Evangelho de João 15, 1- 8
A nossa vida se reveste de alegria quando experimentamos o amor de Deus. Para isso, nos recomenda o nosso Mestre Jesus: "Permanecei em mim, como eu em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanece na videira, assim também vós, se não permanecerdes em mim."
O Evangelho de hoje é contextualizado em um ambiente agrícola, onde a videira simboliza a vida do Reino de Deus. Essa comparação simbólica da videira no Antigo Testamento representava o povo hebraico; e as pessoas eram as videiras plantadas por Deus na Palestina. Mas, infelizmente, essas videiras decepcionaram Deus, porque o resultado da produção foi triste: a uva não era doce, mas azeda. Por conseguinte, Jesus se propõe como a nova videira que o Pai replantou. Uma verdadeira videira que não decepciona o Pai e, portanto, dá bons frutos. E Jesus acrescentou: "Meu Pai é o agricultor"; é Ele que cuida da videira e deixa os ramos que dão frutos. No entanto, corta aqueles que não dão nada.
Interessante notar que a poda, ou purificação, ajuda a frutificar. Com isso, significa que se quisermos dar frutos na nossa vida não podemos ter medo de eliminar tantas coisas que impedem o desenvolvimento da nossa vida cristã. Como acontece, na verdade, essa poda, purificação na nossa vida? Eu creio que o pano de fundo é se deixar atrair pela Palavra de Deus. Se apaixonar por Ela. É nisso que permite se identificar com o nosso Mestre Jesus. Fazer parte da vida Dele. De fato, Ele diz "eu sou a videira e vós os ramos" para caracterizar, assim, uma só coisa com o Mestre. De consequência, os resultados positivos são inevitáveis.
Quem fica ligado ao Mestre Jesus, compartilha a sua vida com Ele; e como diz o apóstolo Paulo, “é Ele que vive em nós”. A propósito disso, quantos testemunhos corajosos de bons cristãos temos e, às vezes, não sabemos enxerga-los ou reconhecê-los? Para continuar a viver a nossa missão de cristãos não podemos fazê-lo sem Jesus. Ele nos alimenta. Sem Ele, não tem sentido. Perderemos a nossa condição de ramos e, portanto, seremos cortados. Descartados e eliminados. Isso, uma vida insignificante, sem rumo, que não descobre o verdadeiro sentido da vida. Nesse sentido é que Jesus quer que todo mundo possa resgatar a vida. Ele nos convida a ficar no seu amor, a discernir o amor que ele tem por nós. Tudo isso é possível quando as pessoas fazem uma experiência de ir além do próprio eu, indo ao encontro dos outros, e, sobretudo, de quem mais precisa.
Essa condição nos leva a contemplar as palavras do nosso único Mestre Nazareno e, assim, sermos seus discípulos e discípulas. Podem ter certeza que os outros não terão dificuldade de perceber quando se tem uma verdadeira conduta de seguidores do Mestre. E o evangelista focaliza: “Quem permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Se alguém não permanecer em mim será lançado fora, como o ramo. Ele secará e hão de ajuntá-lo e lançá-lo ao fogo, e queimar-se-á.”
Na verdade, é isso que necessitamos hoje para fazer uma crível evangelização, fazer da nossa vida uma só coisa com Jesus. Estando bem esclarecido tudo isso, pergunto-te: quais são as "podas", isto é, as renúncias, opções de vida que te custaram, e que te permitiram crescer mais como um fiel a Jesus? Quais as podas comunitárias que mais sofreu e te ajudaram a te integrar na mesma? O que mais contribuiu para tornar vivo o teu testemunho de cristão? E para não esquecer: a nossa vocação cristã tem esse imperativo de Jesus: “Nisto é glorificado meu Pai, para que deis muito fruto e vos torneis meus discípulos.”
Fonte: Claudio Pighin - Sacerdote, doutor em teologia, mestre em missiologia e comunicação.
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