quarta-feira, 14 de agosto de 2013

{E SE...} Portugal fosse um Estado brasileiro?

Não ficaríamos ricos, mas ganharíamos mais mão de obra qualificada

Na prática, historiadores defendem que Portugal pertenceu ao Brasil quando o Rio foi capital do império português entre 1808 e 1822. Foi uma união conturbada, que levou à independência que a uma guerra civil ali. Se fosse hoje, pelo menos de cara, a situação também seria complicada. Primeiro nossa dívida externa seria maior. Além dos US$ 405 bilhões de devemos na praça, herdaríamos os US$ 548 bilhões da dívida portuguesa, que correspondem a 123,6% do seu PIB. O Brasil teria de bancar a ex-metrópole, só que dessa vez de um jeito pós-colonial, digamos assim. “A disparidade de renda no Brasil é muito maior do que em Portugal. Essa não é a questão central do país europeu”, diz Amâncio Jorge Oliveira, do Departamento de Ciência Política da USP. Lá,  a  prioridade é competitividade industrial, o que levaria o Brasil a investir em setores-chave como metalúrgico, têxtil e tecnológico. Nossa capenga infraestrutura  seria abastecida com mais  profissionais portugueses, e o desemprego lá, hoje em 17,5%, diminuiria. Aliás, alguns acordos nesse sentido já existem:  no começo do ano, Brasil e Portugal assinaram um convênio que reconhece diplomas de engenheiros e arquitetos portugueses no Brasil.
Os craques portugueses, por sua vez, seriam mais que reconhecidos. Cristiano Ronaldo, novo parceiro de Neymar na seleção, bateria cartão em programas de auditório e capas de revista. E ele ainda marcaria o início de um processo interessante no futuebol: jogadores da ex-metrópole defendendo as cores da ex-colônia. Diferentemente da França e da Holanda, que têm jogadores  e vindos de ex-colônias ou são filhos de imigrantes. É o caso do holandês Seedorf, do Botafogo, que nasceu no Suriname, antiga colônia holandesa.
Já o turismo mudaria, mas não muito.  Afinal, o Atlântico e seus 106 milhões de km² continuariam entre nós. Em compensação, esqueça a história de três meses de visto para turista.  Portugal seria o Brasil na Europa, amigo! E, com isso, teríamos um intercâmbio cultural maior. Comeríamos mais pasteizinhos de Belém e bacalhau, enquanto as novelas fariam ainda mais sucesso do que já fazem em Portugal  desde 1977, com a estréia da  pioneira Gabriela Cravo e Canela.  A razão do sucesso é que as duas  sociedades se vêem refletidas nos folhetins, segundo um estudo da Universidade de Coimbra. Por  isso não é difícil encontrar hoje brasileiros famosos em cartazes nas ruas lusitanas. Com a anexação, haveria mais atores portugueses atuando no Brasil. E você leria em sites de fofocas notícias sobre galãs portugueses jogando futebol com o Eri Johnson ou tomando água de coco na praia com a Cleo Pires.

REALIDÔMETRO – Se a adoção da nova ortografia já foi difícil para ambos, juntar os dois países seria muito mais complicado.

PIB
Brasil – US$ 2,3  Tri       / Portugal – US$ 254 Bi

INDÚSTRIA NO PIB
Brasil – 27,4%  /  Portugal -  22,6%

DESIGUALDADE SOCIAL (quanto mais próximo de 100 mais desigual)
Brasil – 51,9   /   Portugal – 38,5

Fonte: Nathan Fernandes -  Revista Super Interessante

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