domingo, 10 de maio de 2015

MANDAMENTOS CÍVICO-PATRIÓTICOS

"Penso que o patriotismo é como a caridade: começa em casa" (Henri James, em Retrato de uma Senhora)

A prática da educação cívica nas escolas brasileiras infelizmente tomou um rumo de total desinteresse pelo amor ao nosso Brasil.

O canto dos Hinos Nacional, da Bandeira, da nossa Independência ou da Repúblicas, é relegado a plano inferior; nossa Bandeira só é cultuada, se assim posso me expressar, de quatro em quatro anos, por ocasião das copas mundiais de futebol -e o que chamo e já escrevi, sob o título "O Patriotismo Quadrienal".

Em determinadas cerimônias, canta-se apenas a primeira estrofe do Hino à Bandeira e o estribilho - (estrofe é o primeiro grupo de versos, e estribilho são os versos repetidos ao final de cada estrofe) - e qual seria a razão? - A grande maioria dos brasileiros não sabe cantar a composição em sua totalidade, ou seja, as restantes três estrofes.

Unamo, escritor, filósofo, poeta e romancista espanhol, em sua obra "Solilóquios e Conversações", assim define o nosso título deste verbete: "A primeira coisa que um cidadão precisa ter é civismo, e não pode haver pátria, verdadeira pátria, onde os cidadãos não se preocupam com os problemas políticos"...

Os Mandamentos Cívicos de que nos fala Amaral Fontoura, em seu livro "Calendário Cívico", são praticados ao inverso de sua orientação, senão vejamos:
  1. O amor ao nosso Brasil e às suas causas, são sentimentos desenvolvidos/
  2. Há respeito às autoridades e à nossa ordem constituída?
  3. O brasileiro mantém admiração pelos grandes feitos nacionais, tais como: a Abolição da Escravatura, a Conjuração Mineira, nossa Independência, Proclamação da República, e lembra em que dia mês e ano o nosso Brasil foi descoberto?
  4. Cultua admiração por todos quantos brasileiros que construíram e enobreceram com seus atos e feitos este grande País, como Caxias (o Pacificador) - Deodoro (o Proclamador da República) - Benjamim Constant (o Inspirador da República) - Floriano Peixoto  (o Consolidador) - Joaquim Nabuco e José do Patrocínio (os Abolicionistas) - Rui Barbosa ( o Águia de Haia) - Bento Gonçalves (O Revolucionário) - Juscelino Kubistschek (o fundador de Brasília), Santos Dumont (O Pai da Aviação), e também outros? Não!... - preferem render culto às figuras de terroristas internacionais, estampado em suas camisetas seus nomes e fotos.
  5. Dilapidam o patrimônio comunitário, assim como desfiguram estátuas ou símbolos públicos, ao invés de conservá-los, ou pelo menos não danificá-las.
  6. É conservado, mantido e respeitado o espírito democrático, tanto quanto aos abusos e excessos de autoridade e de liberdade?
  7. Finalmente, o brasileiro está devidamente preparado para a vida política nacional com base na representação partidária, na eleição e no voto? Os que pleiteiam representar o povo, principalmente nos poderes executivos e legislativo têm conhecimento pleno das funções que irão desempenhar em nome da população? O edil (vereador), que deveria ser o primeiro passo da hierarquia política, saberia definir o que é Lei Orgânica Municipal, Constituição, Lei ou Decreto? Teria conhecimento da nossa Organização Social e Política, aliás, matéria infelizmente abolida do currículo escolar, onde, ainda que, sinteticamente, se ensinava "Teoria do Estado", cuja matéria tive o prazer de lecionar em três Colégios do Rio de Janeiro.
A prática das virtudes foi substituída pelos vícios que denigrem o ser humano, a Prudência que deveria guiar o homem para o correto caminho foi substituída pela imoderação, pela impulsividade; a Temperança que deveria purificar todas as ações cometidas passaram ao descomedimento, à prática da sordidez; a Justiça que deveria dar a cada um o que lhe é de direito, proporcionar a equidade social, transforma-se muitas vezes em injustiça ou até mesmo na iniquidade.

O que deveria ser justo e perfeito transformou a prática das virtudes numa verdadeira antonímia, ou seja, em uma verdadeira oposição.

Plauto, poeta cômico latino, em seu pensamento (Asinaria, "A burra" II, 4.88), assim se expressa: - (O homo homini lupus - O homem é um lobo para o homem), cujo sentido é que o homem não raro se mostra feroz para o seu semelhante.

Fonte: Herly Halfeld Alves /Jornal Alto Madeira


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