A figura principal no Evangelho (Lc 2, 22-40) é o Menino Jesus. Contudo, além de Maria e José, duas outras personagens marcam o enredo: Ana e Simeão. Ambos são o retrato do povo que espera o dia da consolação.
Se esperam o dia da consolação.
Isso significa que vivem situações de dor e sofrimento. De fato, o povo de Deus
vivia sob dupla opressão: a do Império Romano e a da elite religiosa. A
violência do império não poupava os pobres, arrancando-lhes altos impostos e
impondo-lhes toda espécie de humilhação. A religião, por sua vez, era fria;
muito dada à exigência de cumprimentos de preceitos e pouco ou nada habituada
ao acolhimento e à compaixão. Isso tudo angustiava e tornava a vida um fardo.
Ana e Simeão eram dois idosos.
Imaginemos sua face, suas mãos, seus pés, tão marcados pelo peso dos anos e por
tudo que tiveram de enfrentar na existência. Lucas enfatiza que Simeão era
“justo e piedoso, e esperava a consolação do povo de Israel”. (v.25). A
respeito de Ana, informações importantes são destacadas. Ela era profetisa, já
bastante idosa e viúva. Tinha 84 anos e havia vivido sete anos com o marido.
Os números são simbólicos e
apontam para o ideal de plenitude. O número 84 corresponde a 7 x 12, multiplicação
que envolve um número perfeito e o das tribos de Israel. De modo que Ana é
representante do novo povo de Deus. Esse povo novo tem seus olhos voltados para
Jesus. Isso se evidencia na expressão de Simeão: “meus olhos viram a tua
salvação” (v.30). Os olhos de Simeão e de Ana são os olhos de todos os humildes
do mundo que esperam o dia da libertação.
Esse dia chegou. O Menino Deus
desceu das alturas, como luz, para iluminar a todos os que jazem nas trevas. A
alegria de José e Maria é tamanha., que eles só podem se maravilhar.
Nós também podemos nos
maravilhar. À semelhança de Maria, José, Ana e Simeão, nosso coração também é
consolado. Apesar de o mundo ainda estar cheio de mazelas e destruição,
contemplando o Menino Jesus, nossos olhos são iluminados, para fazermos o bem hoje.
O Espírito nos ilumina para testemunharmos a alegria do Evangelho!
Fonte: Pe. Antônio
Iraildo Alves de Brito, ssp / O DOMINGO – semanário litúrgico-catequético
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