ATÉ QUE ENFIM, AS PESSOAS DE BEM
TEM ALGUMA COISA PARA COMEMORAR!
De vez em quando, mas muito de vez em quando, o brasileiro decente tem alguma coisa para comemorar. Hoje é desses poucos dias. A aprovação da Lei Ficha Limpa, que já deveria estar valendo há muito, mas muito tempo, demorou dois anos para receber o aval do STF. Dezenas e dezenas de malandros fichas sujas não aceitavam que ela valesse nem agora nem nunca. A aprovação é um passo dos mais importantes para, ao menos, amenizar a presença de tanta indecência na vida pública brasileira. Haverá injustiças? Claro que haverá, em um ou outro caso. Mas, na grande maioria deles, quem for afastado das eleições por causa da nova lei, o será porque tem um lastro negativo em suas ações. No geral, a lei atingirá os que foram eleitos para representar o eleitor mas, no cargo, mostraram que não mereciam essa deferência. Mais do que fazer uma verdadeira faxina na sujeira e no lamaçal em que se transformou nossa política, a Ficha Limpa também acaba com a malandragem dos acusados de renunciarem a seus mandatos, para, na próxima eleição, estarem aptos a continuar com a sacanagem a que se habituaram.
Mais de 1 milhão e 600 mil brasileiros criaram o projeto da Ficha Limpa. Ele pouco teve a ver com a classe política como um todo, embora devesse ter partido dela a iniciativa. Sem saída, o Congresso aprovou a emenda popular, porque se não o fizesse, estaria definitivamente enlameado, como instituição, perante o país. O Judiciário bem que poderia, logo que passou a disputa eleitoral, ter decidido o assunto e não esperado quase dois anos para fazê-lo, mas, enfim, não se pode pensar na perfeição nesse terra de imperfeitos. A Lei Ficha Limpa é uma vitória da sociedade brasileira, do povo decente, daquelas pessoas do bem, que querem um país melhor, mais justo, mais transparente. E uma derrota fragorosa, embora tardia, para tantos homens e mulheres que ingressaram na vida pública apenas pensando em si mesmos e em seus próprios bolsos. Venceu o bem, até que enfim!
DEU A LÓGICA
A aprovação pela Assembleia, quase por unanimidade, do empréstimo de 545 milhões para o governo do Estado, via BNDES, era óbvia. A pressão dos prefeitos sobre os deputados e a blitzkrieg promovida pelo Palácio Presidente Vargas (que pela primeira vez agiu coesa e com objetivos bem definidos), não poderia levar a resultado diferente. Agora, a população vai ficar esperando as muitas obras prometidas com o recurso, que certamente virão.
DEMOCRACIA
Apesar da aparência, o senador Ivo Cassol não foi derrotado no episódio do empréstimo. Enfrentou sozinho seus adversários, foi o único não ao vultoso empréstimo e, mais que tudo, marcou posição firme como líder da oposição no Estado. Nesse episódio os dois lados agiram corretamente, defendendo suas posições. Venceram também José Hermínio Coelho e a ALE. Apesar de um exagero ou outro, até que as coisas foram feitas de forma bem democrática e transparente. Como devem ser.
DECISÃO IRREVERSÍVEL
Claro que ninguém vai confirmar oficialmente, até porque o processo definitivo recém está começando. Mas a decisão já tem maioria dentro da Assembleia Legislativa e a cassação de Valter Araújo já é uma das maiores certezas dos últimos tempos na política rondoniense. Num linguagem popular, o mandato do ex-presidente da ALE não vale um centavo, se fosse para se apostar. Há ainda um ou outro foco de resistência, mas no geral, há quase um consenso de que essa medida será tomada pelos deputados.
MEXENDO NA FERIDA
O deputado rondoniense Marcos Rogério, do PDT, recém chegado ao Congresso, já entrou numa polêmica. E cheio de razão. Quer reavaliação da lei abusiva e absurda que proíbe que pais corrijam seus filhos sequer com uma palmada. Marcos está apenas repercutindo o que pensa a grande maioria dos brasileiros, que têm suas vidas familiares sob interferência do governo, por causa de meia dúzia de defensores de uma ideologia abstrata, que ninguém entende. Pelo menos mexeu na ferida, o jovem representante de Rondônia.
E O BOM SENSO?
É claro que ninguém aceita que pais agridam seus filhos, que os maltratem. Isso a legislação atual já combate. Criar uma lei que criminaliza a tentativa de mães e pais, a grande maioria amorosos e preocupados com o futuro de suas crianças, de as corrigir, é um atentado ao bom senso. Se bem que pedir bom senso ao parlamento brasileiro é o mesmo que sugerir que os lobos guardem as ovelhas...
CÂNCER INCURÁVEL
O governo cortou 55 bilhões do orçamento. Saúde, educação e segurança serão brutalmente atingidos. O país sofrerá muito. Mas não precisaria cortar nada, nem um centavo. Bastava recuperar os cerca de 70 bilhões de reais desviados pela corrupção, no país, em um único ano. Mas, é claro, isso nunca vai acontecer. Até porque, nos últimos 20 anos, apesar de toda a roubalheira, nem um por cento do total afanado dos cofres públicos voltaram para eles. No quesito corrupção, não há cura para esse câncer que corrói o nosso país.
VERDADEIRO
O presidente da ALE, José Hermínio, deu um puxão de orelhas na classe política, em seu discurso de abertura do ano legislativo. Pediu mais seriedade e luta pelos interesses do povo, antes dos interesses político-partidários. E afirmou que se houvesse outra Operação Termópilas, faltaria presídio. Como sempre polêmico (mas muito verdadeiro), o novo comandante do parlamento rondoniense.
PERGUNTINHA
Com 55 bilhões de corte no orçamento da União, será que as obras vitais para Rondônia, como a duplicação da BR 364, ficarão para a próxima década?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires
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