A quarta-feira trouxe um evento inédito para a Prefeitura de Porto Velho. Numa tacada só, o prefeito Hildon Chaves exonerou nada menos do que 213 dos seus recém nomeados assessores, todos com salários entre 900 reais até 15 mil reais. O que se informa, pelas vozes oficiais do Palácio Tancredo Neves, é que muitos dos exonerados, com seus nomes e cargos publicados no Diário Oficial do município, com data de terça, dia 14, voltarão ao trabalho. Uma reforma administrativa estaria sendo realizada, exigindo remanejamentos, troca de funções e até, em alguns casos, aumento de vencimentos. Mas então o que diferencia a medida de exonerar tanta gente, se é apenas uma espécie de reajuste burocrático? É que, embutido no pacote, estão exonerações como raramente se vê no serviço público, ainda mais em início de gestão, quando o chefe, recém eleito e querendo parcerias para poder governar, tenta agradar todo o mundo. Hildon Chaves mandou embora, em definitivo, um grande número de comissionados simplesmente porque eles “não corresponderam às expectativas”, segundo as vozes oficiais da administração municipal. Em outras palavras, importante assessor de Hildon “traduziu” para o palavreado comum, o real motivo das demissões de dezenas do grupo dos 213: muita gente, principalmente entre os indicados por vereadores, não queriam trabalhar. Queriam só uma ´boquinha´”. E houve até quem protestasse com quem o indicou. Queria receber, mas para isso teria que trabalhar?
A mesma fonte, em que a coluna confia, afirmou que “o Prefeito avisou: quem não quiser trabalhar duro, que procure outro emprego!” Mais 70 serão exonerados nos próximos dias, completando os 300, uma parcela significativa de todos os recém nomeados por Hildon. Também nessa nova turma, alguns poucos voltarão e a maioria estará fora da administração. A coisa “ficou russa” pelos lados da Prefeitura, para quem, habituado às benesses de ser amigo do amigo do amigo ou que tem como único talento pertencer a um partido da base aliada ou ainda ter ajudado na campanha deste ou daquele político, recebia um carguinho como presente. E não precisava nem se preocupar em produzir. O novo Prefeito quer mudar esse vergonhoso vício da administração pública. Terá coragem mesmo de fazê-lo ou será engolido pela realidade da podridão que envolve a vida pública brasileira?
ONDE ESTAVA O POVO?
As bandeiras vermelhas voltaram às ruas, substituindo as verdes e amarelas. Para a esquerda, as cores nacionais nada têm a ver com o Brasil. Mas isso é outro assunto. O importante é que houve pouca participação popular nos protestos desta quarta. Porque a grande maioria dos participantes era de servidores públicos, esses que querem que o país melhore, desde que não lhes toque em nenhum direito. Também houve participação de muitos sindicatos, a maioria vivendo de dinheiro público, do famigerado imposto sindical, que, tomara, seja extinto o mais urgente possível. Em Porto Velho, a participação foi muito menor do que a esperada, talvez porque a grande maioria da população não queira marchar sob bandeiras vermelhas e nem se aproximar de quem as usa. De qualquer forma, o protesto, mesmo assim, foi válido. O governo tem que encontrar um caminho que permita que a Previdência não seja destruída e, ao mesmo tempo, assegurar os direitos mínimos de todos os trabalhadores. De todos, não só de servidores públicos.
O UBER VEM AÍ!
Não há como fugir da inovação. Ela pode até demorar, mas é irreversível. A máxima vale para tudo. Nesse momento, cabe como uma luva na implantação dos serviços do Uber em todo o país e, é claro, também em Porto Velho. Nas maiores cidades brasileiras o serviço já funciona muito bem. Causa ainda grandes debates, confusões, brigas e até mortes, mas ninguém duvida que o Uber é um sistema de transportes de passageiros que chegou para ficar. Em Porto Velho, o vereador Edwilson Negreiros, de uma família de taxistas e que representa a categoria na Câmara, já apresentou projeto proibindo o Uber. O secretário de Transportes e Trânsito, Marden Negrão, também é contra. Obviamente que todos os taxistas o são. Dia 27, inclusive, haverá uma audiência pública na Assembleia, proposta pelo deputado Jesuíno Boabaid, para debater o assunto. A coluna avisa: o Uber está chegando. E não há como detê-lo, porque não há como segurar os avanços da sociedade e as inovações, em todos os setores.
VENDENDO DIFICULDADES
Há algumas vantagens importantes no Uber. O serviço é particular, mais barato, os carros são de melhor qualidade, o atendimento é sempre VIP. Mas o melhor de tudo é que exclui o agente público do negócio. Não há como viver de pressão sobre taxistas e pressão deles para cima das autoridades. Essas, vendendo dificuldades para colher facilidades. Os taxistas, negociando votos e apoios a esse ou aquele representante, em troca de benefícios para a categoria e outras benesses. Quase tudo o que depende do serviço público no Brasil (exclui-se desse raciocínio apenas as exceções de sempre!) ou não funciona, ou é deficiente ou tem alguma sacanagem. Quando o consumidor chamar um veículo e receber um dos que são do Uber, limpinhos, pagando menos da metade das corridas comuns (porque a tributação vergonhosa cobradas aos taxistas, o Uber não paga) e com serviço de qualidade, o novo serviço começará a se consolidar. Em Porto Velho ou em qualquer outra cidade brasileira de médio e grande porte.
QUASE 200 MILHÕES DE REAIS
Nesse momento de crise, de falta de emprego, de quebradeiras, de enormes dificuldades, qualquer dinheiro é muito bem vindo. Ainda mais quando ele aparece do nada, como se caísse do céu. É o que está acontecendo no país inteiro e em Rondônia também, claro, com a injeção de quase 200 milhões de reais no bolso de perto de 235 mil rondonienses, que receberão essa grana toda de contas inativas do FGTS. As lideranças empresariais estão comemorando, assim como os sindicatos de trabalhadores. O comércio está vibrando e os credores de milhares e milhares de devedores também. A perspectiva é de que pelo menos 197 milhões de reais a mais, circule na economia rondoniense, ainda nesse primeiro semestre. O valor final pode chegar até a mais de 200 milhões. A corrida às agências da Caixa Federal já começou e, na grande maioria dos casos, os correntistas que estão sendo beneficiados disseram que vão usar o dinheiro para pagar conta. É o mesmo retrato do país inteiro. O brasileiro está devendo muito e essa grana toda do FGTS está sendo um lenitivo, que chegou numa hora muito propícia para todos.
UMA CIDADE MAIS LIMPA
A Prefeitura da Capital emitiu quase 450 intimações para que proprietários de terrenos baldios os mantenham limpos, murados e cuidados. Em alguns casos, os donos dessas áreas as deixam atiradas às traças, aos insetos, aos animais peçonhentos e aos criminosos, que ali se escondem, durante anos, sem tomar conhecimento do mal que causam à vizinhança e à coletividade. São não só anônimos, mas também empresários e políticos muito conhecidos, que foram chamados a resolver a situação de suas propriedades. Caso não o façam, poderão receber multas entre seis mil e 60 mil reais. A Secretaria Municipal de Serviços Básicos promete que vai ficar no pé dos notificados, para que eles tomem as providências exigidas. Essa é, basicamente, mais um diferencial que está se observado na administração de Porto Velho. Há décadas ninguém tinha tomado medidas drásticas contra os terrenos abandonados e seus donos. Será que agora a coisa resolve?
PERGUNTINHA
Da relação de 83 denunciados ao STF (incluindo dois ex Presidentes e vários ministros do atual governo), pelo Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, quantos você acha que vão conseguir escapar das garras da Justiça?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires / Porto Velho-RO
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