiça acatou pedido da PF e Ministério Público para que eles permanecessem mais alguns dias na prisão, até que todas as investigações sejam concluídas. Outros sete detidos, cumprem prisão domiciliar, por diferentes razões. O agora ex secretário da Educação, Marcos Aurélio Marques e o seu adjunto, Erivaldo de Souza, são dois que vão ficar presos, pelo menos até meados desta semana, caso não seja decretada ainda a prisão preventiva deles. O assunto é complexo e envolve desvios de mais de 20 milhões de reais, num esquema que teria começado em 2010 e continuava até há pouco,, quando a operação foi deflagrada. O titular da Semed e seu adjunto foram presos porque não teriam cumprido ordem da Controladoria Geral da União, em não renovar contrato com empresa suspeita de envolvimento no rolo. A alegação da renovação é que, se ela não fosse feita, centenas de crianças ficariam sem transporte escolar por longo tempo. O caso certamente ainda vai render muitas dores de cabeça à administração do prefeito Hildon Chaves.
PAUTA POSITIVA DE VERÃO
A forma da Prefeitura enfrentar essa situação extremamente negativa, é apresentar uma pauta positiva de realizações. Não há jeito mais correto para melhorar a imagem perante a comunidade, do que falar e mostrar obras, investimentos, melhorias, serviços. E é isso que o prefeito Hildon Chaves tem feito. Nesta segunda, por exemplo, ele lançou um grande programa de limpeza dos bairros, começando pelo Três Marias. Serão 45 máquinas e equipamentos que darão início ao Projeto Minha Rua, que vai encascalhar ruas, recuperar áreas degradadas, limpar tudo e deixar o bairro com um jeito que ele jamais teve, nos seus mais de 30 anos de existência. Some-se a isso um grande projeto de asfaltamento de mais de 70 quilômetros de ruas, com investimentos que superam os 82 milhões de reais. Hildon Chaves ainda quer dar uma mexida forte na saúde, através da parceria com Organizações Sociais, embora esse assunto ainda esteja merecendo grandes debates e muitas críticas. Mas, enfim, o verão chegou e é a hora do prefeito e seu governo dizerem a que vieram. Lá por meados de novembro, quando as chuvas voltarem, é que veremos o que deu certo e o que não deu, nesse grande programa de mexida na cidade, apresentado pela Prefeitura.
CINCO CRIMES POR HORA
Mais de cinco assassinatos a cada hora. 11.500 pessoas mortas no Brasil, apenas nos primeiros três meses por ano. São 3.833 vítimas por mês. Neste rimo, quando terminar 2018, acabaremos algo em torno de 48 mil brasileiros, todos violentamente mortos. Quase o número total de soldados americanos mortos na Guerra do Vietnam, uma das mais brutais e cruéis de toda a história recente. Nessa média, teremos , numa década, quase tantos mortos quanto os que pereceram na terrível guerra da Síria, em sete anos, onde foram usados os mais modernos armamentos, os ataques aéreos mais destruidores e até armas químicas. Na Síria e em outras guerras do Planeta, o que está em jogo são confrontos poderosos de iologia, pelo poder, por questões religiosas, por território e riquezas. No Brasil, mata-se para roubar um chinelo de dedo; um celular barato; um tênis usado. Um grande número de vítimas vem dos confrontos do crime organizado, por disputa de pontos de drogas. Pior de tudo: a maioria das vítimas tem entre 16 e 28 anos de idade. Estamos ceifando uma geração de jovens, sem que haja ações para acabar com toda essa mortandade.
GUERRA NAS RUAS DE MANAUS
A falta de autoridade, o desrespeito às mínimas condições de convivência democrática, a mistura de ideologias e ações de bestialidade, transformaram Manaus, capital do Amazonas, nossa vizinha a 900 quilômetros, como se fosse uma cidade em guerra. Os cobradores e motoristas de ônibus radicalizaram a greve, ignoraram ordens judiciais, destruíram mais de 60 ônibus e estão agindo como se a cidade fosse propriedade deles. Confrontos com a polícia, uso de spray de pimenta e ameaça de tiros; ameaças de invasão à Câmara de Vereadores e à Prefeitura, ônibus queimados, palavras de ordem, falta de respeito ao cidadão comum, transformaram o movimento dos rodoviários em momentos de pânico e horror, na maior cidade amazonense, com seus mais de 2 milhões de habitantes. A greve há dura uma semana e até a noite desta segunda, não havia sinais de que a crise poderia ao menos diminuir. Manaus é um pequeno exemplo do Brasil: sem comando, sem respeito ao outro; cada um defendendo seus interesses. Claro que tudo isso, tanto para os manauaras quanto para todos os brasileiros, não vai acabar bem!
PERGUNTINHA
Você aí que está pagando e vai pagar ainda muito mais, do seu bolso, por causa da greve dos caminhoneiros, não tem vontade também de fazer uma greve de pedido de socorro, para que não seja mais tão explorado?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires / Porto Velho-RO.
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