Bajaj salva KTM da crise com investimento bilionário, assume protagonismo na Pierer Mobility e poderá, até 2026, tornar-se controladora da fabricante austríaca.
A Bajaj salva KTM em um momento decisivo da história da fabricante austríaca. Com um investimento de 800 milhões de euros — equivalente a mais de R$ 5,2 bilhões — a indiana Bajaj Auto Ltd. interrompe a trajetória descendente da KTM, que vinha enfrentando sérias dificuldades financeiras desde 2024.
Bajaj salva KTM da crise com investimento bilionário - Divulgação
O aporte financeiro não só garante a continuidade das operações da marca como reposiciona a Bajaj como possível controladora da Pierer Mobility AG até 2026, abrindo espaço para mudanças estruturais no comando da KTM.
O plano de reestruturação da KTM, aprovado por credores e iniciado ainda em 2024, previa o pagamento parcial de uma dívida que superava 2 bilhões de euros. A Pierer Mobility, holding que controla a marca austríaca, precisava levantar cerca de 600 milhões de euros para atender às exigências desse acordo. Com a entrada de capital vinda da parceira indiana, esse valor foi integralmente assegurado, restabelecendo momentaneamente o fôlego financeiro da companhia.
O CEO da KTM, Gottfried Neumeister, afirmou em comunicado que o investimento representa uma “nova e segunda chance” para a marca, reforçando ainda a permanência das operações industriais na Áustria. A continuidade da produção em Mattighofen e Munderfing, cidades onde estão localizadas as principais fábricas da KTM, é considerada estratégica não apenas para a empresa, mas também para a economia local.
O que motivou o investimento da Bajaj na KTM?
A relação entre Bajaj e KTM já tem mais de uma década. A fabricante indiana detém 49,9% das ações da joint venture Pierer Bajaj AG, sendo, há tempos, uma das principais parceiras comerciais da KTM. O novo aporte, no entanto, reposiciona a Bajaj como possível controladora do grupo.
A motivação principal por trás do investimento é estratégica. A Bajaj busca ampliar sua presença global, sobretudo nos segmentos premium e de alta performance, nos quais a KTM atua com destaque. A injeção de capital garante acesso à engenharia austríaca e consolida a aliança entre os dois grupos, numa tentativa de ganho de escala e de sinergias produtivas.
Bajaj salva KTM da crise com investimento bilionário - Divulgação
Além disso, a Bajaj passa a ter a opção de compra dos 50,1% restantes da joint venture, atualmente nas mãos da Pierer Industrie AG. O contrato firmado prevê essa possibilidade até maio de 2026. Se concretizada, a operação tornará a indiana a principal acionista da Pierer Mobility AG.
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A Bajaj vai assumir o controle total da KTM?
Ainda não, mas o caminho está aberto para isso. Embora a estrutura acionária permaneça inalterada por ora, a Bajaj já garantiu o direito de adquirir o controle majoritário da Pierer Mobility AG. A efetivação dessa aquisição depende da aprovação de órgãos reguladores europeus, mas, segundo fontes ligadas ao setor, a tendência é que a negociação avance dentro dos prazos estipulados.
A Bajaj pode assumir o controle total da KTM - Divulgação
A mudança de comando no grupo também contribui para esse cenário. Stefan Pierer, figura central no desenvolvimento da KTM nas últimas décadas, deixará o Conselho Executivo da Pierer Mobility em junho de 2025, encerrando um ciclo. Com isso, abre-se espaço para uma nova governança, possivelmente com maior influência indiana.
Quais são os impactos no mercado global de motocicletas?
A aliança entre Bajaj e KTM tem potencial para alterar o equilíbrio do mercado global de motos. Com atuação consolidada em mercados emergentes, a Bajaj pode abrir novas frentes comerciais para a KTM, especialmente na Ásia e América Latina. A presença mais forte em países como Brasil e Indonésia, por exemplo, pode ser ampliada com o apoio logístico e comercial da indiana.
Bajaj salva KTM da crise com investimento bilionário - Divulgação
No Brasil, a KTM já anunciou planos de inaugurar uma fábrica em Manaus. Com o suporte financeiro da Bajaj, esse projeto ganha maior viabilidade e pode sair do papel nos próximos meses. A produção nacional permitiria maior competitividade de preços, além de facilitar o acesso às linhas de crédito locais e incentivos fiscais.
Do ponto de vista tecnológico, a integração entre as empresas pode acelerar o desenvolvimento de novos modelos, compartilhando plataformas, componentes e processos de produção.
Fonte: Tudo de Moto.com.br
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