sexta-feira, 10 de março de 2017

Opinião de Primeira - POR QUE QUEM NUNCA COMETEU UM CRIME É CONDENADO À MORTE?

Faltam remédios, dos mais simples até, nos opostos de saúde de Porto velho, de Rondônia, do Brasil. A qualidade da saúde despenca, porque não há dinheiro que consiga fazê-la funcionar e atender corretamente a população pagadora dos maiores impostos do mundo. Agora, estão faltando também medicamentos nas farmácias do governo, para aqueles atingidos por doenças mais complexas. O problema se arrasta há anos. Por exemplo, em 2011, a mídia divulgava levantamento da Associação dos Planos de Saúde de São Paulo, que informava: “o cidadão brasileiro que depende do SUS, para o tratamento de doenças graves como bronquite asmática, diabetes e males do sistema nervoso, está desamparado. Esta é a conclusão de uma pesquisa realizada de março a setembro, em onze cidades brasileiras, para avaliar a disponibilidade dos medicamentos classificados pelo Ministério da Saúde como essenciais”. Dois anos depois, o mesmo do mesmo. O jornal Dário Gaúcho, do RS, denunciava  a falta de medicamentos para doenças  raras, em todas as farmácias daquele Estado.

Embora o Ministério da Saúde garanta que não houve corte de recursos para programas sociais, nos programas de medicamentos gratuitos dos governos federal e estaduais há sérios problemas há anos, no abastecimento em diversos Estados, inclusive Rondônia. Atualmente, são padronizados 389 medicamentos para tratar 81 doenças. Há muitos casos de agravamento de doenças e até mortes, por falta dos remédios, cada vez mais raros. Além disso tudo, o sistema de desconto no preço de alguns medicamentos mais caros, de uso contínuo, é um teste de paciência  para o usuário, na  hora de se registrar.  Por que falar nesse assunto, em plena terça-feira que antecede o carnaval? Ora porque o brasileiro pagador de impostos está morrendo,  por causa da saúde pública caótica e doente. Mas o STF, que deveria estar ao lado dessa gente desesperada, quer é que o Estado indenize bandidos nas cadeias, por estarem recebendo tratamento desumano. Não é desumano o que sofrem os coitados dos milhões de brasileiros que não estão na cadeia, nunca cometeram crimes, mas que estão sendo condenados à morte, sem que o Supremo demonstre a mesma preocupação?

 OS MORTOS NÃO TÊM VOZ
Vinte anos depois, o assassino da motosserra está em casa, após cumprir 20 anos de prisão e de ter sido autorizado a cumprir o resto da pen a em casa. Fosse num país de leis rígidas contra criminosos cruéis, Hildebrando Pascoal, ex coronel da PM do Acre, teria sido condenado à morte. Não seria a solução. Mas cumprir cadeia até o último dia da condenação, ficaria melhor. Agora muita gente está com pena do coronel, envelhecido e doente, achando que ele deve ficar  mesmo sob os cuidados da família. Os mortos estão mortos e não há quem fale por eles. Quando Hildebrando usou uma motosserra para matar e esquartejar um criminoso, que matara seu irmão e, mais ainda, foi o responsável pela morte cruel do filho do bandido, um menino de 13 anos, o país se comoveu e exigiu Justiça. Mas, como o duplo crime hediondo caiu no esquecimento, Hildebrando vai ficar em casa, para dormir o sono dos justos. É o Brasil!

DISCURSO E  MAIS DISCURSO
A invasão vergonhosa de áreas indígenas, sob as vistas grossas das autoridades responsáveis, vai acabar causando nova chacina, como a que ocorreu em 2004, quando índios da Reserva Roosevelt, em Espigão do Oeste, assassinaram brutalmente 29 garimpeiros. A busca do enriquecimento ilícito por parte de garimpeiros, que vivem atrás de diamantes, na Roosevelt, é tão criminosa quanto a destruição da floresta em Monte Negro, em área pertencente aos Uru-Eu-Wau-Wau. De um lado, garimpeiros e madeireiros ilegais, tentando tomar o que podem dos índios. De outro, as próprias tribos, protegidas apenas por  discursos de autoridades que dizem representá-los, mas que, na prática, nada fazem para defendê-los. É uma sucessão vergonhosa de responsabilidades não cumpridas. No final, como sempre, são os índios que perdem tudo e são extintos. Mas os discursos a favor deles, nunca param. Já as ações reais....

O 13º DA VERGONHA!
Por falar  nisso e só para que ninguém esqueça. Em abril próximo, vão se completar 13 anos de chacina de Roosevelt. Índios fortemente armados, usando armas de fogo, tacapes e flechas, trucidaram 29 seres humanos, sem que até hoje nenhum dos envolvidos no terrível crime tenha sido sequer de denunciado pelo  Ministério Público. Tivesse sido num presídio ou tivesse sido um (apenas um) índio a vítima, até o super Exército americano teria sido mobilizado. É realmente lamentável que estamos aceitando um Brasil, imposto de cima para  baixo, onde um cadáver, vitimado pela violência e pela brutalidade, pode ser jogado no lixo e esquecido ou pode servir como mote de discursos políticos e ideologias extremas, dependendo de quem o assassinou. O dia em que as autoridades do Ministério Público e do Judiciário acordarem para esse assunto, certamente se envergonharão da absurda impunidade por uma chacina dantesca como a que ocorreu em Roosevelt.

A MÁSCARA DO GARÇON
Esperteza na política dá voto sim! Criatividade também. Não se sabe se a ideia partiu do próprio, mas um homem, usando uma máscara com  o rosto sorridente do deputado federal Lindomar Garçon, fez o maior sucesso no carnaval de rua de Porto  Velho. Certamente ele repetirá a performance em outros blocos e até na Banda do Vai Quem Quer, que sai no próximo sábado. Pois o sujeito, com  a cara do Garçon, se metia em todos os grupos onde estava havendo alguma gravação de vídeo ou  foto. Garçon, que já era famoso por aqui, se tornou também conhecido em todo o país, se colocando ante as câmeras de TV, durante as várias horas da votação do impeachment da ex Presidente Dilma Rousseff. Como o povo gosta dessas malandragens criativas, o deputado rondoniense tem tido dividendos com sua colocação como papagaio de pirata, embora aqui ou ali tenha merecidas críticas mau humoradas. Até no carnaval , Garçon se tornou um personagem das brincadeiras dos foliões. Está em alta, o parlamentar que já foi duas vezes prefeito de Candeias do Jamary!

QUINHENTAS ARMAS
A apreensão de mais de 500 armas, dentro do presídio Urso Branco, apenas comprovam bem como está a  situação dentro das cadeias, dominadas pelos presos, que fazem o que bem entendem. Vários celulares completam  esse quadro dantesco em que são, nas  mãos criminosas, como armas  mortais. É lá de dentro da cadeia que os apenados que comandam o crime aqui fora,  utilizando  dos telefones que jamais deveria chegar as suas mãos, fazem a festa. O Urso Branco, sempre superlotado, já registrou pelo menos duas grandes chacinas, ma em 2002 e outra em 2044. É mais um dos presídios  brasileiros em que os presos é quem  decidem quase tudo, incluindo quem vive e quem morre. Mas que não se aperte a repreensão, porque o STF pode exigir que o Estado aumente muito mais a indenização aos presos, por tratamento desumano. Palmas para esse Brasil que querem nos empurrar goela abaixo!

EXPLICAÇÕES ESDRÚXULAS
Dá raiva, até, ouvir as explicações dos “gestores públicos”, para tentar salvarem-se da verdade sobre suas  incompetências e falta de respeito para com  a coletividade, registradas seguidamente.  O caso do transporte escolar é sintomático. Um ano antes, no mínimo, já se sabe que no ano seguinte, em fevereiro, começará o novo período letivo. Na hora H, fazendo pose de surpresos, como se tivessem sido pegos na contramão por eventos totalmente inesperados, os tais “gestores” vão a público com as explicações  mais esdrúxulas, para dizer que “a terrível burocracia” atrasou a contratação dos ônibus escolares, coisa que está ocorrendo em várias cidades. Como em Cacoal, apenas para dar um exemplo, onde crianças da área rural perderão pelo menos um mês do calendário das aulas. O que fez essa gente que não resolveu, com enorme antecedência, esse simplório quesito burocrático?

PERGUNTINHA
Você concorda com os servidores municipais que exigem a manutenção da lei que os beneficia com quinquênios e outras vantagens ou acha que a Prefeitura está certa em cortar esses penduricalhos salariais?

Fonte: Jornalista Sérgio Pires / Porto Velho-RO.

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