Linha de motocicleta da marca japonesa com motor quatro cilindros é objeto de desejo dos motociclistas. Veja alguns cuidados para comprar a sua.
A fabricante japonesa Yamaha lançou o modelo XJ6 em janeiro de 2010 com grande expectativa de aceitação pelo mercado. E foi o que aconteceu, pois logo a motocicleta com robusta motorização quatro cilindros ganhou destaque pelo preço competitivo e por sua proposta “racional”. Além dos quatro canecos, havia outros atributos, como suspensão convencional, quadro em aço e motor de 600 cm³ - capaz de gerar uma potência de 77,5 cavalos a 10.000 rpm e um torque de 6,09 kgfm a 8.500 giros - que a tornavam mais acessível que a Honda CB 600F Hornet. Na época, a Hornet era líder de mercado e sonho de consumo por oferecer mais de 100 cv de potência com seu nervoso motor de quatro cilindros.
A naked da Honda saiu de linha, por culpa das leis ambientais, mas a XJ6 seguiu seu caminho de sucesso. Em sete anos foram produzidas 20 mil unidades dessa naked que, ainda hoje, tem boa procura e excelente liquidez.
Parte desse sucesso era fruto de seu motor dócil e da facilidade de pilotagem da XJ6. Afinal, para muitos motociclistas ela pode ser a porta de entrada no mundo das cobiçadas quatro cilindros. Prova disso é a enorme procura pelos modelos nos sites de compras e também nas lojas de motos usadas.
- Confira o vídeo do MOTO.com.br sobre a potência e a história da Yamaha XJ6
Mas, antes de assinar o cheque – ou o contrato de financiamento – é bom ficar atento a alguns detalhes para não fazer um mau negócio. Segundo o experiente vendedor Antônio Carlos Canova, da Center Motos, loja multimarcas de São Paulo (SP), alguns detalhes devem ser levados em consideração na hora de escolher uma moto.
Chave vermelha
Peça para o vendedor apresentar o Manual do Proprietário, com os carimbos de revisão e as três chaves, inclusive a vermelha. Para quem não conhece ela é codificada e fornecida pela fábrica ao primeiro proprietário. A chave vermelha é imprescindível para fazer cópia das outras chaves. Caso ela não exista e houver a necessidade de fazer uma cópia a despesa nas concessionárias pode ser bem salgada.
Como muita gente gosta dos motores de quatro cilindros por conta do ronco do motor, é comum o uso de ponteiras esportivas. Porém, ao comprar a moto, exija o escape original.
Outro detalhe que deve receber muita atenção é a quilometragem da moto. “Por ser um modelo destinado ao lazer não é comum ter quilometragem elevada”, segundo o profissional. Para Canova, a quilometragem média deve ser de 10.000 km rodados por ano.
Palavra do mecânico
Nem sempre a baixa quilometragem é sinal de cuidados. Se o dono gostar de “fritar o pneu” e tirar a moto de giro, o motor sofrerá as consequências. Devido ao calor excessivo neste tipo de manobra as bronzinas podem ser comprometidas e o motor passa a fazer um barulho alto “do tipo ferro com ferro”, explica o mecânico Edson Barbosa, da Concessionária Yamaha, Feltrin Motos, de São Paulo (SP). Com a experiência de mais de 15 anos na profissão Barbosa chama atenção para outro defeito que pode condenar uma XJ: “fumaça branca do escapamento é sinal de problemas sérios”.
A boa notícia é que o motor é muito robusto e com manutenção simples. “Basta o dono anterior ter trocado todos os filtros e cuidado da lubrificação nos prazos corretos que não tem erro. Eu mesmo nunca tive de abrir um motor de XJ”, lembra Edson confirmando a fama de robustez do motor Yamaha.
Por fim os cuidados devem ficar para as peças de desgaste natural como a relação, pastilhas, discos e pneus. Se houver alguma peça que necessita ser trocada, vale a pena pesquisar o preço e descontar na negociação. Tais componentes não são baratos – lembre-se que falamos de uma moto de 600cc, quatro cilindros com 77 cavalos de potência.
Se você está pensando em comprar uma XJ e não for experiente leve um mecânico para verificar antes de fechar a compra. Não dá para confiar só porque a moto está bonita, muitas vezes ela pode ter sofrido um acidente e o quadro ter sido alinhado. “Nesse caso, só um mecânico é capaz de verificar isso”, afirma Canova.
Motos com valores muito abaixo da tabela FIPE podem trazer problemas. “É uma moto com boa liquidez, então não há motivos para ter preço muito fora da média, nesse caso pode desconfiar que existe algo errado”, ensina o experiente comerciante.
Além da naked XJ6, existe a versão F, carenada e mais indicada para quem gosta de viajar. Em 2015 foi lançada a versão com sistema de freios ABS e a esportiva SP com pinturas e grafismos especiais. Os preços de uma XJ6 usada ou seminova variam de R$ 19.000 a R$ 30.000, dependendo da versão e do ano de fabricação.
Fotos: Arquivo/Infomoto
Agência Infomoto
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