A luta de Rondônia, nessa situação de denúncias de comercialização de carne estragada em alguns pontos do país, é para explicar à opinião pública, aos consumidores brasileiros e aos representantes de 40 países que compram nossa carne, que nada temos a ver com o grave problema nacional, quando foi descoberta uma quadrilha de fiscais federais e empresários, que manipulavam os produtos e os colocavam no mercado, com péssimas condições de consumo. Embora os envolvidos sejam apenas 33 dos mais de 11 mil que atuam na fiscalização da carne, os prejuízos apenas da divulgação do problema já são notórios. O secretário de Agricultura do Estado, Evandro Padovani, que estava ontem no interior, tratando da Rondônia Rural Show, está seriamente preocupado. Não com a qualidade da carne rondoniense, produzida em onze plantas de frigoríficos no Estado, que tem sua certificação extremamente positiva, sempre garantida. Nosso Estado sequer foi citado nas investigações. O estrago, contudo, é que a partir da divulgação do envolvimento de algumas pessoas, toda a estrutura nacional de produção, pode ser colocada sob suspeita. Não permitir que o problema atinja nossa Rondônia; nem as empresas que aqui atuam com seriedade (segundo Padovani) e muito menos os oito mil empregos diretos no setor, será a tarefa que a Seagri, o governo rondoniense e todos os produtores terão, a partir de agora.
Temos uma carne de altíssima qualidade. Nenhum problema foi detectado por aqui, lembra Padovani. No ano passado, do nosso rebanho de mais de 13 milhões e meio de cabeças, um total de 2 milhões 768 mil foram abatidas. A grande maioria produzindo a chamada “carne verde”, ou seja, com o gado solto, se alimentando apenas de pasto. Somos hoje o sexto maior rebanho bovino do país (há menos de cinco anos, éramos o oitavo) e a qualidade do nosso boi é reconhecida não só em todo o país, mas também junto aos nossos clientes de mais de 40 clientes internacionais, que compram a carne produzida em Rondônia. As exportações do produto representam mais de 55% de tudo o que vendemos ao exterior e, até hoje, não há sequer uma só contestação à qualidade da nossa carne. Rondônia está livre da aftosa, da má qualidade do gado, dos fiscais corruptos e dos empresários canalhas. O nosso problema vai ser convencer o consumidor daqui e do mundo que somos diferentes, já que a Operação Carne Fraca, de certa forma, colocou todo o setor sob suspeita.
UNIÃO EUROPEIA
O secretário Padovani lembrou que os maiores problemas de má qualidade da carne, descoberto na Operação da Polícia Federal, relacionam-se com a indústria de embutidos. Ele está preocupado pela repercussão negativa que a divulgação do assunto possa ter, sobre os negócios da carne brasileira, com os mais de 150 países para quem exportamos. O secretário diz que apoia as investigações e que todos os culpados devem ir para a cadeia, mas acha que a forma como a divulgação foi feita, pode causar prejuízos incalculáveis para o país e para suas exportações. É a mesma preocupação, aliás, do ministro Blairo Maggi, visivelmente abatido, quando comentou o assunto para as emissoras de TV. No mundo globalizado, onde as notícias correm quase quanto a velocidade da luz, os prejuízos para o Brasil e para Rondônia podem ser imensos. Para nós, no Estado, essa crise não poderia ter chegado em pior hora. Estamos numa negociação de vários anos, para começarmos a vender nossa carne para a União Europeia. Agora, com esse rolo todo, conseguiremos?
MAURÃO E A APOSENTADORIA
O complexo tema da mudança que o governo Michel Temer pretende para a aposentadoria no país, está na pauta, novamente, na Assembleia Legislativa rondoniense. O presidente Maurão de Carvalho está convidando para uma audiência pública sobre esse tema e outros, ligados à reestruturação do país, que o atual governo quer implantar. O caso dos aposentados, é claro, deve liderar os debates, já que interessa a praticamente todos os trabalhadores. Para Maurão, as inovações propostas pelo governo federal, certamente vão prejudicar a grande maioria dos trabalhadores. Desde que o assunto entrou na pauta dos debates, país afora, Maurão se posicionou contra a proposta que pode deixar milhões de assalariados sem direito à aposentadoria, tão cedo. Lideranças políticas, sindicatos, representantes das mais diversas instituições, estão convidados para o evento, agendado para começar às nove da manhã dessa segunda, dia 20.
“CAMINHÃO DE PROVAS”
Mais uma vez, o ex prefeito Roberto Sobrinho se diz injustiçado e vítima de perseguição política. Em entrevista concedida ao jornalista Vinicius Canova Pires, que vai ao ar a partir desta segunda, dia 20, no site Rondônia Dinâmica, ele conta que entregou “um caminhão” de documentos ao Ministério Público, nove meses antes de ser preso. A intenção, claro, era ceder, para investigação, tudo o que estivesse sob suspeita, até porque, alega, não compactuou com nada de errado, durante seus oito anos como Prefeito. Ele fala ainda sobre o futuro e comenta a possibilidade de que seu partido, o PT, volte ao comando do país pelo voto direto e pelas mãos do ex Presidente. Sobrinho responde a vários inquéritos, diz que é inocente em todos e que saiu da Prefeitura, depois de dois mandatos, com o mesmo patrimônio com que entrou. Vale a pena ler sobre um político de Porto Velho, que tinha tudo para ser Governador, até que foi preso, quando faltavam poucas semanas para encerrar seu segundo governo.
RAUPP QUER DUPLICAÇÃO
Mais uma voz importante no Estado, se une pela duplicação da BR 364. O senador Valdir Raupp, um dos líderes nacionais do PMDB, diz que as péssimas condições da rodovia são um empecilho para o escoamento correto de milhares de toneladas de grãos, produzidos em Rondônia e na região norte. Durante recente visita do ministro Blairo Maggi, Raupp voltou ao ataque, pedindo apoio do ministro, que inclusive é dono de um porto no rio Madeira, em Porto Velho, para a ideia da duplicação. "O maior gargalo dos produtores de Rondônia é a péssima condição de trafegabilidade pela BR 364. Passam por ela todos os dias, nada menos do que 1.300 carretas e a BR apresenta inúmeros trechos críticos”. Raupp lembrou ao ministro que a restauração da rodovia pode ser aceita como uma medida emergencial, mas que só sua duplicação poderá resolver de vez esse grave e problema, que prejudica seriamente o agronegócio regional.
AVENTURA MORTAL
Os números preocupam e, infelizmente, parece que as tragédias não vão parar. São pelo menos quatro mortes de rondonienses em pouco mais de quatro meses. Três num só acidente, perto do final de 2016. Outro, nessa semana. São pessoas que deixaram família, filhos amigos e para trás, em Rondônia; que saíram daqui cheios de sonhos, viajaram para os Estados Unidos, onde tentaram entrar de forma ilegal e que acabaram perdendo a vida, na perigosa aventura. Em novembro, três deles – todos jovens - morreram quando o pequeno barco que utilizavam para tentar chegar à costa americana, desapareceu nas Bahamas. Eram de Ji-Paraná, Ouro Preto e Jaru. Outras sete pessoas pereceram no mesmo acidente. Agora, foi a vez de Júlio Barcellos, também de Jaru. Ele se afogou ao tentar atravessar o Rio Grande, na divisa com o México. Amigos da vítima estão fazendo coleta de dinheiro para trasladar o corpo para Rondônia.
E A NOSSA RODOVIÁRIA?
Dois meses depois que essa coluna publicou, com exclusividade, as fotos do projeto da nova rodoviária de Porto Velho, que custará quase 50 milhões de reais, dinheiro do Estado, qual a boa notícia? Nenhuma! Ou seja, até agora, nada indica que o trabalho comece tão cedo, até porque o Ministério Público de Contas teria apresentado novas exigências para a área já comprada. Não há previsão para o início das obras, embora a área já tenha sido comprada e até licença ambiental já tenha sido emitida. Fica na zona leste, próxima ao Cemetron e à BR 364. Pelo projeto, quando concluída, a Rodoviária será um belo prédio, com mais de nove mil metros quadrados de área construída. Estão previstas 18 plataformas de embarque e desembarque . A Rodoviária terá ainda um pequeno shopping, com várias lojas. O projeto é de uma obra arquitetônica de tirar o fôlego, pela sua beleza e tamanho. Só que não há qualquer informação do DER de quando ela começará. Tomara que seja logo...
PERGUNTINHA
Depois da Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, que prendeu fiscais do Ministério da Agricultura e empresários do setor de frigoríficos, pela venda de carne estragada, como ficou seu churrasco do domingo?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires / Porto Velho-RO.
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