Com exclusividade, a coluna publicou há algumas semanas que, ao assumir o Governo, no início de abril, quando Confúcio Moura renuncia para disputar uma cadeira ao Senado, Daniel Pereira iria priorizar a segurança pública. Virá com novas ideias, novos planos, projetos de integração das polícias e, mais que tudo, com nomes da sua confiança, para gerir os setores vitais desta área tão complexa. Dois deles já estão confirmados e devem assumir em seguida, até para já começarem a por em prática o que pretende o atual vice governador. Na pasta da segurança pública, hoje ocupada pelo coronel bombeiro Lioberto Caetano será substituído pelo coronel da PM Ronimar Jobim, um policial respeitado na tropa, embora já na reserva e próximo ao grupo de Daniel. Também muda o comando da Polícia Militar no Estado. O coronel Mauro Flores Correa assume no posto que hoje é ocupado pelo também coronel Ênedy Araújo. Vários outros postos de comando tanto em nível da Secretaria de Segurança e Cidadania como na PM irão mudar. Ainda não há informações sobre nomes ou trocas na Polícia Civil, embora isso ainda possa ocorrer nos próximos dias. O que o futuro governador, que ficará à frente do Estado por nove meses quer, na área da segurança, são novas estratégicas, planejamento diferenciado e, principalmente, resultados práticos.
Há uma questão a que Daniel Pereira pretende dar atenção especial, durante sua curta administração. Não poderá fazer muito, mas poderá começar um grande projeto de retirada de presídios de áreas urbanas, em várias cidades do Estado. Ele já teria inclusive prometido a prefeitos e vereadores de comunidades do interior rondoniense, que esse será um objetivo que perseguirá desde o primeiro dia em que assumir o Governo. Entre as primeiras cidades onde o projeto poderá ser implantado, está o de Jaru, com o novo já em obras e o do Ouro Preto do Oeste, com seu presídio em péssimas condições e ainda dentro da cidade. Daniel também pretende dar continuidade ao discurso de Confúcio Moura, exigindo apoio federal, para o controle de fronteiras. Mesmo mais de um mês antes de assumir o poder, o vice governador já começa a montar seu time e, conforme prometeu (em declarações exclusivas a essa coluna, conforme publicado no dia 4 deste mês), vai dar atenção total à segurança. Esperemos que as coisas não fiquem só no discurso!
É INIMIZADE PESSOAL
O deputado Hermínio Coelho, sempre combativo e sempre sem papas na língua, de vez em quando pisa na bola pelo exagero. Foi o caso de um discurso virulento, fora dos padrões aceitáveis, que ele fez na Assembleia, enchendo o governador Confúcio Moura de ataques pessoais e ofensas à honra do chefe do Governo. Por causa disso, Hermínio foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Estado a 14 meses de prisão, obviamente sem ir preso, mas cumprindo sentença alternativa. Terá que ainda indenizar o Governador. Mesmo depois de condenado, Hermínio emitiu nota, dizendo que não se arrepende e deixando claro que repetiria o feito que lhe causou a sentença. Não devia, até em respeito à Justiça. O deputado, um dos mais atuantes na Assembleia, tem esse problema: de vez em quando extrapola, passa do suportável e, é claro, acaba ele mesmo sendo prejudicado. Sua inimizade pessoal com Confúcio começou quando o filho dele, Hermínio, foi preso de forma esdrúxula e absurda na Operação Apocalipse, feita pela polícia do Estado. A briga ainda não terminou...
POUCAS MUDANÇAS
A fofoca come solta, nos bastidores da política, como é absolutamente comum, infelizmente. Um das últimas, baseadas apenas em devaneios, é de que o ex prefeito Mauro Nazif teria influência importante na composição do governo de nove meses de Daniel Pereira, seu companheiro de partido. Alguns mais aloprados já andam anunciando nomes que assumiriam esse ou aquele cargo, na administração que substituirá Confúcio Moura, quando ele sair para disputar o Senado. O que há de verdade? Há um acordo entre o atual Governador e seu sucessor de que será mantida basicamente a mesma equipe, com trocas pontuais, principalmente em setores que estão mais próximos ao Governador. A espinha dorsal do Governo (como a Fazenda e o Planejamento, setores vitais), ficarão exatamente como estão, sob o comando de Wagner Garcia de Freitas e de George Braga, respectivamente. A maioria dos secretários de Confúcio permanecerá, com exceção daqueles que deixarão seus cargos para disputar a eleição de outubro. Portanto, malandros e plantadores de boato: menos, menos!
MAIS DE 9.200 ADVOGADOS
Com toda a razão, o presidente da OAB Rondônia, o jovem advogado Andrey Cavalcante, comemorou a passagem dos 44 anos de fundação da entidade. Também em Rondônia, a história da OAB registra grandes momentos, importantes avanços, apoio intenso à democracia e ao estado de direito. Em 18 de fevereiro de 1974, quando a entidade rondoniense foi fundada, haviam apenas 23 advogados credenciados em toda a Rondônia. Hoje, quase quatro décadas e meia depois, este número saltou para 9.291 e crescendo, já que nas últimas semanas, dezenas de jovens profissionais estão fazendo os exames da OAB e muitos deles já aptos a receberem sua carteira. A OAB tem sido parceira da sociedade brasileira e da rondoniense em praticamente todos os grandes temas, mas destaca-se na efetiva luta em defesa da lei, da ordem, da plena democracia e da Justiça. Prestes a chegar ao impressionante número de 10 mil advogados, o que representaria um profissional da área para cada 170 rondonienses. É uma das atividades que mais atraem jovens e, ao que tudo indica, esses números continuarão crescendo, em Rondônia, ao menos nos próximos anos.
VIADUTOS A TODO O VAPOR
Deixando as coisas bem claras, para que a informação passada à população não seja distorcida: os dois viadutos da Campos Sales, cujas obras estão andando, vão ficar prontos até meados de julho deste ano e não em dezembro, como se tem noticiado. Será uma das primeiras obras em Rondônia que será entregue muito antes do prazo definido em contrato. A conclusão de toda a estrutura de viadutos e acessos na BR 364, na Capital, incluindo as obras na avenida Prudente de Morais até a rodovia, essas sim ainda poderão se estender até novembro ou meados de dezembro. Mas todo o complexo dos dois viadutos, com seus acessos, contornos e a passagem por sobre a 364, terminará bem antes do último prazo previsto, quase seis meses antes. Mesmo neste período de chuvas, o Dnit continua trabalhando duro. Já melhorou bastante o acesso nos dois lados da BR, mesmo com um sistema de rotatória improvisada e os serviços continuam a todo o vapor. Ou seja, no início do segundo semestre, aquela estrutura, abandonada há anos, será enfim entregue à população.
TROCA-TROCA DE PARTIDOS
Começa, em breve, a correria de troca de partidos. Vários pré candidatos à Assembleia Legislativa e Câmara Federal estão analisando o quadro, para buscarem espaço em partidos que lhes deem mais condições de chegarem lá. Um dos problemas que já surgiu é em relação ao PSDB, que deve se aliar ao PP e ao PR, na disputa majoritária (Governo e Senado), mas não na proporcional, porque os candidatos dos dois partidos não querem ficar na mesma coligação onde está Mariana Carvalho, que na última eleição teve 60 mil votos e pode repetir o feito, tirando a chance de outro eleito na mesma turma. Por isso, cálculos, análises, consultas e conversas entre lideranças dos partidos e os prováveis candidatos já andam esquentando, nos últimos dias. A troca de partido, segundo a atual legislação eleitoral, pode ocorrer entre março e abril. O que diz a lei; “deputados e senadores que estão exercendo mandato podem trocar de partido durante a “janela partidária”, que ocorre duas vezes por mandato. A primeira é dois anos após a eleição. A segunda começa 7 meses antes da eleição e dura 30 dias. Em 2018, a janela será entre março e abril”. No caso do PSDB, há também dúvidas na majoritária. O ex senador Expedito Júnior, que concorrerá novamente ao Senado ou pode ir até ao Governo, analisa o quadro para definir se permanece no ninho tucano ou vai para o PSD, quando a janela se abrir.
GOLEADA DOS VEREADORES
O caso dos vigilantes foi mais um daqueles que mexeu com a estrutura da administração municipal e que acabou outra vez se transformando numa derrota para o Palácio Tancredo Neves, corroendo o governo municipal e colocando o prefeito Hildon Chaves numa posição negativa. Ele levou uma rasteira dos vereadores, mesmo tendo uma grande maioria e aceitado muitas pressões dos nobres edis, para acatar indicações e pedidos, imaginando que teria o apoio incondicional na Câmara de Porto Velho. Hildon está aprendendo, na prática, que a política não é para principiantes. Pressionados, os vereadores correram da briga e ficaram do lado dos trabalhadores, que lotaram a Câmara e berraram pela manutenção dos seus empregos. No final das contas, os nobres edis ficaram com os bônus, enquanto, perante a categoria, seus familiares e quem os apoiou, o vilão foi o Prefeito, embora ele tentasse realizar um projeto que economizaria mais de 14 milhões de reais ao ano aos cofres públicos. Sem entrar no mérito da questão, que merecerá certamente ainda muitos debates, olhando-se apenas pelo aspecto político, os vereadores ganharam de goleada do Prefeito. No jogo de cintura, na malandragem, na experiência. Só a dor ensina, certamente aprendeu, outra vez, o Prefeito porto velhense.
O CASO GURGACZ NO STF
A terça-feira foi angustiante para os aliados, eleitores, simpatizantes e amigos do senador Acir Gurgacz. Ele seria julgado pelo Supremo, num caso de uma denúncia de 2003, em que a sua empresa, a Eucatur, teria sido beneficiada por empréstimos irregulares, segundo a denúncia. Caso condenado, Acir estaria fora do jogo da disputa pelo Governo, onde é um dos nomes certos para tentar, nas urnas, ocupar a cadeira que hoje é de Confúcio Moura e que, a partir de abril, será do seu aliado (de Gurgacz), Daniel Pereira. O caso é complexo e os aliados do senador do PDT consideram a denúncia totalmente injusta, mas as coisas não parecem ser tão simples. Ontem, ao ser dado início à votação, já havia dois votos contra Gurgacz. O terceiro ministro, Luis Roberto Barroso, pediu vistas do processo e o prosseguimento da discussão do caso foi transferida para o próximo dia 27, exatamente terça-feira da próxima semana. Até lá, o clima é de expectativa, até porque o julgamento pode mudar tudo na corrida pelo Palácio Rio Madeira/CPA. Caso o senador Gurgacz não dispute o Governo, por uma eventual condenação ou até por qualquer outro motivo, a aliança que ele comanda apoiaria o nome de Daniel Pereira para o governo.
PERGUNTINHA
O que você achou da declaração do líder do PT no Congresso, senador Humberto Costa, que disse que não motivo para a intervenção militar na segurança do Rio de Janeiro, porque os índices de violência por lá estão diminuindo?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires / Porto Velho-RO.
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