domingo, 9 de julho de 2017

A Revolução Constitucionalista


Todo dia 9 de julho de cada ano é dia de relembrar uma das maiores revoluções de toda nossa história: a Revolução Constitucionalista de 1932 ou Guerra Paulista, um movimento armado ocorrido entre julho e outubro de 1932, que queria derrubar o governo provisório de Getúlio Vargas. 
E Rio Preto foi um dos principais focos da revolução. A cidade passou a ter uma grande visibilidade em todo estado após o movimento. Figuras notáveis de nossa sociedade, entre eles o advogado Luiz Américo de Freitas, Alceu de Assis, Cenobelino de Barros Serra, Ernani Pires Domingues, Sinésio de Mello Oliveira, Theotônio Monteiro de Barros Filho, Victor Brito Bastos, Coutinho Cavalcanti e Aureliano Mendonça foram os nossos grandes líderes. 
A informação oficial diz que nove soldados constitucionalistas rio-pretenses morreram nos campos de batalha, mas o escritor e historiador Roberto do Valle, falecido recentemente, afirma com afinco, no livro “Rio Preto na Revolução de 32”, que as mortes chegaram a 20. No clima da revolução, Rio Preto tornou-se sede do 10º Distrito Estadual do Comitê de Revolução, e em 13 de julho era realizado um grande comício na Praça Dom José Marcondes. 
Foi formada uma unidade da Cruz Vermelha para atender os revolucionários e várias cruzadas também se organizaram. A Cruzada “Gymnasial”, com sede no Colégio Cardeal Leme, arregimentando estudantes para formar grupo de apoio com pedidos de dinheiro, mantimentos e ataduras. Até o Cine São José, com sua sede na esquina da rua Siqueira Campos com a General Glicério e o Rio Preto Automóvel Clube, na bela sede da esquina da rua Voluntários de São Paulo com a Silva Jardim serviram de base para alistamento, reformas e confecções de fardas para os soldados. 


As mulheres da sociedade tiveram também que pegar no batente, melhor dizendo, na linha e na agulha. Para juntar forças e ganhar a revolução, valia tudo. Vários jagunços e matadores de aluguel se uniram e formaram a “Coluna da Morte”, integrada por bandidos famosos em toda região, como Aníbal Vieira, Ferraz Negrão, Lino Catarino e seu irmão Ubirajara. 
O final todo mundo sabe. Apesar da derrota militar do movimento, algumas de suas reivindicações foram obtidas posteriormente, como a convocação de uma Assembleia Constituinte e a promulgação de uma nova Constituição em 1934. Em 1962, trinta anos após a revolução, houve uma grande comemoração na cidade ainda com a presença de muitos soldados e as autoridades que participaram e organizaram o movimento. 
A cidade toda parou para receber nossos heróis e outros que vieram de toda a região, como Cedral, Uchoa, Potirendaba e Mirassol. Foi um marco. E para a nossa sorte estava lá Sylvio Calabrezzi e a sua Cometa Filmes registrando tudo. Pra mim é um dos mais importantes registros que a nossa companhia de documentários produziu. A emoção está no ar e Calabrezzi achou tão importante que juntou ao documentário a maravilhosa narrativa executada pelo ator e crítico literário Sérgio Viotti, um dos maiores em toda nossa história. Um registro para emocionar e quem sabe despertar um maior senso de civismo e patriotismo nas próximas gerações, agora mais antenadas com os problemas políticos e sociais do nosso País. 






 Fonte: Diário da Região/ São José do Rio Preto-SP
Postagem sugerida pelo colaborador do Blog, Farid Chaddad de Oliveira, residente em São José do Rio Preto/SP..


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