UMA CORRIDA DIÁRIA DE OBSTÁCULOS PARA DEFICIENTES
Se pelo menos um décimo dos discursos e conversa fiada das autoridades se tornassem realidade, a vida de todos seria menos difícil. É cansativo ouvir a ladainha de que há preocupação real com as pessoas portadoras de deficiência, tanto em Rondônia como em todo o país. É quase sempre só faz de conta. Parece mesmo é que os deficientes não existem e que tentam transformar o ir e vir deles numa corrida diária de obstáculos. Mas nas campanhas publicitárias oficiais, o que se vê e ouve é que as cidades estão se adaptando para que a dura vida dos cadeirantes, por exemplo, seja menos difícil. Mas onde? Na Suécia? Na Inglaterra? Só pode ser, porque no Brasil, a grande maioria das cidades é inimiga dos deficientes e os governantes só jogam para a torcida. Não há investimentos que facilitem a vida deles. Em Porto Velho, então, é brincadeira! Não há acessos, calçadas, entradas de prédios, ônibus em número necessário, não há elevadores especiais. E, raramente, quando os há, motoristas, motoqueiros e ciclistas tratam de fechar o acesso, porque também estão de lixando.
E isso acontece nas ruas e em todos os prédios. Inclusive nos do Ministério Público e do Judiciário, que deveriam, antes de todos, dar o exemplo. Dias atrás, o jovem Célio de Oliveira (foto) viveu mais um drama. Cadeirante, não teve como subir até o andar onde havia uma audiência em que ele era réu. Quando foi carregado no colo, porque não tinha como chegar ao local, o juiz já o tinha condenado à revelia. Foi no prédio do Fórum das Causas Cíveis e Criminais da avenida Amazonas. A TV Candelária contou a história dele, junto com outras semelhantes. Histórias reais e tristes, mas que se repetem praticamente todos os dias, em todos os níveis e em todos os prédios públicos, inacessíveis aos cadeirantes.Lamentável!
ESTUDANDO O QUADRO - Apesar de já anunciado, não é oficial ainda o ingresso do empresário Mário Português no PMDB. Ele tem convites de pelo menos outras seis siglas. Há casos em que presidentes de partidos lhe prometem carta branca, para que Mário escolha como quer conduzir uma futura candidatura e para que cargo. Ou seja, o homem está por cima na política. Mário, que completa 40 anos de Rondônia no próximo dia 13, é, embora sua idade, um nome novo na política do Estado. Ficha limpa e executivo de mão cheia, estreou como candidato a Prefeito da Capital com mais de 38 mil votos.
SUBSÍDIO AOS ÔNIBUS - Há 30 meses (dois anos e meio), não há reajuste no preço das passagens em Porto Velho. Os empresários do setor alegam que estão vivendo no fio da navalha, apertando os cintos o quanto possível, porque o preço dos insumos aumentou nesse período e houve pelo menos três reajustes salariais para motoristas e cobradores no período. O SET, sindicato das empresas, não pede aumento ainda. Mas quer que a Prefeitura, a exemplo de outras, país afora, não cobre pelo menos o ISS. Os 5% poupados já seria um grande alívio, garantem.
DEU EM NADA! - Aliás, sobre o mesmo assunto, a Câmara de Vereadores criou uma CPI para investigar possíveis irregularidades nos contratos das empresas com a Prefeitura. Nada foi encontrado. Zero. O relator, vereador Edmilson Lemos, do PSDB, disse que a passagem pode até baratear, desde que o município subsidie o serviço através da renúncia fiscal dos 5% do ISS pagos pelas empresas. Segundo ele, caso isso fosse feito, o custo final das tarifas poderia ter menos 13 centavos.
O INTERESSE DELES... - Só para não esquecer, porque a gente sempre precisa ficar de olho neles: é sempre bom registrar que nossa Amazônia tem ouro, nióbio, petróleo, as maiores jazidas de manganês e ferro do mundo. E tem diamantes, esmeraldas, rubis, cobre, zinco, prata. E também a maior biodiversidade do planeta. Não por coincidência, tem o maior número de ONGs internacionais, metendo o bedelho, em uma área restrita do planeta. Então, quando você ouvir alguma coisa dessas ONGs, saiba exatamente que interesses elas defendem. Que fique bem claro: os do Brasil é que não!
SALVANDO VIDAS - Não se sabe ainda as razões, mas Rondônia é um dos estados onde há maior incidência de câncer. Centenas de pessoas ainda vão a Barretos, para tratamento e outras dezenas já são tratadas aqui mesmo, na extensão do HC em Porto Velho. Por isso, muitas comunidades que enviam seus doentes para tratamento, fazem de tudo para apoiar as ações do hospital. Várias comunidades se reúnem em eventos benemerentes, levantando recursos para ajudar o hospital, que custa mais de 20 milhões de reais/mês.
DOADORES ANÔNIMOS - Só nessa semana, um leilão beneficente, realizado em Ariquemes, levantou quase 1 milhão de reais. O dinheiro será aplicado na construção do novo prédio do Hospital em Porto Velho, divisa com Candeias, numa área ao lado das Irmãs Marcelinas. A área, doada por um empresário, tem 70 mil metros quadrados. O doador, encantado com o trabalho do Hospital do Câncer, só fez uma exigência: que seu nome não fosse divulgado. Repetiu o gesto de outro empresário que doou um enorme terreno e nove casas no centro de Porto Velho, para abrigar casas de apoio aos doentes e seus familiares, na Capital.
PERGUNTINHA - Quantos rondonienses acordarão sobressaltados nesta segunda-feira, com a polícia batendo nas suas portas?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires
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