Há 40 anos a BMW revolucionou o conceito de esportividade nas motos ao lançar a R 90 S
Motor de 900cc, carenagem frontal de série e capacidade para atingir 200 km/h eram características incomuns em uma moto na década de 1970. Esse trio de diferenciais marcou o lançamento da BMW R 90 S e sua versão sem carenagem R 90, em outubro de 1973.
Foram mantidas características já consagradas nas motos BMW, como o motor boxer e a transmissão por eixo cardã, mas a R 90 S também inovava. Usava discos de freio ventilados e vinha com o pioneirismo da carenagem frontal, que a colocava num patamar de esportividade acima das concorrentes.
A R 90S era uma versão apimentada da R 90, ambas lançadas simultaneamente partindo do projeto da R 75. O motor teve a cilindrada aumentada de 745cc para 898cc com a utilização de pistões de maior diâmetro e assim rendia 60 cv a 6.500 rpm.
Os engenheiros alemães queriam mais para a versão esportiva S e extraíram 67 cv a 7.000 rpm usando carburadores maiores e aumentando a taxa de compressão, o que também aumentou ligeiramente o torque (de 7,3 kgf.m para 7,6 kgf.m a 5.500 rpm).
A versão S foi considerada um modelo especial não só pelo desempenho e capacidade de atingir 200 km/h. A carenagem frontal foi pela primeira vez um item de série, para elevar a velocidade máxima e proporcionar mais conforto.
Os dois discos de freio dianteiros de 260 mm de diâmetro eram ventilados, algo incomum na época, e havia ajuste rápido de aperto da caixa de direção para auxiliar a estabilidade em altas velocidades.
Apesar da performance, o modelo mantinha o conforto como uma forte característica herdada dos modelos anteriores, mas nas pistas chancelou sua esportividade ao vencer a primeira temporada do campeonato americano AMA Superbike, realizada em 1976. Com o piloto inglês Reg Pridmore superou concorrentes como Ducati 750SS (73 cv), Moto Guzzi 850 de Le Mans (71 cv) e Kawasaki KZ 900 (82 cv).
Rodando na estrada, a 120 km/h o motor permanecia abaixo de 4.000 rpm e raramente era necessário reduzir da 5ª marcha para manter a velocidade em subida. O guidão ligeiramente alto e o banco largo garantiam o conforto nas viagens, que ainda contavam com o benefício do tanque para 24 litros herdado da R 75.
A R 90 S teve vida curta, porque logo foi modificada e renomeada. Foram fabricadas 17 mil unidades de 1973 a 1976, até ser substituída pela R 100 RS de 1977.
O novo modelo teve os pistões novamente redimensionados, ampliando a cilindrada para 980cc e aumentando a potência para 70 cv. Contudo, deixava de lado pretensões esportivas e se assumia como uma touring, com avantajada carenagem frontal que tinha como principal objetivo proporcionar conforto.
Estruturalmente ainda era uma R 90 S, com os aros de 19 polegadas na dianteira e 18” na traseira e a distância entreixos de 1.465 mm. A mudança mais significativa da R 100 RS foi a ampliação da carenagem para as laterais, envolvendo o motor, passando a proteger também as pernas do piloto.
Diversas versões da R 100 foram lançadas, embora a substituta da R 90 S em esportividade só tenha surgido com o lançamento da K 100 em 1982. O motor de 4 cilindros e 987cc rendia 90 cv, curiosamente instalado na longitudinal.
O grande renovação da família R só veio em 1993, quando a fabricante lançou a R 1100 RS com as suspensões telelever e paralever herdadas da big trail GS.
Fonte: Revista Duas Rodas
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