No evangelho do
último domingo (01.09), Jesus, ao participar de uma refeição e ver
o comportamento dos convidados, propõe altitudes novas para o nosso
viver cotidiano. Nossa tendência é a busca do “primeiro lugar”,
ao passo que Jesus nos convida à humildade e à simplicidade, a
deixar de lado a arrogância e o orgulho.
A virtude da
humildade está fora de moda em nossa sociedade competitiva. É vista
hoje como indigna por um modo de vida que idolatra a autoimagem, o
individualismo e o prestígio. Num tempo que canoniza o poder e a
visibilidade, supervaloriza o ter em detrimento do ser e constrói a
todo instante “ídolos” e “famosos”, ser humilde é
vergonhoso.
Não é simples
para nós houve ouvir Jesus dizer que seremos felizes à medida que
nos doamos gratuitamente, sem pensar em retribuição. Em tudo o que
fazemos, esperamos recompensa, aguardamos pagamento. É claro que o
trabalhador tem o direito ao salário que o sustenta, mas não é
disso que Jesus fala. Praticar a humildade e a generosidade é
testemunhar a gratuidade do reino de Deus.
Numa sociedade
que estimula a competição, que promove o lucro a qualquer custo,
que premia a concorrência até a eliminação do adversário, a
bem-aventurança “serás feliz porque não podem retribuir-te”
não encontra lugar fácil na memória de ninguém, nem mesmo dos
cristãos.
Podemos perceber,
no evangelho de hoje, que a opção preferencial pelos pobres
assumida pela Igreja na América latina em anos passados não é
invenção dela. A opção pelos pobres origina-se da opção e do
ensinamento de Jesus. Ele fala em convidar pobres, marginalizados e
desamparados.
A Igreja,
portanto, tem a missão de ir ao encontro dos empobrecidos, daqueles
que a sociedade renega e não valoriza, daqueles que não podem pagar
o dízimo, dos que não têm condições de contribuir pra a
comunidade. É fácil convidar os ricos, que dão polpudas esmolas,
em detrimento dos pobres, que não têm com que retribuir. Jesus
deseja uma sociedade na qual as pessoas pensem, em primeiro lugar,
nos fracos e empobrecidos.
Fonte: Pe. Nilo
Luza, ssp – O Domingo/Semanário Litúrgico-Catequético
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