SAÚDE - Glaucoma

escavação de glaucoma O glaucoma não é apenas uma doença. Na verdade, o termo "glaucoma" é usado para agrupar diferentes doenças que têm, em comum, a degeneração do nervo óptico devido à morte das células ganglionares da retina. Embora o aumento da pressão do olho seja o principal causador do glaucoma, existem outros agentes envolvidos. Por isso, existem pessoas com pressão ocular normal que, mesmo assim, desenvolvem glaucoma. Da mesma forma, existem pessoas com pressão ocular elevada que não possuem glaucoma. Se o glaucoma não for tratado, o nervo óptico progressivamente se degenera e pode levar à cegueira ou grande perda da visão. Isso pode levar anos para acontecer e o paciente não sente absolutamente nada. No começo da doença, a visão não diminui e muitos pacientes só se dão conta de que algo está errado quando perderam mais da metade das fibras nervosas do olho. Isso acontece porque, geralmente, a doença ataca primeiro a região da visão periférica, pouco utilizada por nós. A região central da visão, a área nobre responsável pela nossa qualidade de vida, na maior parte das vezes é atacada por último. O problema é que essa nobre região central é muito pequena (menos de 10% do total do olho), tem poucas fibras nervosas e, por isso, quando a doença acomete essa região, a perda da visão é rápida e irreversível. A figura demonstra como o médico enxerga os nervos ópticos, durante o exame de fundo de olho. A imagem da esquerda é de um nervo óptico normal e a imagem da direita é de um nervo óptico com degeneração glaucomatosa. A abertura no meio do nervo, de onde saem os vasos sangüíneos que nutrem a retina, é menor no olho normal. As bordas representam as fibras nervosas agrupadas. Já no olho direito, com doença avançada, a perda de fibras nervosas é tão grande que se forma um "buraco" vazio no nervo. Existem poucas fibras nervosas na borda do nervo. Quando a doença está muito avançada, nem sempre o médico consegue salvar o que resta de visão. Daí a importância do diagnóstico e tratamento precoces. Estar vendo bem com óculos não quer dizer que os olhos estejam bem. Os falsos médicos que prescrevem e vendem óculos não sabem diagnosticar o glaucoma e outras doenças, por isso, muitas pessoas que procuram esses indivíduos acabam ficando cegas ou com a visão muito diminuída, anos depois. Como a doença geralmente progride muito lentamente, fica difícil incriminar um falso médico. O melhor é não correr riscos, procurando um oftalmologista que examine bem os olhos. Sabe-se que o glaucoma é muito freqüente na região Norte do Brasil, embora ainda faltem estudos sobre os números totais de pessoas acometidas e as razões que levam a esse aumento de pacientes. Contudo, na população do mundo, o glaucoma acomete de 1,5% a 5% das pessoas. É um número muito grande de pessoas, tornando esse grupo de doenças o principal causador de cegueira irreversível. Alguns tipos de Glaucoma O tipo mais comum é o glaucoma primário de ângulo aberto, freqüentemente assintomático. Uma das causas pode ser uma obstrução do escoamento do humor aquoso do olho. Todos os olhos possuem alguma pressão intraocular. Se a pressão intraocular (PIO) for alta demais (maior do que 21,5 mm Hg), a pressão nas paredes do olho resultará na compressão das estruturas oculares. Entretanto, outros fatores, como perturbações no fluxo sangüíneo no nervo óptico podem interagir com a pressão e afetar o nervo óptico. Em um terço dos casos de glaucoma primário de ângulo aberto, a pressão está normal. É o denominado "glaucoma de pressão normal". Devido ao fato de que exames do nervo óptico nem sempre são realizados juntamente com medidas de pressão, o glaucoma de pressão normal é mais raramente diagnosticado até fases mais avançadas. Outro tipo, o glaucoma agudo de ângulo fechado, é caracterizado por aumentos súbitos de pressão intraocular. Isto ocorre em olhos susceptíveis quando a pupila dilata e bloqueia o fluxo do fluido através dela, levando à íris bloquear a malha trabecular. Glaucoma agudo de ângulo causa dor, reduz a acuidade visual (visão borrada) e pode levar à perda visual irreversível em curto período de tempo. É considerada uma situação de emergência oftalmológica e requer tratamento imediato. Glaucoma congênito é raro, causados principalmente por distúrbios genéticos ou infecciosos. Atingem bebês ou se manifestam na primeira infância. Geralmente, mas nem sempre, os recém nascidos com essa afecção apresentam olhos de tamanho aumentado, vermelhidão, lacrimejamento, incômodo com luz e córneas embaçadas e/ou grandes. O tratamento é a cirurgia urgente. Glaucoma secundário ocorre como uma complicação de várias condições médicas, como cirurgia ocular, catarata avançada, lesões oculares, uveítes, diabetes ou uso de corticóides (muitas farmácias vendem colírios sem receita médica ou prescritos por falsos médicos. Os colírios com corticóide podem levar ao glaucoma, bem como catarata. Por isso, cuidado! Não compre colírios sem receita de um oftalmologista). Sintomas mais comuns Até haver grande perda de fibras nervosas do olho, geralmente o glaucoma não apresenta sintomas distintos. A diminuição da visão central que acontece no final da doença é que costuma trazer o paciente ao médico. A perda visual costuma começar na periferia, inicialmente de forma sutil , não percebida pelo paciente. Perdas moderadas a severas são notadas, mas freqüentemente menosprezadas, como se fosse algo "normal da idade". Geralmente, o paciente não reclama da perda de visão até vivenciar a "visão em túnel", isto é, uma área pequena de visão central (que geralmente já está ruim), cercada de cegueira. Se a doença não for tratada, o campo visual se estreita cada vez mais, obscurecendo a visão central e finalmente progredindo para a cegueira  total do olho afetado. Esperar pelos sintomas de perda visual não é o ideal. A perda visual causada pelo glaucoma é irreversível, mas pode ser prevenida ou atrasada por tratamento. Um oftalmologista deve ser consultado rotineiramente para prevenir o desenvolvimento dessa doença. Infelizmente, mais de metade das pessoas que sofrem de glaucoma não sabem disso ou só descobrem tarde demais - situação que é ainda pior nas regiões onde atuam falsos médicos no atendimento à população. Verificação de glaucoma normalmente é parte do exame ocular padrão feito por um oftalmologista. A verificação de glaucoma deve incluir medida da pressão intraocular, além do exame do nervo óptico em busca de lesões. Se houver qualquer suspeita de lesão no nervo óptico devem ser feitos exames para confirmar ou afastar o diagnóstico, a critério do médico. Tratamento Apesar da pressão intraocular elevada não ser a única causa do glaucoma, até o momento diminuí-la é o principal tratamento. A maioria dos pacientes obtém bom controle com uso de colírios, mas a cirurgia pode ser necessária para algumas pessoas. Fonte: Ceof/Porto Velho