segunda-feira, 6 de abril de 2020

DEUS NOS FALA

Lucas 11, 1-13

Lucas inicia o trecho do Evangelho dizendo que Jesus estava rezando com os discípulos. Portanto, o contexto era de oração. E eles tomaram a iniciativa de pedir ao Mestre: “Senhor, ensina-nos a rezar.” Eles reconhecem que precisam ser orientados, sentem-se incapazes. Que grande verdade! Quantas vezes pensamos que rezar é um simples ato de devoção, de recolhimento ou de palavras. No entanto, o Mestre Jesus nos diz em primeiro lugar: “Quando vocês rezarem, digam: Pai, santificado seja o teu nome.” Ele, o Divino Mestre, convida a chamar Deus de Pai, demonstrando, assim, a proximidade dele conosco em todos os sentidos.

Veja bem: além do mais, se a gente o chama de Pai, consequentemente, nós nos reconhecemos como filhos; e se somos filhos devemos nos sentir protegidos pelo Pai e, ao mesmo tempo irmãos, enquanto como todos filhos. Desse jeito, muda a relação das pessoas com Deus. Torna-se um estilo de vida mais simples. Deus é mais acessível. Um Deus fonte de vida, porque é Pai, e nós dependemos da sua existência que quer sempre o nosso bem, porque ele é amor. Por conseguinte, “santificado seja o teu nome”, que quer dizer que seja reconhecido essa grande verdade de Pai.

O verbo santificar significa consagrar, manifestar o Deus Pai. Um Pai que não olha os méritos dos filhos e filhas, mas olha o que necessitam, sem preferência alguma. Nesse sentido, o Mestre diz que esse é o nome a ser reconhecido: PAI. É um Deus que quer amar sem limites. Talvez isso possa até escandalizar alguém que queira um Deus mágico e manipulado. Continuando a oração do Pai nosso: “Venha o teu reino”, isto é, que esse reino possa alcançar todos. Um Deus que governa comunicando o seu amor. É desse amor que precisamos todos os dias, porque nos alimenta e nos sustenta na nossa caminhada da Vida.

Assim sendo, se experimentamos esse amor do Pai, não podemos, de jeito nenhum, não partilhar essa experiência. Irmãos que sabem compartilhar, e não divididos nem separados. Perdoar é amar. E por fim: “não nos deixes cair em tentação”, quer dizer que Deus não nos abandone no momento que somos provados ou perseguidos no testemunho cristão, porque somos frágeis. Em seguida, o ensino de Jesus insiste em confiar totalmente no amor do Pai.

Essa total confiança garante o bom êxito do pedido. “Se vocês, que são maus, sabem dar coisas boa aos filhos, quanto mais o Pai do céu! Ele dará o Espírito Santo aqueles que o pedirem.” Esse ‘maus’ que diz Jesus se refere em relação ao amor do Pai. Quantos somos limitados em acolher esse amor de Deus? E Jesus nos garante, sobretudo através da oração, que receberemos o Espirito Santo. Isto é a força, a iluminação para realizar o projeto do Pai.

De outro jeito, nós nos escondemos atrás de leis e comportamentos pessoais para justificar a nossa conduta religiosa. Porém, o Espirito Santo nos abre ao nosso Deus, confirmando-nos seus filhos e compartilhando entre nós o seu amor eterno.

Fonte: Claudio Pighin -  Sacerdote e doutor em teologia - Belém/PA.


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