É impressionante como a classe política é unida, quando se trata de defender direitos dos servidores públicos. Ainda mais em Rondônia e na Capital, onde o contra cheque é o mais poderoso da economia e milhares de funcionários e seus familiares influenciam diretamente no resultado das eleições. Essa e uma cultura brasileira que vem desde o getulismo, quando um governo populista, instalado primeiro como ditadura e depois pelo voto, começou a transformar o servidor numa espécie de membro de casta superior. Dali para cá, só piorou. Se não houver uma mudança de deveres, essa situação vai destruir os cofres públicos, a médio e longo prazos. Como, aliás, já o está fazendo com a previdência social. Veja-se, por exemplo, o que ocorreu na reabertura dos trabalhos da Assembleia Legislativa, quando o prefeito Hildon Chaves foi alvo de muitas críticas, algumas menos duras e outras até agressivas, por ousar mexer nos eternos direitos dos servidores. Não é só aqui que isso acontece. Em todos os níveis do poder, a classe política depende muito do funcionalismo e o discurso em defesa dos chamados direitos adquiridos é fácil, com retorno imediato de aplausos da categoria. Mas a mentalidade, seja por tendência lógica, seja por imposição da dura realidade, vai ter que começar a mudar, hoje ou amanhã. O Brasil ainda é uma exceção no mundo. Na maioria países desenvolvidos, ser funcionário público é muito semelhante a ser um trabalhador comum, com todos os seus direitos e deveres. Ainda somos paternalistas, mas não o seremos por muito tempo.
Já em Porto Velho, as coisas continuarão complicadas, em relação a eventuais mudanças, pelo espírito da República Sindicalista que impera no serviço público e pelo temor da classe política em confrontar os trabalhadores do setor. Mas não só por isso. Há, no quadro local, um agravante inesperado: a incompetência da Prefeitura em administrar a questão e, ao mesmo tempo, demonstrar a seriedade de suas propostas, já que até agora não o fez. Recuando no seu projeto de acabar com o quinquênio a cada pressão dos servidores e de parte da mídia e, ao mesmo tempo, criando centenas de novos cargos comissionados para os “amigos”, ao menos nesse quesito a administração municipal está mais perdida do que cachorro que caiu do caminhão de mudança...
CASA NOVA
Por falar em Assembleia, o presidente Maurão de Carvalho confirmou que entre julho e agosto, ou seja, no final do primeiro semestre deste ou no início do segundo, será entregue à comunidade o novo prédio do parlamento rondoniense, localizado na região da Esplanada das Secretarias e onde estão as sedes dos principais poderes. A Assembleia sairá do prédio atual, que foi construído para ser um hospital e durante sua historia, desde a primeira legislatura, recebeu vários “puxadinhos”, para um edifício moderno, construído com qualidade e custo muito baixo, graças às medidas tomadas para que isso ocorresse. Maurão introduziu inclusive um sistema de licitação e compras pela internet, com absoluta transparência, numa medida inédita, que representou uma economia de milhares e milhares de reais para os cofres públicos. Vai entrar para a história, o experiente deputado, como o que entregou a nova sede do legislativo estadual, à altura do que exige a importância do Poder. A data oficial da inauguração será definida dentro de algumas semanas.
TEM QUE TRABALHAR!
Não se pode ignorar o entusiasmo com que a secretária de esportes da Capital está trabalhando, mesmo com bem poucos recursos. Usando de criatividade, boa conversa e sua experiência nos meios de comunicação, Ivonete Gomes não fez nada extraordinário, mas sim uma sucessão de pequenas coisas, que já deixam a marca da sua secretaria em algumas comunidades. Além disso, como boa marqueteira, ela tem usado as redes sociais para mostrar o trabalho que está fazendo, em parceria com outros secretários. Por exemplo, tem divulgado um importante evento no Parque Circuito, que acontecerá no próximo sábado à tarde, com muito esporte, lazer, saúde, cultura, recreação e custo quase zero. Bem diferente do último evento realizado pela Prefeitura da Capital, no governo Nazif, quando foi contratado um show meia boca a um custo muito alto, coisa que gerou duríssimas críticas durante longo tempo. Pegar no serviço, arregaçar as mangas, unir forças pode ser muito mais barato, criativo e ter resultados melhores. É mais difícil, claro, mas o resultado positivo pode surpreender.
UMA HISTÓRIA DIFERENTE
Com cinco mandatos (dois como vereador, três como deputado estadual), com uma passagem marcante como secretário de Agricultura da Capital, Ribamar Araújo é um espécime raro na política brasileira, nesses tempos em que a maioria dos representantes da população está sob fogo cruzado da opinião pública e da lei. Há mais de duas décadas, atuando na política, Ribamar é um dos únicos políticos de Rondônia, da região norte e do país, que jamais sofreram qualquer processo; nunca se envolveu em qualquer questão dúbia; jamais teve que dar explicações à Justiça. Seu currículo diferenciado o colocou em destaque, inclusive, em nível nacional, pela Transparência Brasil. Em entrevista a Sérgio Pires, no programa Direto ao Ponto, Ribamar fala sobre isso e muito mais. Você não pode perder. É nesse sábado, 10h30 da manhã, a Record News Rondônia, Canal 58. A atração pode ser acompanhada também pela SKY (Canal 358) e pela TV a Cabo (Canal 17).
GARÇON E A VAQUEJADA
Mais uma daquelas discussões homéricas, sem fim, recomeça na Câmara Federal, que não consegue aprovar um só projeto, por exemplo, contra a bandidagem que assola o país, mas adora abobrinhas. Agora, discute projeto que autoriza novamente a realização de vaquejadas no país, indo contra, até, à decisão do STF, que proibiu o esporte, se assim se pode chamar. A intenção de deputados – e com grande apoio no Senado – é transformar a vaquejada em patrimônio artístico e cultural do país, ignorando a decisão do Supremo, através de uma medida que a contorne, apenas. A vaquejada cresceu e, além de ser uma forma de manifestação tradicional do povo, também é uma atividade econômica que gera muitos emprego, teoriza o projeto em discussão. Rondônia está dentro do debate, O deputado Lindomar Garçon é vice-presidente da Comissão Especial criada para discutir o assunto e, desde logo, se mostrou amplamente favorável ao projeto. Aliás, o STF tem coisas mais importantes a fazer do que julgar ações propostas por minorias que querem impor suas ideologias ao país. Mas, como tudo está torto nesse Brasil, uma bobagem cobre a outra. A Câmara vai atender o clamor da grande maoiria dos brasileiros...
O POVO É SÓ UM DETALHE!
Depois da grande confusão que a legislação eleitoral impôs à já problemática Guajará Mirim, impedindo que o candidato eleito pelo povo assumisse a Prefeitura, a confusão entra na reta final. Ao menos é que se espera. O prefeito interino, Sérgio Bouez, que assumiu o posto como Presidente eleito da Câmara e o empresário Cícero Noronha, vão se confrontar em uma nova eleição, já oficialmente marcada para dois de abril. Essas coisas que acontecem no Brasil, com a judicialização de tudo, acaba causando grandes transtornos à população. Como decisões judiciais demoram muito (mesmo considerando que a Justiça Eleitoral é menos lenta), ocorre seguidamente o que se registrou em Guajará. O sujeito entra numa disputa na condição de réu ou condenado. Ganha a eleição. Antes de tomar posse ou até quando empossado recentemente, sai a decisão em última instância, cassando-o no cargo, por não ter impedido sua candidatura. Daí, é essa pane toda, que causa enormes prejuízos às comunidades onde esses casos ocorrem. Mas aqui é o Brasil. Quem mesmo está preocupado com o povo?
PERGUNTINHA
Você aí já está com a fantasia pronta para o carnaval ou faz parte de uma multidão de brasileiros que não tem mais paciência com essa festa, que há muito tempo deixou de ser popular e se tornou cara demais para dar acesso aos pobres?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires - Porto Velho/RO
Nenhum comentário:
Postar um comentário