Onde estão os investigados na Operação Lava Jato, que financiavam ações ilegais na área dos índios Cinta Larga, em Rondônia? Já se completaram dois anos da descoberta, pela Polícia Federal, de um grande esquema de lavagem de dinheiro, utilizando grana desviada dos cofres públicos e até do tráfico de drogas e aplicando no garimpo de diamantes, na região de Espigão do Oeste e Pimenta Bueno. A intenção era alcançar um lucro de até seis vezes o capital investido, num prazo máximo de 180 dias. O doleiro brasiliense Carlos Habib Chater, preso em 2015, era dono de um posto de combustível envolvido na lavagem de mais de 10 milhões e 800 mil reais, entre várias outras denúncias. Além dos 50 mil litros de combustível que vendia por dia, o posto tinha um concorrido local para lavar veículos. Daí o nome Lava Jato, que acabou sendo usado para denominar toda a operação. Condenado a cinco anos e seis meses de reclusão, pela Justiça Federal, Habib Charter pegou essa pena também por envolvimento com o crime de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas. Outro denunciado, o advogado Raul Canal, até agora não teve sentença proferida em relação ao crime, é o que se sabe.
No início de dezembro de 2015 (portanto, há mais de dois anos), a Polícia Federal deflagrou a Operação Crátons, acabando com uma enorme quadrilha, com quase 90 membros, que iria lavar 1 milhão de reais e transformá-los em 6 milhões em poucos meses, contrabandeando diamantes de dentro da Roosevelt. Índios que facilitavam o ingresso dos garimpeiros ilegais na área também foram presos. A verdade é que, tanto tempo depois, o assunto morreu. Não houve mais informações sobre o caso. A enorme e barulhenta operação, na época, foi realizada simultaneamente em nove estados e no Distrito Federal. É surpreendente como a Lava Jato pegou e condenou vários políticos, mas nunca mais chegou a empresários, fora das construtoras, que usavam suas enormes estruturas, para “limpar” dinheiro sujo. Se os envolvidos no rolo dos diamantes de Roosevelt fossem só políticos, certamente a maioria deles já estaria julgada e cumprindo pena. Como não o são, a pressa para a punição parece ser menor, infelizmente.
CENTRO DE CORRUPÇÃO
Não há mais como negar: Vilhena transformou-se, na administração passada, no centro da corrupção de Rondônia. O ex prefeito Zé Rover e pelo menos sete vereadores (que estão presos), transformaram aquela importante cidade do Cone Sul do Estado numa espécie de pocilga, onde se esbaldaram nos recursos públicos, utilizando todos os meios ilegais imagináveis, para autoridades eleitas para trabalhar pelo povo. Depois da sacanagem de exigirem propinas para liberação de alvarás para empresas (uma delas, que jamais aceitou a pressão e nunca pagou um centavo na tentativa de corrupção, foi a Fimca, uma das principais faculdades do Estado), agora surge nova denúncia. O mesmo grupo, o ex prefeito à frente, teria liberado irregularmente pelo menos dez placas de táxi. O esquema teria rendido à quadrilha nada menos do que 3 milhões de reais, segundo informações chegadas ao Ministério Público. A população de Vilhena, roubada e enganada por políticos que ela mesmo elegeu, precisa urgentemente rever seus conceitos, na hora de escolher seus representantes...
O ESPAÇO VAI PARAR?
Em 4 de agosto do ano passado, o DER contratou perto de 60 trabalhadores terceirizados, para atuarem nas obras de conclusão do Espaço Alternativo. São profissionais de várias áreas, cuja contratação emergencial foi devidamente autorizada pelas autoridades competentes. Passados seis meses – e a obra pouco andou – o contrato semestral acabou no início deste mês. Até essa terça, nenhum deles havia sido renovado. Quem ainda está trabalhando no local, em serviços não especializados, são apenados, utilizados através de convênio com o Estado. Ou seja, caso não haja renovação imediata das contratações emergenciais dos profissionais especializados, há risco de paralisação dos trabalhos. De novo. A boa notícia é que o DER já está mobilizado, para recontratar todos os trabalhadores.
DESTRUINDO O FUTEBOL
O que tem de idiota travestido de “especialista” nesse país, não tem no mapa. O futebol, em decadência, ainda tem que enfrentar o olho grande e a burrice de dirigentes, que se acham gênios. Nesse final de semana, uma demonstração clara de como esse pessoal trata o torcedor e pensa no futuro do futebol, outra vez foi constatada. O São Paulo jogou contra o Audax, no interior de São Paulo. O ingresso, para esse joguinho chinfrim? Nada menos do que 100 reais. Resultado? Um público de apenas dois mil torcedores. E nem todos pagaram. Tivessem cobrado um preço justo, pelo menos 10 mil estariam no estádio e a renda não seria de 200 mil, mas sim mais de meio milhão de reais, no mínimo. Uma vergonha que semianalfabetos, sem preparo, apenas conversadores e malandros, estejam na direção do nosso esporte mais popular. Que, aliás, corre célere para também ser desmanchado. Lamentável.
TROCANDO FIGURINHAS
A cada vez mais poderosa Mariana Carvalho está formando uma parceria muito forte com o prefeito Hildon Chaves. A dupla tucana tem falado a mesma linguagem e trocado elogios públicos, sempre que pode. Nessa semana, quando visitou Hildon, Mariana foi saudada com sorrisos largos e comemorações, por sua eleição, com 416 votos, para a segunda secretaria da Câmara Federal. Em contrapartida, encheu a bola do seu correligionário, não poupando elogios para o fato de que, em pouco mais de 30 dias de administração, já estar mostrando um bom trabalho. O nome de Mariana, aliás, tem sido falado seguidamente como possível de estar entre os que disputarão o Governo do Estado em 2018. Ela, contudo, não fala sobre o assunto. Tem dito que, por enquanto, só sonha com uma boa reeleição ao Congresso. Mas é bom ficar de olho nela!
JOVENS DESESPERADOS
Os índices de desemprego no país estão apavorantes. Hoje, mais de 13 milhões de brasileiros não têm trabalho. Em Rondônia, os números ainda não assustam. Apontam para 5 por cento de desemprego, um percentual bastante abaixo da média nacional. Mas é bom que não nos enganemos. Há sim milhares de pessoas sem perspectiva de trabalho, principalmente entre os mais jovens e sem especialização. O problema não é tão sério no interior quanto na Capital. Em Porto Velho, todos os dias, filas se formam em torno dos locais que podem significar chance de trabalho. Raramente alguém tem a sorte de conseguir, seja o que for. Fala-se muito, mas há poucas ações práticas que possam significar abertura de mais chances de emprego para tanta gente. Há algumas pessoas que estão há mais de dois anos, distribuindo currículos, mas que não conseguem trabalhar de jeito nenhum. Uma pena!
CADÊ O TRANSPORTE?
Em Porto Velho, já começaram as aulas. Na cidade. Na área rural não, porque não há transporte escolar. Em Candeias, já começaram as aulas. Mas não na área rural, onde só haverá ônibus escolar daqui a 15 dias. São essas coisas que não se consegue entender. As Prefeituras e o Governo não sabiam que o ano escolar começaria na segunda? Há quanto tempo sabiam? Claro que desde que encerrou o ano letivo de 2016. De lá para cá, não houve tempo suficiente para organizar o transporte dos estudantes que precisam dele? Toda a administração pública conhece muito bem os meandros burocráticos e o inferno que é feito para superá-los. Então, ao invés de deixar tudo para a última hora, não teria sido melhor (não só nessas duas cidades, mas em várias outras do Estado, com os mesmos problemas) premeditar o breque, ou seja, planejar tudo com antecedência? Não se compreende como essas coisas ainda ocorrem em Rondônia e Brasil afora. Uma vergonha!
PERGUNTINHA
O que dizer de um operador do Direito, que defendeu com unhas e dentes a tese de que ocupante de cargo público não deve ser indicado para tribunais superiores e depois comemora a própria indicação como ministro do STF, como Alexandre de Moraes?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires / Porto Velho-RO
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