segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Maconha causa mais danos em cérebro jovem

Pessoas que fumam antes dos 18 anos podem ter QI reduzido na face adulta

O consumo de maconha pode causar prejuízos irreversíveis ao cérebro, e isto ocorrem com mais frequência quando o usuário começa a fumar ainda na adolescência. Uma pesquisa da Universidade Duke, dos Estados Unidos, aponta que aqueles que começam a usar a droga antes dos 18 anos podem chegar à meia-idade com uma deficiência de oito pontos no quociente de inteligência (QI), se comparados aos não usuários da droga. Como base da pesquisas, foi utilizado um estudo que acompanhou mil pessoas em Dunedin, Nova Zelândia, desde o nascimento até os 38 anos de idade. Os dados permitiram comparar os testes de QI feitos com os participantes de 13 anos - antes do uso da maconha- e seus testes quando adultos,  em alguns casos, depois de anos de consumo.

O resultado mostra que aqueles que desenvolveram uma dependência da maconha apresentaram maior declínio de QI, perdendo seis pontos na média, não importando o quão cedo o hábito começou. Dentro desse grupo, aqueles que começaram a usar a droga antes de seu aniversário de 18 anos apresentaram um declínio de, em média, 8 pontos no QI. Além disso, amigos e parentes próximo dos usuários informaram durante a pesquisa que eles tiveram problemas cada vez mais frequentes de memória e de atenção.

DANOS IRREVERSÍVEIS
Segundo os pesquisadores, o dano parece ser irreversível, mesmo depois de os usuários deixarem o hábito. Mas eles afirmam que quando o uso da maconha começa após 18º aniversário, os prejuízos são menores.
--Este estudo é o primeiro a oferecer evidências de que a maconha provoca, a de fato, efeitos neurotóxicos em cérebros jovens - afirmou a pesquisadora Madeline Meier. Segundo o psiquiatra especialista em dependência química Jorge Jaber, presidente da Associação Brasileira de Álcool e Outras Drogas, a pesquisa só confirma o que na prática já é notado pelos médicos - Há pelo menos dez anos já vinhamos percebendo esta perda cognitiva principalmente nos jovens, porque neles não se deu o amadurecimento completo do cérebro.

O especialista explica que a maconha provoca a contração dos vasos sanguíneos e, portanto, diminui o aporte de sangue no cérebro. Com isso, reduze  a chegada de oxigênio e de glicose, importantes substâncias
para o desenvolvimento das  células cerebrais. Isto afeta principalmente o lobo frontal, região relacionada ao pensamento abstrato e à memória. Jaber alerta que o comprometimento cerebral pode ser notado em cerca de 70% dos adolescentes que fazem uso contínuo da droga. Segundo o médico, a maconha também pode provocar a diminuição do volume dos neurônios, assim como a sua destruição.

--A linguagem é a primeira a ser afetada. O uso frequente de gírias, tida como normal da idade, em alguns casos, já pode ser um sintoma. Depois o usuário vai perdendo a motivação intelectual e os interesses alternativos, como esporte e em cultura - alerta Jaber,  --isto é mais preocupante nos adolescentes de classes baixas, que têm menos estímulos intelectuais e menor acesso à saúde.
Fonte: Jornal Alto Madeira

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