Augusto dos Anjos |
O amor na Humanidade é uma mentira.
É. E é por isto que na minha ira
De amôres fúteis poucas vêzes falo.
O amor! Quando virei por fim e amá-lo?!
Quando, se o amor que a Humanidade inspira
É o amor do sibarita e da hetaíra,
De Messalina e de Sardanapalo?!
Pois é mister que, para o amor sagrado,
O mundo fique imaterializado
-Alavanca desviada do seu fulcro-
E haja só amizade verdadeira
Duma caveira para outra caveira,
Do meu sepulcro para o teu sepulcro?!
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