Existe uma teoria tibetana da invisibilidade segundo a qual uma pessoa que entrar discretamente em determinado ambiente pode sair dele sem ser lembrada, como se fosse invisível. E se não foi vista por ninguém é porque estava realmente invisível. Micheal Lipson tem suas próprias impressões, inclusive práticas, a respeito da invisibilidade. Filha do astrofísico norte-americano Reuven Opher, professor titular do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (JAG-USP) e coordenador do projeto temático Nova Física no Espaço, Formação e Evolução de Estruturas no Universo, ela viveu no Brasil até os 19 anos, quando saiu para voar mais alto.
Na verdade, saiu para mergulhar nos estudos em fotônica do silício, que há 10 anos, quando ela começou, era uma atividade considerada no mínimo perda de tempo. A proposta de subsatituir os elétrons por fótons (porções minúsculas de luz) no transporte de dados dos processadores de computação não caia na cabeça dos sábios da época, não tão distante assim. Michal admite que era uma proposta ousada, mas foi por isso mesmo que, ao insistir nesses estudos, conseguiu figurar nas enciclopédias modernas entre os pioneiros nessa área, mesmo ainda bastante jovem, sendo já um dos nomes mais respeitados entre os especialistas que desenvolvem um novo paradigma da arquitetura de hardware.
Esse novo paradigma será o computador com componentes fotôncios, tecnologia que permitirá retomar o ritmo do aumento de velocidade dos processadores e tornar possível a construção de objetos de fiçção científica, tais como os mantos de invisibilidade. Além de herdar a veia científica do pai, Michal é irmã da também astrofísica Merav Opher, professora da Universidade George Mason, nos Estados Unidos, que investiga a evolução de ondas de choques e camaradas não-lineares de plasma associadas ao vento solar.
Fonte: Diário da Amazônia
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