NO PAÍS DO JEITINHO, APLAUSOS PARA QUEM USA DE MALANDRAGEM
Imagine-se, nos Estados Unidos, um Democrata que não conseguisse ser indicado para disputar a eleição por seu partido e, apenas para atender seus interesses e de seu grupo, mudasse tudo o que defendia durante anos e passasse para o lado dos Republicanos...Certamente seria um desastre. Não só o mundo político o jogaria aos tubarões, como a opinião pública o detestaria. Lá é lá, aqui é aqui. Em países diferentes do nosso, onde a política não é uma profissão e nem uma meta de vida, casos como os de Marina da Silva, agora aliada a Eduardo Campos, jamais dariam certo. Esse exemplo e de uma centena de congressistas que trocou de time na última hora, priorizando apenas metas pessoais, mostra que estamos a anos-luz de seriedade e respeito aos verdadeiros valores de que precisamos, como Nação, quando se fala sobre partidos políticos.Desse jeito, levaremos mais uns cem anos para termos siglas decentes. Elas só existirão quando a maioria dos seus membros for decente.
Usando o jeitinho, aproveitando-se da ignorância da maioria da população; vivendo em função do próprio umbigo e de discursos vazios; permitindo que se crie partidos nanicos ávidos por dinheiro, simples balcões de negócios, não podemos levar a estrutura partidária do nosso país a sério. Lamentável é que a jogada esperta de Marina da Silva não indignou ninguém. Pelo contrário, há quem comemore que ela tenha dado um drible em todos, inclusive na ética. Fosse numa terra onde as questões políticas são coisa séria e baseadas na credibilidade, no respeito à ideias e decências, dona Marina estaria fora do mercado. Mas como aqui o povo adora quem faz malandragem, ela vai é acabar se dando bem, como, aliás, se dão bem todos os malandros que cometeram coisas muito piores e se profissionalizaram nas baixarias da política.
COMO ACREDITAR? - Em todo o país, apesar dos bilhões de reais gastos, apenas 14% das obras do PAC foram concluídas . Os viadutos e a implantação da estrutura de água e esgoto em Porto Velho são apenas alguns poucos exemplos, entre tantos.Uma vergonha! Por isso, não dá para se comemorar muito o anúncio de grandes obras para Rondônia, como as pontes na fronteira com o Acre e com a Bolívia. Ou com o projeto da chegada de uma linha férrea de mais de 780 quilômetros entre Vilhena e Porto Velho. Se as obras atuais já estão atrasadas há mais de cinco anos ou mais, quanto tempo demorarão as que ainda são apenas projeto?
POLÍTICA E NEGÓCIO - É inacreditável o número de lideranças políticas que condena o exagero de partidos no país. Todos os dias, essa gente vai à mídia, contestar a existência de 32 siglas partidárias, a grande maioria delas apenas balcões de negócios. Do turma governista à oposição, não há quem não demonstre ojeriza por esse absurdo. Só que nada é feito para mudar a legislação. A não ser pequenas bobagens, que seja mudança profunda, tudo continua igual e, claro, cada vez pior. Se há tanta gente contra, porque as lideranças não conseguem mudar nada?
SÓ SEIS - Em todo o Brasil, se ouve opiniões contrárias a tantas siglas partidárias. O governador Confúcio Moura é um dos que acham que o número de partidos no Brasil é um acinte. Para ele, seis agremiações - dando de lambuja e à parte o Partido Comunista, por sua história e por raramente ter aliados - abrigariam todas as tendências. Segundo o governador, em entrevista a Léo Ladeia, no programa Tempo Real, da TV Candelária, esse exagero de partido não traz qualquer benefício para o país.
COMANDO INTERINO -O médico Aparício Carvalho, um dos nomes mais respeitados no meio - mesmo sendo um empresário de sucesso na área da educação, com a Fimca, ele ainda atende pacientes no Hospital de Base - foi indicado pelo Conselho Federal de Medicina como presidente interino do Conselho Regional de Medicina, até que seja feita nova eleição, em 12 de novembro. Junto com ele, na diretoria interina, outros dois nomes dos mais conhecidos e respeitados: Ricardo Amaral e Rolando Jakoby. O trio comanda a entidade até a escolha dos novos dirigentes.
MAIORIA ABSOLUTA - De goleada. Foi assim a vitória do governo na Assembleia, com a aprovação da reforma política por 15 votos a favor e só dois contrários. Ou seja, o governo conseguiu fixar a seu lado a grande maioria dos parlamentares. Até alguns deputados que fizeram críticas à falta de diálogo e à pressa na votação, consideraram que a reforma é importante. O problema do governo é o discurso de oposição, sempre muito duro, vindo de Hermínio Coelho.
PEDRA NO SAPATO - Na sessão itinerante de Pimenta Bueno, onde o projeto foi votado, o presidente da ALE votou contra, é claro, e não poupou críticas, num daqueles seus discursos fortes. Disse que a reforma não merece crédito e que não acredita quando o governo diz que vai economizar 50 milhões de reais. E ironizou, dizendo que se o o governo demitisse seis mil CDS ou os ex-prefeitos em cargos de confiança, resolveria todo o problema. Hermínio será, até o fim do atual governo, uma pedra no sapato do Palácio Presidente Vargas.
PERGUNTINHA - Será que o governador Eduardo Campos, do PSB, que não sai dos 8% nas pesquisas, vai abrir mão do seu projeto e lançar à Presidência, no ano que vem, sua nova companheira de partido, Marina Silva?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires
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