Decidiu viajar de moto? Ótimo! Mas ainda falta o essencial: a motocicleta. E a escolha depende do tipo de viagem que você fará. Veja, a seguir, quatro aspectos fundamentais para levar em conta antes de comprar a sua companheira de jornada:
Vai levar alguém na garupa?
Já dissemos em colunas anteriores que para viajar de moto não é necessário motor ultrapotente ou as mais específicas “Tourer”, projetadas para engolir quilômetros sem muito esforço. Porém, se o seu projeto de viagem de motocicleta inclui levar alguém na garupa, é preciso pensar bem antes de optar por um ou outro modelo.
Vamos por eliminação: superesportivas como a Ducati Panigale ou Yamaha YZF-R1 devem ser riscadas da lista de opções. Por mais estonteantes que sejam suas formas aerodinâmicas, por mais que pareçam verdadeiros mísseis que tornarão o percurso do ponto A ao B uma questão de piscar de olhos, elas definitivamente não tratam bem quem ocupa a garupa. Além disso, não são confortáveis também para quem as pilota uma vez que são… Superesportivas, ou seja, motos projetadas para uso em pista que podem rodar em estrada, e não o contrário!
Nessa mesma categoria que trata mal os acompanhantes estão algumas custom. Como reconhecer as mais malvadas? Fácil: pelo tamanho do assento dedicado a quem não vai pilotar, em geral menores que a capa de um livro, como na Harley-Davidson Breakout. Esses bancos estão ali (quando estão) para “cumprir tabela”, levar alguém por um trajeto curto e rápido e nada mais.
Quais são, então, as melhores para viajar a dois? Em primeiríssimo lugar as GT, sigla da autoexplicativa categoria Grã-Turismo. Entre as mais badaladas estão a Honda Goldwing(foto acima), a Harley-Davidson Electra Glide (abaixo) e a BMW K 1600 GTL, verdadeiros “sofás” sobre rodas, com mimos como equipamento de áudio e navegação de altíssima qualidade, aquecedores de manopla e assento, suspensões com regulagem de altura e muito mais. Algum inconveniente? Sim. Fora o preço sempre elevadíssimo, elas não encaram muito bem estradas ruins e exigem certa experiência, por serem pesadas e volumosas.
As maxitrails acabam sendo uma escolha que concentra muitas vantagens e quase nenhum inconveniente. Todas elas, das menores como a Yamaha XT 660 Ténéré ou a moto tida como referência da classe, a BMW R 1200 GS Adventure, oferecem um banco espetacular tanto para quem pilota como para quem acompanha. Além disso, são robustas, têm excelente autonomia, encaram estradas ótimas ou péssimas com a mesma competência e tem como contraindicação um fator que pode parecer curioso, mas determinante: não são adequadas para baixinhos. Quem tem menos de 1,75 m de altura geralmente sofre nessas maratonistas…
Vai longe ou pertinho?
Essa questão também define algumas escolhas. Viagens para destinos longínquos duram vários dias ou até semanas. Esse “dia após dia” ao guidão exige bom preparo físico e um equipamento fundamental para evitar cansaço: um para-brisa. Etapas diárias de centenas de quilômetros desgastam demais o piloto se não houver nada que desvie a pressão aerodinâmica do peito e da cabeça.
Portanto, motos como a Suzuki Bandit 650S, a que tem meia carenagem, é preferível à sua irmã naked, sem carenagem. Aliás, as naked podem ser ótimas escolhas se os trajetos pretendidos forem curtos.
Se o cacife não alcançar o estágio perto da casa dos 30 mil reais, uma boa escolha pode estar na Honda XRE 300, Yamaha Lander ou Ténéré 250: as primeiras são trails competentes e que oferecem economia e robustez. Já a Ténéré tem um tanque maior, que lhe dá uma autonomia capaz de ir de São Paulo ao Rio (400 km) sem paradas. Fora isso, tem o providencial para-brisa, que faz toda a diferença.
Vai levar muita bagagem?
Para alguns destinos mais “rústicos”, muita bagagem é quase uma necessidade. Um saco de dormir e uma pequena barraca já ocupam um belo espaço. Neste caso, as motos melhores são as que permitem a instalação de bons bagageiros na rabeta, além dos tradicionais mas sempre eficientes alforjes laterais.
No mercado, há uma bela oferta de “racks” para equipar motos com baús e malas laterais. Para quem prefere equipamentos originais (e pode gastar um pouco mais), alguns modelos já vem prontinhos, como a Kawasaki Versys Tourer, uma bicilíndrica de 650 cc que já vem com malas laterais ou sua irmã meior, a Versys Grand Tourer, que traz também um amplo “top-case”.
É necessário lembrar que muito peso exige uma estrutura robusta, e, assim, quanto maior e mais potente for a moto, mais adequada ela será para suportar a encrenca.
Vai em grupo?
A motocicleta é, cada vez mais, um eficiente instrumento de socialização. Se sua ideia é viaja também para conhecer pessoas, a escolha de sua moto pode passar por um aspecto que deixa de lado modelos específicos como nakeds, trails ou tourings. Nesse caso, eleja uma marca para chamar de sua!
Fazer parte das muitas confrarias de donos de Harley-Davidson é fácil, basta ter uma Harley! O mesmo ocorre com donos de Triumph, de BMW e assim por diante. Se você mora em uma grande cidade do Brasil ou ao menos perto de uma delas, programa não vai faltar. Os famosos “bate-e-volta” são as viagens de um dia nas quais grupos agendam encontros e exercem o mais puro e simples relacionamento que tem como ponto de convergência exatamente uma marca.
Fonte: G1 - Motos
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