Nossa leitora nos traz as memórias que lhe vêm à mente de como começou a se envolver com motos entre os cuidados dedicados à sua mãe.
Tem um rolê muito legal todo domingo de manhã aqui em Criciúma (SC).
Ajudo ela a sair da cama, a ir no banheiro , e dei banho hoje cedo, meio nazista como ela próprio me ensinou os hábitos de higiene ( mas hoje parece que esqueceu pois não é fácil convencê-la de que banho é necessário). Proteger-lhe do frio, secá-la com carinho e não lavar a cabeça, isso já foi feito ontem.
E me passa tantas experiências, tantas lembranças … A minha primeira viagem solo de moto: arrumei a moto, estava na varanda e a mãe varria ali. Domingo a tarde. Mãe? Tchau..! Ela disse: que o anjo da guarda te acompanhe, minha filha!
E eu fui, passei pelo portão de casa onde morava em Tubarão (SC) em direção a um novo rumo na minha vida. Levei a moto para Florianópolis (SC), fazer a UFSC.
Percebi que o acesso para entrar em Florianópolis estava sendo feito, ainda era de areia, um barro batido e contava que a vela não sujasse ali. Precisei limpar a vela no Morro dos Cavalos. A TT 125 Yamaha precisava de óleo e gasolina no tanque e quando sujava a vela a moto morria. Limpei com uma lixa de unha e a recoloquei.
Liguei e fui embora e pensei no anjo da minha mãe. Entrando no acesso, a estrada não estava bem plana, e havia já o traçado das rodas dos carros e não permitia que ninguém ultrapassasse ninguém. Isso era 1978. Alguém buzinou e me seguia, até que curiosa parei e ele se aproximou e estendeu o braço pela janela segurando um objeto: meu relógio. Um relógio que ganhei no meu baile de debutantes .
Sei quem é o cidadão, apesar de não o ter visto depois mais, mas a empresa dele se tornou forte e importante hoje, a Intelbras. E logo me veio na mente o anjo da guarda da minha mãe.
Fonte: MotoAdventure
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